30 de julho de 2016

Três indígenas estão entre dez finalistas do Prêmio Pipa 2016

Grafismo facial _ Foto site jaideresbell.com.br

Por Tereza Amaral

A partir deste domingo começa o 2º turno do PIPA Online 2016, uma das mais importantes premiações de artes visuais no Brasil.  Amazônia Legal em Foco fez uma breve entrevista com Jaider Esbell, via Rede Social, indígena da etnia Macuxi mais votado na primeira etapa. 

Mais dois artistas das etnias Pataxó e Huni Kuim também estão entre os dez finalistas. Jaider Esbell foi o mais votado  com 1.506 votos no 1º turno. Pela primeira vez, desde que criado em 2010, indígenas foram indicados. A votação segue até o dia sete de Agosto.Confira Entrevista, a seguir:

P:A sua arte tem um diferecial misturando o naif com o rupestre. Você pode nos falar sobre essa influência?
 
R:Eu respeito as formas da natureza, a mitologia me deixa livre para brincar com traços leves, fiz, caiu no gosto popular e eu me sinto bem. Evito comparações e categorizações. Como nunca estudei arte, também não sei ensinar. Me disseram que eu descobri a técnica, mas tudo foi fruto de mais de 30 anos de rabiscos. cheguei ao ponto do falso simples! Eu acho!

P:Aproveitando o gancho de comparações, com Guernica Picasso denunciou o bombardeio da cidade pelos alemães na Guerra Civil espanhola. O seu trabalho também tem um viês de denúncia?

R:Não exatamente. Eu prefiro entender meu trabalho como um convite às pessoas comuns a um envolvimento direto com essas realidades, sendo elas partes diretas. Eu sou índio e tenho acesso a paisagens reais. A grande mídia tem acesso às mesmas informações, desmandos e abusos na floresta; eu como índio tenho acesso a rede de internet. Não, a denúncia está evidente, mas eu prefiro que seja um convite a sentir parte do problema e parte das soluções!

P:O que significa a indicação, e já indo para segunda etapa de votação, o Prêmio Pipa?
Trabalhos de Jaider Esbell em acrílico sobre tela
 _  Fotos site premiopipa
R:Significa, especificamente pra mim, o resultado de uma atuação focada de mais de três décadas, construindo uma plataforma sólida, com base na coletividade, na ancestralidade. O meu trabalho sempre se baseou na coletividade, no contexto amplo de agregar, disseminar e especialmente trocar as influências e oportunidades. De não acreditar simplesmente em "ocupar espaços", mas de lutar por eles, construí-los para usufruir, e resultado, não sorte.
 
P:Falando em ancestralidade, nos fale um pouco sobre o seu povo da etnia Macuxi.

R:Makuxis vivem entre 3 países, Brasil, Venezuela e Guiana. No Brasil tem 1,7 milhão de hectares chamado Raposa-Serra do Sol, onde nasci e onde mora parte de meus parentes, outros vivem nas cidades como parte da diversidade e realidades em que vivem os Makuxi. Parte fala a língua, outros como eu estão em processo de estudar o idioma. Muitos são cristãos, outros não,
tem ainda amplo sistema político e cultural, crenças, curas por remédios, sistema próprio de valores de julgamento e punição, são referência no mundo em política e estratégia.

P:Você acaba de fazer uma exposição no Piauí, na galeria do campus da Universidade Federal. Já tem um roteiro de cidades para a próxima mostra  IT WAS AMAZON! – Era uma vez a Amazônia? 

R:Sim, no Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Volto a Roraima e em março de 2017 vou para o Rio Grande do Sul e demais estados até alcançar todo território nacional. Para votar clique aqui

29 de julho de 2016

Indígena Tenetehar/Guajajara morre atropelado por caminhão madeireiro em Amarante do Maranhão

 
O indígena Candide Zaraky Tenetehar/Guajajara, de 22 anos, foi atropelado e morto por um caminhão madeireiro na noite desta quinta-feira, 28, no município de Amarante, Maranhão. De acordo com testemunhas, o motorista estava visivelmente embriagado e fugiu sem prestar socorro. O jovem Tenetehar/Guajajara morreu no local.

No final da tarde desta sexta-feira, 29, a enfermeira indígena Surama Tenetehar/Guajajara, que acompanha de perto o caso, informou que o corpo estava para ser liberado pelo Instituto Médico legal (IML) e o enterro deverá ocorrer na aldeia Tawari, Terra Indígena Arariboia, onde o jovem Tenetehar/Guajajara morava com a esposa e dois filhos pequenos.

Suarama explica que Candide estava em Amarante acompanhando a mãe em tratamento médico. O atendimento de saúde na aldeia é precário, então os Tenetehar/Guajajara doentes precisam percorrer diariamente 90 quilômetros até a cidade. O jovem indígena, portanto, era obrigado a fazer esse trajeto todos os dias para estar ao lado da mãe.

