23 de janeiro de 2014

Índios Krikatis encerram interdição da MA-280 após acordo

Os índios da etnia Krikati encerraram a interdição da MA-280, no trecho entre os municípios de Montes Altos e Sítio Novo, localizados na Região Tocantina. Com a utilização de troncos de árvores e pedras os indígenas haviam bloqueado, há mais de 15 dias, a estrada para cobrar melhorias em várias áreas e ainda a retirada de não índios da área da reserva. Os índios também derrubaram duas torres da Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte) que passam na área da reserva.
O fim do movimento se deu após uma longa reunião realizada na tarde da terça-feira (21), na aldeia Jerusalém, da qual participaram representantes do governo do Estado, Procuradoria da República, da construtora responsável pela recuperação da rodovia, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e lideranças indígenas.
Segundo Eravan Pimentel, o representante da Funai na reunião, o Governo do Estado se comprometeu a cumprir o Plano Básico Ambiental. Pimentel ressaltou que ficou acordado que, entre outras providências, o governo do Estado vai recuperar a MA-280 no trecho que passa pelas aldeias, construir lombadas, guaritas, uma estrada vicinal ligando as três aldeias da área, além de uma cerca de extensão de 10 quilômetros para evitar que o gado dos Krikatis seja atropelado.
Durante o protesto, os índios cobravam, também, compensações pela operação das torres de alta tensão, instaladas na reserva, a mudança da gestão do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) no Maranhão, com a saída dos atuais coordenadores.
Com o acordo fechado, o trânsito de veículos voltou à normalidade na MA-280. Um grupo de soldados do Exército fazia a segurança de técnicos da Eletronorte que trabalham na recuperação das torres que foram derrubadas. A previsão de Pimentel, que atribui a informação a Eletronorte, a previsão é que no dia 2 de fevereiro as torres estejam recuperadas.
Indígenas 
As terras krikatis estão localizada nos municípios de Montes Altos e Sítio Novo, é banhada por rios e córregos das bacias do Tocantins (Lajeado, Arraia, Tapuio, entre outros) e Pindaré/Mearim. O primeiro destes importantes rios do Maranhão tem sua cabeceira principal dentro da terra indígena.
Em 2005, os krikatis habitavam em duas aldeias: São José (a maior e mais antiga) e Raiz, esta fundada poucos meses depois da conclusão da demarcação física da área em 1999. Havia ainda uma aldeia (Cocal) composta por alguns indígenas da etnia Guajajara casados com algumas mulheres krkatis.
O território Krikati foi declarado como terra indígena em 8 de julho de 1992, através da portaria ministerial nº 328. Esta portaria designou como posse indígena um total de 146 mil hectares. O tamanho das terras gerou diversos conflitos.
Segundo a antropóloga Delvair Melatti, os índios contam que a cidade de Imperatriz foi edificada em cima dos restos de uma grande aldeia dos Krikaterê, ocorrendo nessa ocasião uma dispersão para vários lugares por parte dos Pukobyê, dos Krikati e dos Apinayé.

*NOTA Quem souber o autor da Fotografia por favor nos avise para efeito de Crédito

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