Indígenas protestaram durante a tarde. (Foto: Divulgação) |
Campo Grande News
Foto _ Fernando Antunes |
Hilário foi nomeado no ano passado, após reivindicação dos próprios indígenas do Estado solicitarem um índio para conduzir a Sesai, pois alegavam que não queriam um "branco" no comando. O atual coordenador é Kadiwéu da região de Porto Murtinho e completou um ano à frente da gestão. Na época, a sede da Secretaria chegou a ser alvo de vários protestos.
Segundo o coordenador técnico da Sesai, Wanderley Guenka, cerca de 130 lideranças indígenas tradicionais são contrárias que se mude a atual gestão. Guenka disse ainda que a manifestação foi organizada pelas próprias lideranças. "São lideranças das aldeias, caciques que não querem mudanças da atual gestão, pois na verdade os que querem mudança é um grupo aliado do PT e comandado por Delcídio e Zeca".
Em contrapartida, Lindomar Terena, cacique da aldeia Mãe Terra, no distrito de Miranda, disse a reportagem do Campo Grande News que foi uma vitória quando conseguiram colocar um índio à frente da Sesai, mas com o passar dos anos, aconteceram alguns desrespeitos com as lideranças. "O Hilário passou a confiança da Secretaria para um branco e ele começou a menosprezar as lideranças, não tem condições da permanência do Wanderley", diz.
Lindomar diz ainda que tentou por várias vezes falar com Hilário para que tirasse Wanderley da Secretaria, mas sem sucesso. “Desta forma, as lideranças decidiram pela saída do Hilário e do Wanderley. O Hilário não vai se sustentar nessa posição de coordenador”, afirma. Ele ainda denuncia que funcionários da Sesai foram forçados por Wanderley e por Hilário a fazer parte da manifestação, sob o risco de serem exonerados de seus cargos. “Agentes de saúdes e enfermeiros foram para a manifestação e deixaram as aldeias abandonadas”, declara.
Wanderley nega o fato de chamar funcionários para fazer parte da manifestação, ele afirma que quem organizou o protesto foram as próprias lideranças indígenas."As próprias lideranças que se prontificaram a participar nesta manifestação, não tem nenhum funcionário da Secretaria participando", acrescenta.
Ato
Os manifestantes se concentraram em frente a Sede do Sesai, localizada na Via Parque, depois seguiram para a Avenida Afonso Pena, Rua Ceará, e terminam a passeata em frente ao gabinete no senador Delcídio do Amaral, na rua Antônio Maria Coelho, em Campo Grande, onde eles vão reivindicar a permanência de Hilário.
Já o grupo que pede a saída de Hilário e Wenderley da Sesai, estão fazendo um documento que será encaminhado para o Secretário Especial de Saúde Indígena Antonio Alves, e para o ministro da saúde. "Estamos coletando assinaturas de caciques e fechando detalhes, acredito que até quarta-feira entregamos o documento", acrescenta Lindomar.
Delcídio do Amaral (PT), líder do governo no Senado e responsável pelas indicações dos nomes das lideranças à frente do Sesai, informou que foi procurado por caciques de várias regiões do Estado, se dizendo insatisfeitos pela administração de Hilário. Ainda segundo o senador, eles apresentaram três nomes, que serão apresentados ao Ministério da Saúde nesta terça-feira (25).
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