No momento do atropelamento, Candide estava sobre a moto que usava para ir da aldeia até Amarante. O detalhe é que estava parado, fora da rota do caminhão. Para as testemunhas, a colisão foi provocada pelo motorista madeireiro que carregava toras de árvores. A família do Tenetehar/Guajajara registou Boletim de Ocorrência na delegacia de Amarante do Maranhão.

O motorista ainda não foi encontrado, tampouco o proprietário do caminhão. A coordenação da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Imperatriz já foi comunicada sobre o caso, mas de acordo com os Tenetehar/Guajajara pouco pôde fazer até o momento.

Conforme o indigenista Gilderlan Rodrigues da Silva, missionário do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Maranhão, “os indígenas estão revoltados com mais um assassinato, porque assim é que consideram, e o culpado pode ficar impune assim como os outros quatro casos que aconteceram entre abril e maio deste ano com indígenas do mesmo povo”, declara Gilderlan.

Violência contra os Tenetehar/Guajajara da TI Arariboia

O missionário do Cimi se refere ao assassinato, entre os dias 26 de março e 22 de abril deste ano, dos Tenetehar/Guajajara Aponuyre Guanabara, de 16 anos, Genésio Guajajara, de 30 anos, Isaías Guajajara, de 32 anos, e de Assis Guajajara, de 43 anos (primeiro plano, na foto). Todos eram da Guarda Florestal Indígena de proteção à terra indígena,e que vem causando revolta entre os madeireiros cada vez mais impedidos de derrubar árvores, e foram mortos a pauladas. 

Até o início de novembro do ano passado, um incêndio de origem criminosa, conforme atestou o IBAMA, consumiu 45% de florestas da Terra Indígena Arariboia - do total de 413 mil hectares, 190 mil viraram cinzas. No mês anterior, o Governo do Maranhão já havia declarado situação de emergência em 11 terras indígenas no estado por conta de focos de incêndio iguais aos de Arariboia. 

A terra indígena é um dos alvos preferenciais dos madeireiros da região. Há um histórico de invasões à terra, também ocupada por indígenas em situação voluntária de isolamento do povo Awá-Guajá. No final de 2011, madeireiros invadiram o interior da Arariboia e começaram a montar um acampamento.

Em janeiro de 2012, uma expedição coordenada pelo Cimi/MA  foi ao local apontado por indígenas Tenetehar/Guajajara. Comprovou não apenas a invasão, mas que ela estava sobre uma área com indícios materiais de presença dos Awá isolados. Havia elementos suficientes para a conclusão óbvia: os madeireiros expulsaram os Awá do lugar de forma violenta, pois os indígenas deixaram para trás utensílios e outros objetos de uso pessoal.

MPF/PA: indígenas impedidos de acessar educação diferenciada devem ser indenizados

Os Munduruku ficaram quase um ano e meio sem professores indígenas
 
Regularização da educação indígena só ocorreu após multa judicial (imagem ilustrativa por Martin Vorel em domínio público via http://libreshot.com)
 
 
O Ministério Público Federal (MPF) recorreu contra uma sentença que negou indenização a índios impedidos de ter acesso à educação indígena. A apelação foi enviada à Justiça Federal nessa quinta-feira, 28 de julho, e pede que o município de Jacareacanga, no sudoeste do Pará, seja obrigado a pagar R$ 10 milhões aos Munduruku, que em 2014 e no início de 2015 ficaram sem professores indígenas.

No início de 2014, sem aviso, a prefeitura de Jacareacanga demitiu 70 professores indígenas sob alegação que eles não tinham formação adequada para atuar. Após não ter atendida recomendação enviada à prefeitura, o MPF foi à Justiça, que determinou a recontratação dos profissionais no final daquele ano. No entanto, a decisão só foi cumprida em 2015, após a Justiça Federal ter multado a prefeitura e bloqueado R$ 330 mil do município por causa da desobediência.

Em sentença de junho de 2016, o juiz federal Paulo César Moy Anaisse confirmou a decisão liminar (urgente) de 2014, para a recontratação dos professores, mas não acatou o pedido do MPF de que o município de Jacareacanga fosse obrigado ao pagamento de danos morais coletivos.

“O ato praticado pelo município constitui-se em ato ilícito passível de reparação, pois implicou no enfraquecimento das características inatas ao povo indígena”, registra o MPF no recurso.
 
A legislação reconhece que, além dos direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, os indígenas têm direito à manutenção da sua organização social, dos costumes, das línguas, das crenças e das suas tradições, e à igualdade de condições, de direitos e de oportunidades que são conferidos aos demais membros da população.

A educação diferenciada, também segundo a legislação, tem de considerar as tradições desses povos e a utilização de línguas indígenas, conforme a necessidade das comunidades atendidas, e, prioritariamente, deve ser exercida por professores indígenas oriundos da etnia dos educandos.
 
