9 de setembro de 2015

Autópsia indica que índio morreu no dia da retomada de 2 fazendas

Semião Vilhalva foi achado morto dentro de área invadida por grupo de guarani dias antes

CELSO BEJARANO, Correio do Estado
Foto _ Valdenir  Rezende
Corpo de Simeão foi enterrado dentro da fazenda fronteira
Laudo necroscópico feito no corpo do índio Semião Fernandes Vilhalva, 24, indica que ele morreu com um tiro na cabeça, no intervalo das 7 às 15h, do dia 29 de agosto passado, dois sábados atrás, justo no dia que ao menos 100 ruralistas entraram nas fazendas Barra e Fronteira, com o propósito de retomar a área que havia sido invadida por indígenas guarani-caiuá, na cidade de Antônio João, fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.

O desfecho deste exame pode confrontar com a versão dos fazendeiros que entraram na área e disseram que assim que chegaram lá o índio já estava morto e seu corpo caído na estrada que conduz à fazenda Fronteira, em estágio de rigidez cadavérica.

Nesta região, índios e fazendeiros disputam pelo domínio de terras desde 2005, ano que  o ex-presidente Lula decretara 9,3 mil hectares como território indígena.Os ruralistas, nove donos das áreas em questão, recorreram e o processo ainda hoje segue sem definição na Justiça Federal.

A informação acerca da autópsia foi confirmada ontem à tarde ao Correio do Estado, por telefone, pelo delegado da Polícia Federal, Bruno Raphael Barros Maciel, que conduz o inquérito do caso.

O exame indica que o projétil disparado e que ficou alojado na cabeça do índio saiu de uma “arma pequena, provavelmente de calibre 22”, segundo o delegado.

Ainda conforme o laudo, o tiro que acertou a vítima foi ativado a longa distância.
Pela regra policial, disse Barros Maciel, o termo longa distância quer dizer que o espaço  do disparo até o alvo é considerado a partir de um intervalo  de 50 centímetros, em torno de dois palmos.

Ou seja, todo o tiro disparado com espaço superior a 50 centímetros é, na linguagem policial, para efeitos de investigação, tido como de longe.
O delegado informou que aguarda outro laudo para concluir seu inquérito. No caso, ele espera o resultado da perícia feita no local do crime.

*A matéria está na edição de hoje do Correio do Estado.


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Um comentário:

  1. Se matar, trucidar, odiar resolvessem dívidas o mundo inteiro estaria rico, podre de rico. O que eu estou vendo é exatamente o contrário. Vai Regina Duarte, vai desenrolar seu sedutor papel de musa dos idiotas. O script dos banqueiros está meio gasto, mas os idiotas ainda acreditam nele.

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