Foto _ CDHM |
O Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos
Deputados, Paulo Pimenta (PT-RS), foi chamado mais uma vez pelos Guarani
e Kaiowá para retornar ao Mato Grosso do Sul, onde indígenas foram
atacados e uma liderança foi assassinada na semana passada por grandes
proprietários de terra. O deputado Pimenta viajou nesta quarta-feira (2)
junto com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Por Câmara Notícias,
Comissão de Direitos Humanos e Minorias
A comitiva chega em Campo Grande no final da manhã de
hoje e se reúne com o governador Reinaldo Azambuja, lideranças indígenas
e membros da Funai. Após, o deputado Pimenta pretende ir até a cidade
de Antônio João, município que fica cerca de 300 quilômetros da capital,
local onde o líder indígena Semião Vilhalva, de 24 anos, foi
assassinado, após os Guarani e Kaiowá, da TI Ñande Ru Marangatu,
retomarem suas terras originais.
Na tarde de ontem (1º), em Brasília, o deputado Paulo Pimenta
participou ao lado dos Guarani e Kaiowá do “enterro simbólico” do
indígena Semião Vilhalva. O protesto partiu da Catedral e terminou em
frente ao Supremo Tribunal Federal.
Em 2005, o ex-presidente Lula homologou a demarcação das terras Ñande
Ru Marangatu. Entretanto, o então ministro do STF Nelson Jobim
suspendeu os efeitos do decreto presidencial. Passados mais de 10 anos,
até agora o STF não decidiu sobre o caso. Os indígenas criticam a
lentidão do STF, que, segundo eles, agrava a situação de conflito, e tem
como saldo inúmeras mortes de lideranças indígenas.
Dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) mostram que, nos
últimos 11 anos, mais da metade dos assassinatos de indígenas no país
ocorreram no Mato Grosso do Sul. O levantamento aponta também que
somente em 2013 houve 73 casos de suicídios de indígenas no estado. Esse
índice é o maior em 28 anos. Dos 73 mortos, 72 eram do povo Guarani e
Kaiowá.
Hoje a Comissão Especial sobre Demarcação de Terras Indígenas da
Câmara dos Deputados se reúne para discutir e votar o parecer da PEC
215, que transfere do Poder Executivo para o Congresso Nacional o poder
sobre a demarcação das terras indígenas. Mesmo contrária à vontade dos
indígenas, o relator da proposta apresentou parecer favorável à PEC 215. Ler Original AQUI.
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