“Em última análise, retardar a efetivação desses direitos, da forma como o município, fez resulta na subtração do direito de existência enquanto grupo diferenciado e viola o pluralismo étnico”, critica o MPF.
 
Para a Procuradoria da República em Itaituba (PA), o dano moral coletivo é claro e deve ser reparado. “Sobre o assunto, a responsabilidade estatal é prevista no artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição da República: 'As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa'”.
 
Caso o recurso do MPF seja acatado, a instituição pede que o valor a ser pago pelo município seja depositado em conta específica vinculada à Justiça Federal e aplicado em políticas públicas educacionais em benefício das comunidades indígenas. O MPF também pede que a utilização dos recursos fique sob a coordenação da Fundação Nacional do Índio (Funai), a partir de definições das próprias comunidades. 
 
Processo nº 0001541-28.2014.4.01.3908 - Vara Federal Única de Itaituba (PA)


Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
(91) 3299-0148 / 98403-9943 / 98402-2708

28 de julho de 2016

Juventude Kaiowa e Guarani: entre o rap, a reza e a retomada


 
No maior encontro de juventude Kaiowa e Guarani que se tem registro, cerca de 300 indígenas se reuniram entre os dias 21 e 24 e julho no tekoha Takuaraty/Yvykuarusu, em Paranhos (MS), fronteira com o Paraguai, para realizar a Retomada da Aty Jovem (RAJ). 
 
Batizada assim por um coletivo de jovens indígenas, a RAJ nasce das grandes assembleias do Aty Guasu Guarani e Kaiowa, e vem ao encontro das últimas mobilizações indígenas na ocupação de seus territórios tradicionais. 
 
Para os não-indígenas, a Aty Jovem parecia uma grande incógnita: 90% das falas foram feitas em Guarani, como de costume nas reuniões do Aty Guasu. Assim, era possível observar, enquanto se aguardava uma síntese em português dos debates, uma harmonia interessante na composição do encontro: rezadoras e rezadores muito velhos - o mais idoso ali tinha 93 anos -, lideranças mais experientes e os jovens todos.
 
Também era visível que, entre os participantes, estavam filhos, netos e sobrinhos das lideranças assassinadas no contexto da luta pela terra - como, por exemplo, os netos de Nízio Gomes, morto em 2011.
 
Estavam, também, jovens que redigem as cartas públicas escritas pelas comunidades - como a antológica carta de resistência de Pyelito Kue, de 2012: o jovem que sofreu na pele o que estava ali descrito, e que ajudou a comunidade a detalhar em um pedaço de papel que correu o mundo, estava li reunido.
 
Os jovens vivem profundamente a "zona de transição" interétnica entre os Guarani e Kaiowa e os não-indígenas: vão à escola na cidade, trabalham em fazendas e frigoríficos, consomem no comércio local, vão ao banco, hospital, universidade; são professores, agentes de saúde.
 
Enfrentam o preconceito cotidiano e estrutural, fazem rap, aprendem a rezar para ser ñanderu e ñandesy. Mantém-se umbilicalmente ligados ao fermento Kaiowa e Guarani: a retomada dos tekoha, os lugares sagrados onde vivem seus antepassados. Este era o tom do encontro: a terra é uma necessidade.
 
 
E isto está estampado em fatos trágicos: entre as quase vinte pessoas baleadas nos últimos dois meses, no contexto da luta pela terra, metade eram indígenas com idade entre 12 e 20 anos. As novas retomadas na região de Caarapó são majoritariamente compostas de jovens que, impulsionados por rezadores e parEntes antigos, constroem tendas de madeira e resistem ali, mirando a demarcação territorial. Aliás, Clodiodi de Souza, assassinado a tiros por fazendeiros no Massacre de Caarapó, era jovem, como lembra a carta final do encontro da RAJ. Eram estes - os filhos daquelas pessoas, os filhos mais novos das terras desejadas - que, reunidos em Paranhos retomaram o movimento de juventude Kaiowa e Guarani do Aty Guasu.
 
Leia a carta final do encontro da Retomada da Aty Jovem (RAJ).

Leia Mais


> O massacre de indígenas e o silêncio do governador de Mato Grosso do Sul


Ação do MPF tenta garantir salário maternidade a mães indígenas no PA

Salário beneficiaria mães das etnias Munduruku e Sataré Mawé. Segundo o MPF, critério de idade é adotado pelo INSS para negar benefício.

Foto Ilustração de  mãe da etnia Munduruku _ Ana Mokarzel



Do G1 PA
 
A Justiça Federal em Itaituba, no sudoeste do Pará, recebeu nesta quarta-feira (27) uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) para garantir a concessão do salário-maternidade para as mães indígenas das etnias Munduruku e Sataré Mawé dos municípios de Jacareacanga, Itaituba e Aveiro, nas regiões sudoeste e oeste do Pará.

