Aldeias declaram estado de guerra em protesto contra a prisão de indígenas

Presos foram acusados de matar três homens em dezembro do ano passado no sul do Amazonas

Por José Maria Tomazela, Estado de São Paulo

Indígenas de várias aldeias das etnias tenharim e juiahui declararam-se em estado de guerra em protesto contra a prisão de cinco indígenas da etnia tenharim na quinta-feira, 30. As lideranças alegam que os índios são inocentes.

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Os presos foram acusados de matar os três homens que desapareceram na rodovia Transamazônica, no dia 16 de dezembro do ano passado em Humaitá, no sul do Amazonas. Os índios, entre eles dois filhos do cacique Ivan Tenharim, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal por trinta dias e foram levados para a superintendência da Polícia Federal em Porto Velho (RO).

A suspeita da polícia é que os três desaparecidos - o professor Stef Pinheiro, o representante comercial Luciano Freire e o técnico Aldeney Salvador - foram mortos em retaliação à morte do cacique. De acordo com o delegado Alexandre Alves, peças de um carro encontradas na reserva e depoimentos de várias testemunhas indicam que os homens foram sequestrados e assassinados pelos índios.

A força-tarefa, com integrantes do Exército, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal permanece em alerta na região e controla a Transamazônica no trecho que corta a reserva. O serviço de balsa no rio Madeira, suspenso na quinta-feira, foi retomado na manhã desta sexta-feira.

NOTA Amazônia Legal em Foco

A matéria já acusa os indígenas ('presos foram acusados...'), indo de encontro com recomendações da conduta ética que só considera alguém acusado após julgamento pela Justiça. Nunca noticiam e quando

o fazem é dessa forma e com manchete apelativa.