8 de outubro de 2015

Pela fé o clamor: CPI do Genocídio Já!

Foto Ilustração Casa de Orações Guarani-Kaiowa _

Ministério da Cultura


Tereza Amaral

Templo cristão, Centro Espírita de Umbanda, Kardecista ou Casa de Reza? Em meio ao cântico "Pai Nosso Revolucionário nos alimente do pão das multidões", a Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul foi palco, ontem, do clamor Pela CPI do Genocídio.

Durante o ato ecumênico que contou com inúmeros líderes espirituais e indígenas daquele estado, o mundo teve a oportunidade de assistir em Tempo Real o que a mídia mostra timidamente. 


" Os atos contabilizados (violência), mandantes soltos e as imagens divulgadas romperam as fronteiras da clandestinidade", declarou Dom Roque Paloschio, Bispo da Diocese de Roraima, representante do Cimi - Conselho Indigenista Missionário, acrescentando "esperamos na CPI do Genocídio sobre o confinamento histórico dos Guarani-Kaiowá.

Dom Roque criticou a iniciativa da deputada Mara Caseiro sobre a CPI do Cimi (ler aqui). "Ela quer ser candidata e criar visibilidade com vistas à prefeitura de Dourados*. Se n
ós nos calamos as pedras grtarão", denunciou. Ele também criticou o não pagamento das indenizações pelo governo federal e o equivocado Marco Temporal do STF - Supremo Tribunal Federal).

Relatos

Imagens Printadas


"Não somos invasores. Nós precisamos da nossa terra de volta pra nossas crianças e todo o nosso povo", disse um cacique, indagando: P'ra onde vamos...p'ra outro país? Milícia mata nossos irmão. Quem mandante? Próprios fazendeiros". Com a voz embargada ele disse que o último ataque foi "muito intenso".

Um dos momentos mais emocionantes foi nas vozes femininas Guarani-Kaiowá. As indígenas Julia e Valdirene calaram o mundo..."os pitoleiros cortaram meu cabelo e ainda perguntaram se eu tinha dó de cortar", denunciou, acrescentando que a ameaçaram de morte e disseram o que iam fazer com seu irmão.


"A
í atiraram no meu irmão e cortaram o cabelo dela", disse Julia Gurani-Kaiowá, em um depoimento onde falou sobre a fome no tekoha - só comem salsichas - e clamou para que todos os presentes rezem por eles. O clamor pela CPI do Genocídio e contra a do Cimi ecoou naquela Casa Parlamentar. "Não somos incentivados por ninguém e queremos CPI. Temos nosso modo de viver e os brancos nunca vão entender", disse um líder se reportando ao pertencimento à terra.

Ocupação

Depois do ato ecumênico um cacique Terena anunciou a decisão dos indígenas em ocupar o prédio da Assembleia Legislativa até instalação da CPI do Genocídio. A decisão somente foi revista após o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Júnior Mochi (PMDB) e os parlamentares estaduais Pedro Kemp (PT) e João Grandão (PT) terem reunido com eles, tendo assumido um termo de compromisso. Foi protocolado requerimento pedindo a instalação da CPI do Genocídio (Ler http://www.cimi.org.br/site/pt-br/….). As lideranças prometeram retornar caso a promessa não seja cumprida.

* Errata
Prefeitura de Campo Grande. Dom Roque também
é o presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), além de Bispo de Roraima. “As pedras gritarão”(Lc 19,40). Este Blog havia escrito rolarão.

Um comentário:

  1. Que o Grande Espirito toque o coracao e a mente de todos e oucao as palavras de Jesus: Amai a Deus sobre todas as coisas e ao proximo como a si mesmo.Que desaparecao os odios;e reine a PAZ.Ahooo....

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