Segundo o MPF, o benefício vem sendo negado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com aplicação do critério de idade que impede a concessão para mães menores de 16 anos, mas o MPF alega que o ordenamento jurídico brasileiro impede a aplicação do critério aos povos indígenas. O G1 entrou em contato com o INSS e aguarda posicionamento.

A ação do MPF ressalta que a maternidade entre as mulheres indígenas se inicia em idade anterior àquela que a sociedade entende como precoce e a constituição garante o respeito às práticas culturais dos povos tradicionais, o que impediria o Estado brasileiro de estabelecer aos índios que preencham requisitos estranhos à sua cultura para poderem ter acesso aos benefícios previstos em lei.

O MPF pede ainda que o INSS seja proibido de aplicar o critério de idade sob pena de pagar multa de R$ 1 mil a cada benefício recusado.

No entendimento do Grupo de Trabalho de Saúde Indígena, que trata de povos indígenas e tradicionais no do MPF, as crianças e adolescentes indígenas devem ter garantidos todos os direitos sociais estabelecidos na Constituição, entre eles, o salário-maternidade, independentemente da idade do beneficiário, cabendo aos órgãos públicos a observação dos costumes e tradições de cada comunidade. Ler original aqui.

27 de julho de 2016

Secretário Rodrigo Rodrigues recomenda ao coordenador do DSEI- MS suspensão temporária de atos de nomeações e exonerações

com Tereza Amaral
 
O  Secretário Especial de Saúde Indígena (Sesai), Rodrigo Rodrigues, expediu documento, hoje, "recomendando"  Edmilson Canale - nomeado numa manobra política no lugar de Lindomar Ferreira - a suspender atos de nomeações e exonerações. Segundo uma liderança, mesmo sem ter sido empossado  Canale já estava exonerando a equipe de Lindomar Ferreira.
 
Leia Memorando abaixo:
 
 

A medida é um avanço nas negociações dos cerca de 50 caciques e líderes das etnias  Terena e Guarani-Kaiowá, no terceiro dia na capital federal, representando os povos Ofaié, Kinikinau e Kadiwéu que também reivindicam  a recondução de Lindomar Ferreira ao cargo de coordenador daquele distrito.
 
Leia Mais
 



 
 
 

 

 

 
 

 

Kaingang iniciam autodemarcação da TI Rio dos Índios, em Vicente Dutra (RS)

 
Kaingang enterra marco da autodemarcação da TI Rio dos Índios _ Fotos Cimi
 
 
Depois de bloquearem a rodovia RS 150 durante toda a terça-feira (26), a comunidade Kaingang da Terra Indígena (TI) Rio dos Índios (Kanhgág Ag Goj, em Kaingang) partiu, na manhã desta quarta-feira, 27, para a autodemarcação de seu território tradicional, já reconhecido, identificado e declarado e aguardando a homologação desde 2004.
 
A polícia está na área e acompanha a movimentação dos indígenas. Pela manhã, os indígenas bloquearam as duas vias de acesso à comunidade; ocuparam uma nova área dentro do território tradicional, onde fizeram um ritual pela manhã e onde já estão erguendo casas.
 
Afirmam que não tiveram nenhuma resposta para a mobilização de ontem e que, se o governo não se manifestar hoje, eles permanecerão no espaço, realizando a ocupação permanente da área e avançando sobre o restante do território. Os Kaingang exigem ainda que os pequenos agricultores sejam indenizados e o Incra faça o reassentamento.
 
"A cada dia que passa, vamos avançar. Se o governo não der sinal de resolver a questão, nós vamos fazer a demarcação por nossas mãos. Não vamos esperar mais 30 anos. A pressa é do governo agora, e se houver qualquer conflito, a culpa é deles; nós já esperamos demais. Já estamos levantando as casas nesse outro pedaço do território que estamos ocupando agora", afirma Luís Salvador, cacique da TI Rio dos Índios.
 

26 de julho de 2016

DSEI-MS: Exoneração de Lindomar Ferreira não passou por análise do Ministério da Saúde

Segundo lideranças, a troca foi feita pela Casa Civil atropelando o Ministério da Saúde. Neste momento líderes estão em reunião a portas fechadas na sede do órgão.
 
Fotos _ Conselho do Povo Terena

 
Conselho do Povo Terena
com Tereza Amaral
 
Após 24 horas de espera, uma comissão de lideranças está neste momento reunida, a portas fechadas, com representantes da Casa Civil  e o ministro interino da Saúde, Ricardo Barros, na sede do órgão, em Brasília.
 
Em reunião anterior com o   Secretário de Saúde Indígena (Sesai), Rodrigo Rodrigues, membros do Condisi-MS, Conselhos do Povo Terena, Aty Guasu, do Povo Kinikinau e representantes do Conselho Nacional de Política Indigenistas (CNPI)  exigiram  uma explicação sobre a nomeação de Edmilson Canale, ontem, ocupando o cargo de Lindomar Ferreira no Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul (DSEI-MS).
 
