Na cena refeita constaou-se muitas marcas de sangue nas pedras à margem do rio, descartando
praticamente o 'parecer' do deputado Luis Henrique Mandeta (DEM)
Ele disse ter visto o corpo já em estado de rigidez
cadavérica com possibilidade de mais de oito horas de obito.
Fotos: Marcos Ermínio |
.
Campo Grande News
Priscilla Peres e Antônio Marques, enviado especial a Antônio João
A Polícia Federal chegou ao local de
conflito e fez, nesta tarde, perícia e reconstituição da morte do
indígena Kaiowá Guarani Semião Fernandes Vilhalva, 24, na fazenda
Fronteira em Antônio João - distante 279 km de Campo Grande. Pelo local,
há muitas marcas de sangue.
O
delegado da PF, Bruno Maciel, conta que junto de sua equipe foi até o
local hoje para fazer a perícia e a reconstituição do crime. Os índios
contaram como foi o momento da morte de Semião, que levou um tiro no
rosto quando estava próximo ao córrego Estrelinha, que divide a sede da
fazenda e as casas dos funcionários, agora ocupada pelos índios.
Maciel ainda disse que nesta semana quer mostrar resultados da
investigação feita por eles no local. Ontem a Polícia Civil também
esteve na fazenda para fazer perícia. Os irmãos de Semião contaram aos
policiais sobre como aconteceu o homicídio.
Mariano Vilhalba,
disse que eles estavam na casa dos funcionários durante o conflito,
quando disseram ao Semião que seu filho havia corrido para longe do
imóvel à margem do córrego estrelinha. "Mas quando ele chegou lá, foi
atingido por um tiro no rosto, que saiu na nuca. Eu sai correndo na
hora, para evitar que ele caísse no rio", conta o irmão, que acredita
que o tiro tenha vindo do outro lado do córrego, onde fica a sede da
fazenda.
Segundo os índios, assim que viram que Semião foi atingido, pegaram
seu corpo e o levaram até onde estavam os policiais, do outro lado do
córrego, próxima da casa da sede. Hoje, a cena foi refeita e pelo local
há muitas marcas de sangue nas pedras à margem do rio. O que,
praticamente, descarta o que o deputado Luis Henrique Mandeta (DEM)
disse ontem, que teria visto um corpo já em estado de rigidez
cadavérica, com possibilidade de óbito há mais de oito horas.
A
perícia fotografou todo o caminho com sangue e as imagens vão integrar o
inquérito de investigação desenvolvido pela Polícia Federal. Equipes da
PRF (Polícia Rodoviária Federal), Força Nacional e Exército estão no
local.
A reportagem apurou que a versão contada pelo deputado pode
cair por terra, considerando que ele nem chegou próximo ao corpo e
imagens de vídeo realizada pelos próprios índios no momento da morte do
Simeão mostra o corpo ainda mole e com muito sangue no rosto. Imagens
que serão entregues à Polícia Federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário