Por Fernanda Cruz, Repórter da Agência Brasil
"Elizeu Lopes, líder indígena, denuncia o envolvimento de fazendeiros e, inclusive, da polícia e de políticos locais nos ataques. Nos últimos dois meses, as tribos sofreram 12 agressões e pelo menos quatro foram mortos. Os pistoleiros e agressores utilizam armas de fogo, balas de borracha e promovem espancamentos".
Indígenas da etnia Guarani Kaiowá reclamam dos constantes ataques
de milícias armadas às comunidades do Mato Grosso do Sul. Nos últimos
12 anos, 390 índios foram assassinados no estado, de acordo com o
Conselho Indigenista Missionários.
Elizeu Lopes, líder indígena,
denuncia o envolvimento de fazendeiros e, inclusive, da polícia e de
políticos locais nos ataques. Nos últimos dois meses, as tribos sofreram
12 agressões e pelo menos quatro foram mortos. Os pistoleiros e
agressores utilizam armas de fogo, balas de borracha e promovem
espancamentos.
“Do último ataque
contra o Simão [Vilhalva], nós ficamos sabendo que tem investigação,
mas é muito lenta. A Polícia Federal foi rápida e comprovou que o corpo
foi baleado na cabeça”. Simão morreu no município de Antonio João, em
Mato Grosso do Sul.
A demarcação de terras é uma das principais
questões que levam ao conflito no campo. Atualmente, estão paralisados
os processos de demarcação e, assim, 45 mil índios precisam viver em
apenas 30 mil hectares.
Segundo Elizeu, por esse motivo os povos
indígenas passam a viver nas terras onde existe conflito, almejando mais
área livre. “Lá a gente tem pelo menos o espaço para produzir, para o
sustento próprio, para garantir o sustento e não depender de cestas
básicas.”
O líder indígena passou 15 dias na Europa pedindo ajuda
aos organismos internacionais. “Convidamos a relatora da ONU, Victoria
Tauli-Corpous, três vezes para vir ao Brasil, mas precisa que o governo a
convide para vir fazer essa visita. Queremos a vinda de uma comissão de
parlamentares europeus também, para ver toda essa nossa realidade”.
Uma
das reivindicações junto aos órgãos do exterior é que seja feita uma
investigação independente sobre os ataques paramilitares e também sobre o
problema do suicídio, que já matou 585 indígenas no estado durante os
últimos 12 anos. Ler Original AQUI , Exame.com, Jornal do Brasil, Brazil News , Último Segundo, EBC Agências, Correio 24 Horas, msn noticias, Obsidiana TV, A CRÍTICA.
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