Segundo lideranças, a troca foi feita sem consulta ao Ministério da Saúde. Rodrigo Rodrigues declarou que não estava sabendo da substituição e "iria buscar informações concretas, tendo em vista que a decisão surgiu da Casa Civil sem passar por análise do Ministério de Saúde".
 
Surpresa
 
Os líderes foram pegos de surpresa e ocuparam a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), em Brasília, exigindo a revogação da portaria de exoneração de Lindomar Ferreira, uma vez que a ida à capital federal foi para protestar contra a municipalização da saúde indígena e entregar documento de repúdio contra Wanderlei Guenka, cujo nome está cotado para assumir cargo na Sesai.
 
Guenka responde, segundo o Conselho do Povo Terena, a 23 processos por improbidade administrativa em sua passagem pelo Dsei do Mato Grosso do Sul. Ler  aqui. 

Sem ouvir os membros dos conselhos indígenas do Mato Grosso do Sul, o governo substituiu Lindomar Ferreira, nomeando Edmilson Canale que é aliado político da deputada estadual ruralista Mara Caseiro (PSDB).


Leia Mais

>Indígenas ocupam Sesai exigindo revogação de portaria e contra a municipalização da saúde 



 

Indígenas ocupam Sesai exigindo revogação de portaria e contra a municipalização da saúde

 
 
Caciques e lideranças dos povos Terena e Guarani e Kaiowá ocuparam no fim da tarde desta segunda-feira, 25, o primeiro andar do prédio do Ministério da Saúde, em Brasília (DF). Os indígenas afirmam que só dissolverão a ocupação após o ministro da Saúde revogar portaria de exoneração de Lindomar Terena do cargo de coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
 
A ocupação reivindica também a revogação da portaria que nomeou Edmilson Canale para o cargo do Terena. De acordo com os indígenas, Canale possui relações estreitas com a deputada estadual ruralista Mara Caseiro (PSDB). “Estávamos vindo para Brasília na verdade para protestar contra a proposta de municipalização da saúde indígena quando fomos pegos de surpresa pela notícia de que estavam tirando o Lindomar”, explica Getulio Juca Guarani e Kaiowá, da Reserva Indígena de Dourados.
 
O Terena foi levado ao posto de coordenador do DSEI por força de organizações indígenas dos povos do Mato Grosso do Sul, caso do Conselho do Povo Terena, a Aty Guasu, Grande Assembleia Guarani e Kaiowá, e o Conselho do Povo Kinikinau. Houve polêmica, no entanto. Durante dois dias, lideranças Terena, Guarani e Kaiowá, Kadiwéu, Ofaié e Kinikinau discutiram e Lindomar seguiu como o coordenador. A decisão do governo pela exoneração, segundo as lideranças presentes na ocupação, desconsidera as instâncias de decisão destes povos.
 
A comitiva de indígenas levou ainda uma moção de repúdio contra o nome de Wanderlei Guenka, que almeja assumir cargo na Secretaria Especial e Saúde Indígena (Sesai) - o sujeito responde a 23 processos por improbidade administrativa na passagem pelo Dsei do Mato Grosso do Sul. “A caravana do Mato Grosso do Sul veio reforçar e trazer nossas demandas até Brasília, e para nossa surpresa, na metade do caminho, fomos surpreendidos que ocorreu a exoneração do companheiro Lindomar. Isso fez com que o grupo se mobilizasse de uma forma mais radical, e agora nosso propósito é buscar a revogação da outra nomeação e a volta de Lindomar”, explica o cacique Genivaldo Campos Terena, da aldeia Córrego do Meio, município de Cidrolândia.
 
 
"Vínhamos buscar o diálogo com o governo, mas fomos pegos de surpresa, e isso caracteriza que o governo não quer o diálogo com a população indígena, não tem respeito pela população indígena, e por essa e outras razões decidimos ficar aqui. Fechamos aqui, queremos ter essa fala com o ministro da Saúde, e enquanto não tivermos, não vamos nos deslocar. Se ele que fez esse alvoroço todo, ele que venha aqui nos dizer quais as reais razões da exoneração do Lindomar. Queremos uma resposta do governo”, afirma cacique Genivaldo Terena.
 
Municipalização da saúde indígena
 
"A população indígena é totalmente contrária a essa ideia da municipalização, pois nós não somos bem atendidos pelos municípios onde vivemos. Eles dizem que quem cuida de índio é a Funai, então, não vão cuidar da saúde, ter a capacidade de gerenciar isso”, destaca cacique Genivaldo. E essa pauta também está acoplada à ocupação. As lideranças e caciques querem conversar com o ministro da Saúde Ricardo Barros para o regresso às aldeias com alguma garantia de que a municipalização não irá ocorrer.
 
