6 de agosto de 2013

Munduruku: Dilma,Tapajós não será uma 'versão' de Belo Monte!

Por Tereza Amaral


A maior das batalhas que a presidente Dilma Rousseff nem imagina ter pela frente é o Complexo Tapajós (Ler sobrehttp://www.rets.org.br/?q=node/1783 ). E vai perder! O pior é que não somente no 'front' eleitoral , mas por execução oficial de vidas.
Longe de querer  isso - mas já temendo - porque os Munduruku são guerreiros (Ler sobre a etnia http://pib.socioambiental.org/pt/povo/munduruku ) e não aceitarão o projeto do governo em seu território, já tendo demonstrado isso em dois enfrentamentos, ocupando Belo Monte e dizendo um sonoro 'Não', em Brasília.
A diplomacia do cacique Txucarramãe Raoni - que o governo deveria se inspirar - não é a mesma a que assistimos da etnia que, se necessário,  creio que tombará para defender o futuro das sua gerações e a ancestralidade.
Será que não existe ninguém de bom senso para mediar esse campo minado? Não estamos em guerrilhas - da que a presidente participou bravamente para defender os ideais  que nos beneficiaram com a Democracia-, mas na iminência de uma guerra entre o seu governo e povos originários, ribeirinhos e pescadores.
Todo o início do projeto vem sendo marcado por violência, começando com o assassinato de um indígena pela PF na desastrosa Operação Eldorado, ocupações de Belo Monte,  estudos e sequestro de pesquisadores por invasão de território sem consulta prévia, desrespeito ao que dispõe a Carta Magna e a Convenção 169 da OIT.
Desde o último sábado - quando foram impedidos de participar de uma reunião em Jacareacanga , cuja população com 14,1 mil habitante possui uma elevada densidade demográfica indígena - com o prefeito do município e vereadores  ninguém, inclusive eu, consegue se comunicar com o 'silêncio dos guerreiros'.
Já passa da hora do governador do Pará, parlamentares estaduais levantarem das suas cadeiras confortáveis - legitimadas pelo voto popular -  e tentarem equacionar o que não queremos que aconteça. Não me reporto ao deputado ruralista federal que quis dividir o Pará, Giovanni Queiroz, por motivos óbvios.
Não pensem que farão no Tapajós Belos Montes...E até podem fazer, mas com mortes, manchando o rio com sangue de uma gente que tem no sangue um forte DNA  guerreiro. E entendam que estão dispostos a morrer para salvar o seu território sagrado que já vem sendo desrespeitado.
A partir de hoje me solidarizo com 'o silêncio dos Munduruku'...Não mais escreverei sobre, mas ficarei de olhos mais abertos AINDA!
Guerreiro Munduruku observando Belo Monte - Foto Autoria desconhecida


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