Somente meu pai (falecido em um incêndio) vai ficar aqui? Pode não! Eu não vou mais sair daqui. Índio usa só flecha e pistoleiro usa revólver. Tem 14 famílias aqui, não vou correr não. Terra do índio. Qualquer hora fazendeiro vai matar eu...quero imediata demarcação!
Por Tereza Amaral
Num palco grotesco com cenário marcado por mortes em incêndio, atropelamentos e envenenamento por agrotóxicos a pequena grande 'Dama' do tekoha Apyka'i, a cacique Damiana, diz em vídeo reiteradas vezes que vai resistir à ameaça da nova reintegração do seu território sagrado.
Com o apoio da Aty Guasu (Grande Assembléia dos Povos Guarani e Kaiowá) a cacique cresce como uma primeira bailarina em um balé, interpretando um cisne branco que alça voos na tentativa de se livrar do cisne negro...
Mas esta é a 'dança' de um drama real e só a primeira dama do país, a presidente Dilma Rousseff, pode escrever o final dessa história que vem sendo acompanhada por uma 'platéia' estarrecida no mundo inteiro.
Reafirmando resistência, a cacique denuncia constante presença de pistoleiros no local que, também, foi 'visitado' por fazendeiros. Na última investida, ela diz que o pneu do carro com os pistoleiros foi flechado. Foi a forma que os indígenas encontraram para mandá-los embora.
"O guarani usa só flecha, os pistoleiros usa revólver", a chefe indígena diz que defende as vidas de 14 famílias que moram na Apyku'i. E mais: "Qualquer hora o fazendeiro vem me matar aqui. Não vou sair não vou ficar aqui”, reafirma, acrescentando que não mais permitirá corte de cana nem uso de agrotóxico no local. Assista ao vídeo AQUI!
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