2 de setembro de 2015

Governo Dilma sabia da iminência do conflito que resultou na morte do Líder Semião Vilhalva (MS)

Foto _ Comissão De Direitos Humanos
Por Tereza Amaral 

Falta de aviso não foi. E com pedido de ajuda do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, deputado Paulo Pimenta. No últimos dia 29, as 8h36m, ele postou em sua página pessoal numa Rede Social "estamos alertando a tod@a o agravamento da situação no MS", tendo marcado Ministério da Justiça, Funai, Conselho Nacional de Justiça, Ministério Público Federal - MPF, Departamento de Polícia Federal - MJ, além da presidente Dilma Rousseff, dentre outros. "Urgente necessidade da presença efetiva das autoridades para evitar mais conflito e violência" escreveu postando matéria do Cimi

No mesmo dia, às 14h03m o grito de pedido de socorro ecoou na página da Aty Guasu. "URGENTE! Os mais de 200 pistoleiros armados, paramilitar das fazendas atacam a tiros, massacraram de forma terroristas às comunidades Guarani e Kaiowa - no tekoha Marangatu-Antonio João, neste momento às 12horas, dia 29/08/2015. Há massacre dos indígenas neste momento, coordenado pela fazendeira Rozeli Silva, sindicatos rural. Não sabemos ainda quantos indígenas são assassinados, torturados, feridos e agredidos. às 12horas chegaram mais de 200 pistoleiros armados e atacaram com tiros, violento e terrorista às crianças, mulheres, idosos indígenas neste momento no tekoha Ñanderu Marangatu. Voltaremos a qualquer momento para informar quantos indígenas foram mortos, feridos deste ataque genocida e terrorista dos fazendeiros contra os povos Guarani e Kaiowa no tekoha Ñanderu Marangatu-MS-Brasil".

E veio a confirmação fatídica: o jovem líder Semião Vilhalva foi barbaramente assassinado com um tiro no rosto.


Às 19h06m, o Conselho da Aty Guasu divulgou comunicado: "ATY GUASU DE LUTO. Nota de pesar de povos Guarani e Kaiowa. Com profunda tristeza comunicamos o assassinato de SIMÃO VILHALVA, dia 29/08/2015, no tekoha Ñanderu Marangatu pelos pistoleiros da fazenda Fronteira da Rozeli Silva, presidente sindicato rural, esposa de Pio Silva ex-prefeito de Antônio João. O ataque, massacre e assassinato indígenas foi planejado na presença de senador MOKA e outros políticos anti-indígenas, de manhã de hoje. INDÍGENA SIMÃO deixou esposa e filhos (as). De forma igual, já ocorreu no dia 24 de dezembro de 2005, essa mesma fazendeira Rozeli mandou assassinar indígena DORVALINO ROCHA. Pedimos JUSTIÇA! PUNIÇÃO AOS AUTORES E MANDANTES. DEZENAS DE LIDERANÇAS GUARANI E KAIOWA JÁ FORAM ASSASSINADAS PELOS FAZENDEIROS, MAS OS AUTORES E MANDANTES NÃO SÃO JULGADOS PELA JUSTIÇA DO BRASIL".

De lá p'ra cá - apenas quatro dias - o mundo clama por justiça. Na tarde de ontem, em Brasília, o deputado Paulo Pimenta que esteve três vezes no Mato Grosso do Sul, somente este ano, participou com indígenas do cortejo simbólico com lideranças da Aty Guasu. Eles estiveram no Supremo Tribunal Federal e protocolaram uma petição solicitando o fim da suspensão dos efeitos do decreto de homologação da Terra Indígena Ñanderú Marangatú que aguarda, há uma década, julgamento daquela Corte.


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Diante do genocídio em curso, as sociedades nacional e internacional estão acompanhando o caso e esperam - demonstram publicamente em manifestações nas redes sociais - que os mandantes e pistoleiros sejam severamente punidos. E também esperam a retomada dos processos demarcatórios dos tekohas que são reconhecidamente Terras Indígenas.

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