"Estamos trazendo a nossa dificuldade de todas as aldeias do Mato Grosso do Sul, pois precisamos do apoio daqui na questão da saúde. Nossa situação está muito precária”, diz Getulio Guarani e Kaiowá. O indígena afirma que ainda anão ouviu um parente ao menos falar a favor da municipalização. Getulio destaca que os problemas de acesso à água e ao atendimento de saúde não serão resolvidos pelo município; ao contrário, deverá piorar: se para a população não-indígena esses problemas não são resolvidos, imagina para os povos indígenas alvos de preconceito e racismo nas regiões.
 
De Yvy Katu, a Guarani Leila Rocha denunciou a falta de estrutura da Sesai - uma única ambularia atende a cinco áreas indígenas no cone sul do estado. “Não podemos aceitar que a Sesai nos desrespeite assim: fala em municipalização da saúde sem consultar os indígenas, exonera o parente Lindomar sem passar por nenhuma instância dos nossos povos”, se revolta Leila Guarani.
 
A agenda dos indígenas na Sesai estava marcada para às 14h, mas somente três horas depois as lideranças foram atendidas. Cerca de uma hora depois, o chefe de gabinete do Ministério da Saúde, Roberto Vanderlei Rebello Filho, recebeu os indígenas e protocolou o recebimento de uma carta escrita pelos caciques e lideranças com as reivindicações. Os presentes frisaram ao chefe de gabinete que se nenhuma medida for tomada pelo Ministério da Saúde, mobilizações mais intensas ocorreriam envolvendo a pauta reivindicatória. A noite só estava começando.

25 de julho de 2016

Povo Ka'apor pede providências quanto ao sequestro de jovem por madeireiros e afirma seguir com guarda



Assessoria de Comunicação - Cimi

"A gente não aceita que o governo mande e controle a gente. Governo quer destruir nossa organização e o nosso jeito de proteger a Floresta. A gente não aceita”. Essas são as palavras das lideranças Ka'apor, do Maranhão, ao governo federal. A revolta dos indígenas ainda é maior porque Iraúna Ka'apor segue sob o cárcere de madeireiros, que a sequestraram, há mais de dois meses, durante invasão à aldeia em que a jovem de 14 anos mora.
 
Em carta dirigida às autoridades públicas, os Ka'apor dizem: “Lutamos sozinhos durante esses anos, enfrentamos e expulsamos madeireiros. Por causa disso, mataram 5 lideranças, agrediram e atiraram em nossos guardas florestais, invadiram duas aldeias, madeireiros sequestraram Iraúna Ka’apor”.
 
Diante das tentativas da Fundação Nacional do Índio (Funai) de destituir a Guarda Florestal Ka'apor, alegando que ela gera represálias contra as aldeias, os indígenas são taxativos: seguirão protegendo a Terra Indígena Alto Turiaçu na medida em que o governo federal não o faz.
 
Leia a carta na íntegra:
 
Não aceitamos ser tutelados, estamos organizados....Respeitem nosso jeito de ser, viver e se organizar em nossa casa, nosso território e proteger nossa floresta”
 
Nós povo Ka’apor sabemos cuidar, viver e proteger nosso território, cultivamos a vida e fazemos isso a mais tempo do que os livros dos Kamara contam. Fazemos a nossa parte, mas o governo ainda não fez a parte dele. Ficamos ameaçados se o governo não faz a parte dele e ainda fica interferindo em nossa organização e não respeita nossos direitos. 
 
Por isso a gente quer falar um pouco para o Brasil o que acontece com a gente, por que lutamos e não aceitamos mais ser mandado e controlado pelo governo.
 
A Terra Indígena Alto Turiaçu é uma pequena parte do grande território que a gente vivia antes ser invadido, tomado a força da gente, perseguindo e matando nossos parentes, e o
governo nem consultou a gente. Por isso que a gente continua lutando pra não perder o que temos.
 
Lutamos sozinhos durante esses anos, enfrentamos e expulsamos madeireiros. Por causa disso, mataram 5 lideranças, agrediram e atiraram em nossos guardas florestais, invadiram duas aldeias, madeireiros sequestraram Iraúna ka’apor, estão ameaçando matar mais de 8 lideranças e apoiadores de nossa luta em defesa de nosso território. Tudo isso denunciamos para os órgãos do Estado, para Funai, IBAMA, para Policia Federal, MPF em São Luís e para relatora da ONU em Brasília.
 
Agora nossos inimigos não conseguem entrar com tratores, jericos, motosserras, caminhões, atirar na gente. Estão usando funcionários da Funai e de outros órgãos do governo do Estado para dividir nossas lideranças, tirar nossa atenção de proteger nosso território, acabar com nossa organização e jeito de proteger nosso território. Eles estão fazendo reuniões, falam mal de nossa organização, querem tirar Itahu Ka’apor da CTL Zé Doca, acabar como nosso Conselho de Gestão Ka’apor, tomar e controlar nossa associação, afastar nossos apoiadores e parceiros, prometendo dar estrutura para aldeias e mudar o jeito de trabalho dos Ka’apor. Eles deveriam seguir o que o juiz mandou que é criar bases de vigilância e fiscalização em nosso território, prender os assassinos que mataram nossos parentes esses anos, investigar o sumiço de nossa parente Iraúna Ka’apor, dar condições para os Kamara que moram perto de nosso território viverem bem para não explorar nosso território.
 
