“Essa travessia de paraguaios junto aos índios caiu por terra”
General Rui Matsuda
Foto _ CIMI |
Durante apresentação do
Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) a
representantes dos Três Poderes da República, no final da semana
passada, em Dourados (MS), o general Rui Matsuda, da 4ª Brigada
Guaicurus de Cavalaria Mecanizada, afirmou que não procede a informação
denunciada ao seu comando de que paraguaios se infiltraram entre os
Guarani e Kaiowá nas recentes ações de retomadas de terras indígenas no
estado.
Matsuda explicou que os
radares do Sisfron, capazes de rastrear pessoas ou veículos num raio de
10 km, não detectaram movimentação na fronteira de indivíduos com o
intuito de seguirem às fazendas retomadas pelos indígenas, seja antes ou
depois das ações. Os radares, conforme o general, podem identificar as
mais sutis transições de um país ao outro e o rumo que elas tomam.
A 4ª Brigada instalou
os radares em pontos diferentes na extensão da área de fronteira, onde
estão terras indígenas na alça de mira de fazendeiros, sobretudo desde o
último dia 29 de agosto, ocasião do assassinato de Semião Vilhalva:
Ñanderú Marangatú, Potrero Guasu e Pyelito Kue. Binóculos com capacidade
de alcançar pessoas e veículos a 10 km de distância, com perfeita
capacidade de identificação a 5 km, também foram usados para investigar
as denúncias recebidas pela Brigada.
“Essa travessia de
paraguaios junto aos índios caiu por terra”, destacou Matsuda.
Fazendeiros, sindicatos rurais e parlamentares ruralistas acusam os
Guarani e Kaiowá e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de
arregimentar paraguaios para realizar “invasões de propriedades
privadas” no estado. Há duas semanas, a bancada ruralista da Assembleia
Legislativa do MS conseguiu aprovar a instalação da chamada ‘CPI do
Cimi’.
De acordo com a criadora da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI), deputada Mara Caseiro (PTdoB), a intenção é investigar a
participação do Cimi no apoio às retomadas indígenas no Mato Grosso do
Sul e o recebimento de recursos do exterior para tal fim. O Cimi, em
nota pública, disse lamentar a abertura da CPI sem um fato determinado.
Ressaltou que é público o fato da organização receber recursos de
agências de cooperação e reafirmou que seguirá apoiando os povos e a
causa indígenas – como faz há 43 anos.
"Eu já sabia", como se diz...
ResponderExcluir