9 de setembro de 2015

"Advogada do Diabo" que considera a CNBB " Braço Demoníaco da Igreja Católica" concede entrevista ao Campo Grande News e peca sobre fatos do MS

Créditos de Fotos abaixo*
Por Tereza Amaral

A advogada Luana Ruiz Silva, filha da presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Antonio João não rompeu "O Silêncio dos Inocentes" produtores rurais do Mato Grosso do Sul, conforme noticiado, ontem, no Campo Grande News (link da matéria abaixo). A sua mãe concedeu entrevista ao jornal espanhol El País. Ler AQUI.

Na entrevista de Luana Ruiz, e vale ressaltar que através de áudio encaminhado ao Campo Grande News, a advogada dublê de produtora rural disse que a "lei garante a defesa ao direito de propriedade até mesmo com o uso de arma". Verdade! Só que ela  esqueceu de dizer que o MPF do Mato Grosso do Sul está investigando organização paramilitar no Caso Semião Vilhalva.

Filha do casal Pio Queiroz e Roseli Maria Ruiz, donos de uma das fazendas retomadas que incidem na Terra Indigena Ñanderú Marangatú, palco do ataque que resultou no assassinato de Semião Vilhalva, a advogada concedeu a entrevista dividida em tópicos.

Para uma operadora jurídica, ela peca na matéria ao considerar que as mortes de indígenas Guarani-Kaiowá e Terena são “bandeiras” de ONGs, entidades em defesa dos direitos indígenas, sites e o que é revestido em irrealidade: ainda nega o genocídio.“Não existe genocídio, não existe assassinato de índio por produtores rurais. Essas entidades e sites indigenistas usam essas mortes como bandeira e debitam na conta do produtor rural, mas o fazendeiro não mata índio”, diz à reportagem. 

Precisa em nomes de líderes que encharcaram com sangue brutalmente assassinados em seus tekohas, a advogada não é igualmente precisa quando o assunto é documentação comprobatória, por exemplo, ao afirmar que o cacique Marcos Veron era paraguaio. E fala  termos como defunto - o que diriam os grandes penalistas (?) - sobre sumiço de corpos, tendo mencionado o da liderança assassinada Nisio Gomes.
- “E eu pergunto: cadê o corpo? Cadê o sangue? Cadê a bala? Não existe assassinato sem defunto (sic). Não existe crime sem materialidade. Estão debitando na conta do produtor rural um suposto assassinato que sequer existe cadáver”.

Acostumada a atacar o Cimi, CNBB, a quem considera "o braço demoníaco da Igreja Católica", ONGs - não nomeia -  a quem chama de "criminosas", a advogada do diabo (?) diz, ainda, que os assassinos são os indígenas.

E numa manobra - esquecendo que os tempos são outros, sobretudo, com as redes sociais  - coloca sob suspeição o recente Caso Vilhalva. Mesmo não sendo perita criminal, ela diz ser “uma morte muito suspeita. Índios do lado do rio, produtores do outro lado, na estrada, no meio a polícia. Ouve-se um tiro no meio do mato e vem falar que foi produtor rural que deu o tiro?"

Ainda na matéria afirma que há dúvidas."Pegaram o corpo, o deputado Mandetta, que é médico, disse que corpo estava duro (sic)."  Ler original da matéria em Campo Grande News AQUI.

Leia Mais

> Polícia confirma que tiro na cabeça matou indígena em Antônio João

> Autópsia indica que índio morreu no dia da retomada de 2 fazendas

* Fotos _ protestos em Brasília (Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal) e sede da Famasul (Tribunal Popular da Terra-MS), Identidade de Semião Vilhalva (Oswaldo Duarte), passeata (Arquivo Cimi), mãe chorando o filho no dia do sepultamento (site Outras Mídias), charge por Ribs (compartilhada em Facebook)


NOTA

'O Silêncio dos Inocentes' e 'Advogada do Diabo', ambos títulos de filmes, sendo este último Advogad(o) foram usados como forma de crítica e para reforçar como o real torna-se fictício na mão da impunidade no MS.
Este Blog disponibiliza espaço a quem queira se pronunciar sobre esta matéria.

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