Desde 2009 a gente vem organizando nossa educação, saúde, assistência, protegendo com mais força nosso território e melhorando nossa alimentação. Em dezembro de 2013, em nossa assembleia, decidimos voltar nossa forma tradicional de se organizar, decidir, proteger nosso território e viver sem ameaçar e destruir a floresta. Criamos o Conselho de Gestão Ka’apor que representa nossos antigos TUXÁ. Nossos Tuxá são guerreiros, guardam nossos costumes, nossa cultura original, trabalham para nosso povo servindo e protegendo nossa cultura e território. Nessa assembleia escolhemos um grupo de lideranças. A gente vem acompanhando o trabalho de todos.
 
Criamos um Acordo de Convivência interno que diz que nosso povo, nossas lideranças não podem falhar com nossa cultura e adotar a cultura, costumes dos Kamará que enfraquece nossa cultura, nossa vida e ameaça nosso território.
 
Não vamos aceitar que essas pessoas que chegaram no final do ano passado destruam nosso trabalho e organização que construímos com suor, muita luta pra melhoria de nossa vida. Assim como não aceitamos os ataques contra nossos parentes Guarany Kaiowá, Tupinambá, Munduruku, Pataxó Hãhãhãe, Gamela e outros.
 
Nosso Conselho de Gestão Ka’apor visitou, consultou e reuniu com a maioria dos conselhos das aldeias e todos decidiram que:
 
1. O nosso Conselho de Gestão Ka’apor quem escuta e decide pelo nosso povo;
2. Manter e continuar criando Conselho nas Aldeias;
3. Manter e ampliar nossa Guarda Florestal Ka’apor;
4. Manter e ampliar nossos Ka’a usak ha ta – Áreas de Proteção Ka’apor com sistemas solares;
5. Manter e ampliar nossos Agentes Agroflorestais Ka’apor;
6. Manter e ampliar nossas experiências de Agrofloresta Ka’apor em nossas áreas de Proteção valorizando nossa cultura tradicional para a criação de nossa Ma’e Hain rok (Casa de Sementes);
7. Manter nosso Centro de Formação Saberes Ka’apor como espaço de Educação e Formação Ka’apor;
8. Manter nosso jeito de Educar e organizar como orienta nosso Projeto Pedagógico e Curricular Ka’apor;
9. Manter e maior respeito aos nossos Gestores de Educação Ka’apor;
10. Manter nossa participação na Gestão de nosso Polo Base de Saúde Indígena com orientação de nosso Pajés;
11. Manter Itahu Ka’apor na Coordenação Técnica Local e Gestor em nossa Assistência Social; Manter as parcerias e apoios na educação, saúde e proteção territorial;
 
Manter a gestão territorial e ambiental pelos Agentes Agroflorestais e Guardas Florestais Ka’apor.
Não aceitamos que funcionários do governo mande, controle, divida e destrua nosso povo e nossa organização.
 
Não aceitamos nenhum golpe! Vamos continuar lutando em defesa de nossa autonomia, floresta e território!
Aldeia Ximborenda, 17 e 18 de julho de 2016.
Conselho de Gestão Ka’apor.
Conselho da Aldeia Ximborenda,
Conselho da Aldeia Waxiguirenda,
Conselho da Aldeia Zé Gurupi,
Conselho da Aldeia Bacurizeiro,
Conselho da Área de Proteção Jumu’eha renda Keruhu ou Centro de Formação Saberes Ka’apor,
Conselho da Área de Proteção Ywyãhurenda,
Conselho da Área de Proteção Ypahurenda,
Conselho da Área de Proteção Jaxipuxirenda,
Conselho da Área de Proteção Eirhurenda,
Conselho da Área de Proteção Akadju’yrenda,
Lideranças Aldeia Capitão Mirá,
Lideranças Aldeia Piquizeiro,
Lideranças Aldeia Cumaru,
Lideranças da Área de Proteção Tawaxirenda.

LUTO! Jovem Terena da aldeia Limão Verde (MS) morre atropelado ao voltar do futebol; motorista foge sem prestar socorro

Por João Humberto em Campo Grande News
 
O indígena Nikini Douglas Nelson Moraes, de 19 anos, morreu atropelado neste domingo (24), às 18h40, quando voltava de uma festa para a casa localizada na aldeia Limão Verde, em Amambai. O acidente aconteceu no km 238 da MS-156, sendo que o motorista fugiu sem prestar socorro à vítima.
 
Conforme informações do boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Polícia Civil de Amambai, Nikini morreu de traumatismo craniano. Testemunhas relataram a policiais que o índio estava cruzando a rodovia quando foi atropelado por automóvel de cor preta, que trafegava no sentido Tacuru-Amambai.
 
