11 de setembro de 2015

Aty Guasu divulga vídeos do ataque que resultou na morte de Semião Vilhalva (MS)

Imagem printada
Fortes imagens do covarde ataque que resultou no assassinato do jovem líder indígena Semião Vilharva foram divulgadas nesta sexta-feira pela Aty Guasu. Este Blog posta material que 'mata' as mentiras divulgadas pela conexão de fazendeiros e políticos do Mato Grosso do Sul. Trata-se de um recorte e real da figura maior do genocídio em curso contra os povos Guarani-Kaiowá e Terena daquele estado. Assistam vídeos do ataque AQUI.


Leiam Informe, na íntegra, a seguir:

Nota pública de Aty Guasu do grande povo Guarani e Kaiowa aos poderes do Estado brasileiro.


Nós povos indígenas reivindicamos indenização e reparação. Frente à aprovação da lei federal (PEC 71/2011) da regularização de compra e venda das terras indígenas, mais uma vez, as lideranças de Aty Guasu Guarani e Kaiowa exigem aos poderes do Estado brasileiro uma política de indenização e reparação justa aos povos indígenas massacrados sobreviventes.

Pedimos reiteradamente aos poderes do Estado brasileiro a apreciação urgente de uma política compensatória aos povos indígenas por vender as terras indígenas e por permitir a expulsão violenta dos indígenas de suas terras, por trabalhos escravos indígenas, por financiar a destruição total da floresta e rios, por permitir as ações de genocídio, etnocídio, extermínio e violências permanentes contra os povos indígenas.

Demandamos aos sistemas do Estado brasileiro uma medida indenizatória e compensatória urgente aos povos indígenas massacrados pelos danos morais, culturais e materiais sofridos desde XX que perduram até os dias de hoje setembro de 2015, no século XXI.

Em geral os povos indígenas do Mato Grosso do Sul foram massacrados e expulsos de seus territórios tradicionais no processo de criação das fazendas sobre os territórios indígenas. Lutamos firme e morremos pela recuperação das parcelas de nossas terras.

É importante se compreender, em primeiro lugar que entre as décadas de 1920 e 1980, o governo do Brasil passou a doar ou vender as terras indígenas aos particulares/fazendeiros, permitindo a invasão e exploração das terras indígenas.

Os fazendeiros começaram a escravizar os indígenas e exploraram a mão de obra indígena na derrubada da floresta, formação das fazendas e na usina de álcool, etc. Em meados de 1980, após formação das fazendas, os indígenas foram expulsos de suas terras, despejados e largados nas beiras das estradas.

É assim ocorreu história de expulsões indígenas e expropriação das terras indígenas no atual de Mato Grosso do Sul-Brasil. De fato, desde 1980, os indígenas Guarani e Kaiowá expulsos de suas terras, sem mais espaço de terra para produzir os seus alimentos começaram a sofrer miséria e fome. Os indígenas tornaram se vulneráveis e instáveis.

Suicídio

Suicídio Guarani e Kaiowa começou em meados de 1980 após os indígenas expulsos de suas terras e despejadas nas Reservas/Postos Indígenas.

De fato, desde 1980 até hoje 2015, tanto na margem da rodovia quanto nas pequenas ilhas de terras, denominada de aldeia/reserva indígena, mais de 1.000 Guarani e Kaiowá praticaram o suicídio.

Trabalho escravo

Em1990 mais de 10.000 (dez mil) indígenas Guarani e Kaiowa foram submetidos ao trabalho escravo e degradante na corte de cana de açúcar, na usina de álcool.Hoje, mais de 20.000 (vinte mil) homens desde 1980 foram e são explorados e escravizados na usina de álcool.

Final de 1990 começou ataque genocida e terrorista às comunidades Guarani e Kaiowa e lideranças foram ameaçadas e assassinadas, promovidas pelos fazendeiros.

A partir de 1980, no contexto da luta pela recuperação e demarcação das terras indígenas mais de 10.000 (dez mil) comunidades Guarani e Kaiowá foram atacadas e massacradas a tiro pelos fazendeiros, permitido pelo governo federal e justiça brasileira.

Diante desses fatos relatados pedimos ao Estado brasileiro uma política de reparação e indenização justa pelo comércio das terras indígenas, pela expulsão dos povos indígenas de suas terras indígenas tradicionais, pela destruição da floresta e, sobretudo pelo massacre, genocídio e violências contra os povos indígenas em andamento promovidos pelos fazendeiros.

Nessas lutas contamos com compreensão e apoio de todas as organizações das sociedades nacionais e internacionais.

Tekoha Guasu Guarani e Kaiowa, 10 de setembro de 2015.
Lideranças de Aty Guasu do grande povo Guarani e Kaiowa

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