“Para mim está muito claro que a o Cimi não tem participação nas ocupações de terra, é uma decisão dos próprios índios, fazer a demarcação por conta própria. Criaram a CPI do Cimi para tentar desviar as atenções do que realmente deve estar em foco”. Deputado estadual Pedro Kemp (PT - MS)
Foto _ /Wanderson Lara |
Por Tereza Amaral
Em matéria do MS Notícias (Ler original abaixo), o deputado estadual Pedro Kemp (PT) responsabilizou o clima de tensão
instalado naquela Casa Parlamentar envolvendo o deputado Paulo Correa (PR) e a liderança Sônia Guajajara, coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), na quinta-feira passada, à criação da CPI do Cimi.
“Toda essa confusão é culpa da criação da CPI do Cimi. Eu alertei que
essa CPI só ia inflamar ainda mais os ânimos entre os produtores e os
índios. Para mim está muito claro que a o Cimi não tem participação nas
ocupações de terra, é uma decisão dos próprios índios, fazer a
demarcação por conta própria”.
Kemp disse que a CPI do Cimi foi criada com vistas à desviar as atenções do que realmente deve estar em foco. “A manifestação ontem foi pacífica e os ânimos ficaram exaltados sem necessidade. Isso não vai chegar a lugar algum, a Casa tem que respeitar a democracia. Na próxima terça-feira (27) será apresentada uma solicitação dos 24 deputados sugerindo que o Estado utilize recursos da dívida que ele paga ao Governo para capitalizar um fundo na tentativa de resolver os conflitos”, adiantou Kemp segundo o MS Notícias.
Já o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Junior Mochi (PMDB) condenou, segundo o site, as discussões.“Se alguém se sentiu ofendido, deve ser feito
um requerimento para só então a mesa tomar as devidas providências.
Tudo aquilo que extrapola o limite do bom-senso é ruim, pois a
Assembleia abre a palavra para todo mundo para expor pensamentos,
convicções, mas tudo deve ser falado sem ofender ninguém”, destacou
Mochi num recado à guerreira Sônia Guajajara.
Sônia Guajajara (Apib) _ Foto Pela CPI do Genocídio |
Em seu pronunciamento naquela Casa, e representando 130 indígenas de diversas etnias, ela teve a coragem de anunciar da tribuna o lançamento
oficial da campanha internacional de boicote às principais comodities do
agronegócio brasileiro, dentre eles soja, carne e etanol, encharcados com o sangue indígena, haja vista as atividades econômicas são produzidas em fazendas que incidem em Terras Indígenas (TIs).
Em seguida, o ruralista Paulo Correa pediu um aparte e extrapolou: chegou ao absurdo de solicitar ao colega Junior Mochi “que exigisse da
oradora seu CPF, RG e endereço”. Vaias ecoaram como resposta na sessão. Como senão bastasse, a deputada Mara Caseiro (PTdoB), autora do
pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) se uniu a ele. A sessão
foi encerrada e quando os indígenas saíram foi reaberta. Fora da Assembleia, e entoando cânticos, protestaram com cartazes do boicote, escritos em Português, Inglês, Francês e Espanhol. Confira a seguir:
Ler MS Notícias AQUI.
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