Não há informações sobre o modelo do veículo que atropelou o indígena e nem se o motorista é homem ou mulher. No site A Gazeta News há a informação de que Nikini retornava de torneio de futebol realizado numa comunidade rural perto da aldeia.
 
Equipes da Polícia Civil e da PRE (Polícia Militar Rodoviária Estadual) estiveram no local do atropelamento realizando os levantamentos de praxe.
 
NOTA
 
Este Blog alterou título, mantendo matéria na íntegra. Ler original aqui.

Índio usa arte em exposição para alertar sobre a exploração da AM

 
Obras expostas tentam despertar público para a preservação da floresta. Artista indígena afirma que levará mensagem para todo o país.



 A exposição de Jaider Esbell  ficará aberta na UFPI até
 o dia 31 de julho. Foto _ Arquivo Pessoal

Do G1 PI
 
Uma exposição aberta no Centro de Ciências da Educação (CCE) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) tenta chamar a atenção das pessoas para os processos de exploração e degradação da região Amazônica através de obras de arte. As peças são confeccionadas e expostas pelo índio Jaider Esbell, da etnia Makuxi e natural de uma comunidade na reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima.
 
A UFPI é a segunda universidade do Nordeste a receber a exposição, que deve percorrer todo o país após passar pelo Piauí. Ao todo são 16 peças com mensagens que permitem ao público ativar a imaginação e refletir sobre a importância da preservação da Amazônia. A exposição é intitulada de “It Was Amazon - Era uma vez Amazônia”.
 
Exposição em Teresina reúne 16 peças do autor
indígena _  Foto Gustavo Almeida/G1




 
Em entrevista ao G1, Jaider Esbell disse que sua relação com a arte vem desde a infância e que sempre procurou defender a preservação da natureza e dos povos indígenas. Ele saiu da comunidade onde nasceu, a 200 km de Boa Vista, quando tinha 18 anos, fez curso superior e especialização, mas conta que sempre manteve uma relação de fidelidade com suas origens.
 
“Essa minha relação com arte começou ainda quando eu tinha seis anos, na minha comunidade. Eu vivo a plenitude na natureza e a vida saturada da cidade. Minha mensagem é um trabalho de conscientização sobre essa exploração generalizada da Amazônia e tenta mostrar que esse é um problema que impacta diretamente na sociedade. Todo mundo diz que ama a Amazônia, mas nada fazem”.
 
Peças tratam sobre a exploração da Amazônia, diz autor (Foto: Gustavo Almeida/G1)
Peças tratam sobre a exploração da Amazônia, diz autor_ Foto Gustavo Almeida/G1)
 
Foto Gustavo Almeida/G1
A conturbada relação do desenvolvimento com a agressão à natureza é bastante abordada pelo índio artista plástico. No espaço onde ocorre a exposição, algumas frutas foram colocadas para lembrar a valorização da agricultura familiar diante da expansão desenfreada da produção agrícola nas terras amazônicas. Segundo ele, um dos objetivos é justamente causar impacto e despertar o sentimento de que algo precisa ser feito.  
 
“Eu busco proporcionar a socialização através da arte. Em muitas pessoas a gente percebe o impacto e o semblante de perplexidade e um dos objetivos é exatamente fazer com que a pessoa se veja como um agente potencial transformador dessa realidade. Hoje em dia as pessoas estão entrando em parafuso muito rápido e nós só vamos melhorar quando melhorarmos nossa relação com o dinheiro”, falou.
 
 Quem visita a exposição confessa que as obras de arte realmente despertam a imaginação e chamam atenção pela forma como transmitem a mensagem ao público. A piauiense Elizete Lopes, formada em artes na própria UFPI, ficou encantada com a riqueza de detalhes nas obras de Jaider Esbell. Ela levou a sobrinha que também se encantou com as peças.
 
Elizete Lopes conferiu a exposição na UFPI
Foto _ Gustavo Almeida/G1
“É muito válido essa perspectiva dele de mostrar essa problemática através da arte. A mensagem transmitida é muito legal. Esse tipo de exposição é muito bom porque além da gente se enriquecer com o trabalho do outro, ainda ganhamos uma nova visão. É uma pena que nem todos têm essa consciência. Se pudesse eu ficaria aqui o dia inteiro”, afirmou.
 
 Além de artista plástico, o índio Jaider Esbell é geógrafo, especialista em meio ambiente, escritor e produtor cultural. Em 2016 ele abriu mão do emprego no qual era concursado em Roraima para se dedicar exclusivamente às obras de arte e continuar levando sua mensagem para o país. Esbell foi indicado ao Pipa 2016, considerado o mais relevante prêmio brasileiro de artes visuais.
A exposição It Was Amazon ficará aberta na UFPI até o dia 31 de julho. Leia matéria original aqui.

Amazônia Legal em Foco - TA

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