27 de janeiro de 2015

Indígenas Yanomami de Roraima continuam ocupando prédio da Sesai


Sesai (Foto: Emily Costa/ G1 RR)

Indígenas ocupam prédio da Sesai em Roraima desde
o dia 19 de janeiro (Foto: Emily Costa/G1 RR)



Eles dizem que só saem após exoneração da coordenadora do Dsei-Y.
Audiência pública teria sido cancelada; MS ainda não se pronunciou.



Há uma semana, mais de 50 indígenas da etnia Yanomami ocupam o prédio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) em Roraima. Eles invadiram o prédio para reivindicar a exoneração da coordenadora do Distrito Especial de Saúde Indígena Yanomami (Dsei-Y), Maria de Jesus do Nascimento, e alegam  que não há remédios e atendimento médico na área indígena.

De acordo com um dos líderes do movimento, Anselmo Yanonami, os indígenas permanecem no local até a exoneração da coordenadora. Eles entraram em contato com a Sesai e estavam aguardando um posicionamento do órgão na sexta-feira (23).

"Nós conversamos com a Sesai de Brasília e eles disseram que na sexta-feira nos dariam uma resposta, mas até agora nada. Enquanto eles não responderem, não vamos sair de lá. Permaneceremos com a nossa manifestação pacífica", disse a liderança.

Segundo Anselmo Yanomami,  uma audiência pública em Boa Vista, na qual estaria presente o secretário geral da Sesai, Antônio Alves, foi desmarcada por ele. "O secretário disse ter se sentido ameaçado e mandou cancelar a audiência. Não procede o medo dele. Ele pode vir para Boa Vista, pois não estamos aqui para agredir ninguém", argumentou.

Ele ressaltou ainda que mais de 300 comunidades indígenas estão a favor da manifestação e pedem melhorias nos serviços de saúde para os Yanomami. "Nós pedimos aos irmãos o apoio para a nossa causa, em prol do povo Yanomami. Pedimos a compreensão e reconhecimento da precariedade da saúde. Só quem sofre e chora conhece o que passamos", esclarece.

Apesar da ocupação do prédio, os indígenas afirmam que estão permitindo a entrada de todos os funcionários, com exceção da coordenadora Maria de Jesus. "Não estamos impedindo os funcionários de trabalhar. Só não queremos a entrada dela [coordenadora] no prédio", disse Anselmo Yanomami.

Sobre a audiência pública que teria sido cancelada pelo secretário da Sesai, o G1 entrou em contato com a assessoria de comunicação do Ministério da Saúde (MS) e aguarda resposta.

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