28 de fevereiro de 2014

Acorda! A Corja Muge desde o 'Leilão da Resistência' (Nome inadequado) no MS.

Flagrante mostra que discurso de ódio dolíder da bancada ruralista na Câmara, Luís Carlos Heinze, não foi um ato isolado
Por ISA


Em um novo vídeo que circulou nesta semana na internet, o líder da bancada ruralista na Câmara, deputado Luís Carlos Heinze (PP-RS), volta a desqualificar índios e gays e ofende também negros e trabalhadores rurais sem terra. A gravação foi feita no dia 7 de dezembro, em um leilão realizado em Campo Grande (MS) para arrecadar recursos para contratação de seguranças nas fazendas do estado.
O novo flagrante revela que o discurso de ódio de Heinze contra minorias não foi um "deslize" e pode ser considerado recorrente. No vídeo, ele diz que no gabinete do secretário geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, estão abrigados “índios, negros, sem terra, gays, lésbicas; a família não existe no gabinete deste senhor” (veja AQUI!).

Amazônia Legal em Foco alterou o título. Quem diz o que não deve precisa ler o que deve ser escrito!

Justiça manda União garantir médico e remédios a índios de reserva em MT

Também foi dado prazo para que seja feita análise 


da água da reserva. Há 3 meses, muitos indígenas 


tiveram conjuntivite, pneumonia e diarreia.



Carolina Holland

Do G1 MT



A Justiça Federal deu prazo de 60 dias para que a União mantenha em estoque os remédios necessários aos 
índios da etnia Enawenê Nawê que vivem numa reserva indígena perto de Juína, a 737 km de Cuiabá. A 
decisão inclui os itens que constam da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais e também aqueles que 
não estão na lista, mas que sejam prescritos por médicos. A multa para o descumprimento é de R$ 5 mil. A 
Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do governo federal, informou por meio de assessoria de 
imprensa que ainda não foi notificada da decisão.

A determinação judicial atende a pedido do Ministério Público Federal (MPF) feito em dezembro do ano passado, baseado em relatórios de fiscalização e em denúncias dos índios a respeito da situação da saúde na aldeia.
A União tem ainda prazo de 30 dias para analisar a água consumida pelos índios na região, porque existe a suspeita de que esteja transmitindo verminoses e outras doenças. No último mês de dezembro, muitos índios tiveram conjuntivite, pneumonia e diarreia. Somente de conjuntivite, foram registrados 180 casos atendidos em um mês.
 O governo federal terá também 30 dias para oferecer aos índios atendimento médico exclusivo e ininterrupto no posto de saúde da aldeia Halataikwa. O mesmo prazo é dado para que seja apresentado o planejamento para compra e reposição de remédios para os próximos seis meses e para estruturar o referido posto de saúde.
A Justiça mandou ainda que seja apresentado, em 60 dias, um cronograma sobre o andamento e o prazo para compra do terreno para a construção da sede de uma unidade de saúde para atender a outras duas etnias da região. Atualmente, os profissionais atendem dentro em um hotel alugado, onde fica instalada a unidade.




Belo Monte: Ensecadeira rompe e alaga canteiro de obra do Sítio Pimental

Foto _ Wellington Hugles
Por Wellinton Hugles,  Jornal de Tucuruí
A empresa Norte Energia, responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. no Rio Xingu em Altamira no Pará, está passando um grande sufocou pelo rompimento na manhã desta quinta-feira (27) de uma ensecadeira no Sítio Pimental, tudo em função ao grande volume de chuvas que castiga a região, mas, que devido ao cumprimento dos prazos para entrega da obra, os operários estão se desdobrando, continuando a trabalhando mesmo com os grandes riscos, como foi este do rompimento da barragem.
O incidente ocorreu durante a manhã desta quinta-feira (27), durante o início do turno de trabalho, inesperadamente a barragem do que foi construída (ensecadeira) para desviar o Rio Xingu no Sítio Pimental rompeu e inundou diversos pontos das casas de forças em construção.
As ensecadeiras são uma das partes mais polêmicas das obras de construções de hidrelétricas não sendo diferente em Belo Monte, haja vista ser elas responsáveis pela barragem provisória para desviar o Rio Xingu,  permitindo a construção das casas de forças complementares da usina.
A construção destas ensecadeiras foi alvo de diversos protestos de índios e pescadores, pois sua construção impede a passagem pelo rio, inviabilizando a pesca.
Até o final desta edição não foi repassada nenhuma nota oficial da Norte Energia com referência ao incidente ocorrido com o rompimento desta ensecadeira, mas foi confirmado que nenhum operário foi vitimado, apenas grandes e irreversíveis prejuízos materiais que poderão comprometer o calendário da conclusão da obra.Ver AQUI! Jornal de Tucuruí

Material reproduzido do Blog Combate ao Racismo Ambiental

Indígenas e quilombolas pedem inquérito criminal para investigar deputados que deram declarações racistas



Brasília – 27 de fevereiro de 2014, CIMI

Uma comitiva de quarenta indígenas Guarani, Guarani-Kaiowá e Terena protocolam hoje, às 14h30, na sede da Procuradoria Geral da República (PGR) uma representação em que diversas organizações indígenas, indigenistas e da sociedade civil solicitam que os deputados federais gaúchos Luiz Carlos Heinze (PP/RS) e Alceu Moreira (PMDB/RS) sejam investigados por racismo e outros crimes tipificados no código penal.

Mais tarde, por volta das 16h30, os indígenas irão até a sede da Advocacia-Geral da União (AGU) para entregar documento pedindo a revogação da Portaria 303 e realizar uma vigília contra a medida.

A ação tem como fundamento dois vídeos divulgados pelas redes sociais nas últimas semanas em que os deputados proferem discursos que ferem a ética parlamentar, incitam os agricultores à violência e fazem declarações racistas.

Segundo Lindomar Terena, liderança do seu povo e coordenador nacional da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), autoridades constituídas não podem agir de modo preconceituoso contra os indígenas e as outras minorias do povo brasileiro. “No nosso entendimento, esta atitude viola nossos direitos. Ao invés de incitar a violência dos pequenos produtores contra os indígenas, estes deputados têm a obrigação de apresentar soluções para resolver os impasses. Eles devem exigir o cumprimento da lei, que determina a demarcação de todas as terras indígenas, e não tentar mudar a lei para o benefício próprio e de alguns poucos privilegiados. Isso, nós não vamos permitir”, garantiu Lindomar.

Em uma Audiência Pública sobre Demarcação de Terras Tradicionalmente ocupadas por Povos Tradicionais, no dia 29 de novembro de 2013, no município de Vicente Dutra (RS), Alceu Moreira afirmou: “... se fardem de guerreiros e não deixem um vigarista destes dar um passo na sua propriedade, nenhum. Nenhum. Usem todo o tipo de rede, todo mundo tem telefone, liguem um para o outro imediatamente, reúnam multidões e expulsem do jeito que for necessário. Até porque, quando expulsar não vão expulsar índio daqui, vão expulsar índios que foram orientados de fora para cá”.

Nessa mesma audiência, Heinze, referindo-se ao gabinete do Ministro-Chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou: “... e ali, estão aninhados quilombolas, índios, gays, lésbicas, tudo o que não presta, ali estão aninhados... Por isso, pessoal, só tem um jeito: se defendam. Façam a defesa como no Pará estão fazendo. Façam a defesa como o Mato Grosso do Sul está fazendo. Os índios invadiram uma propriedade, foram corridos da propriedade. Isso que aconteceu lá”. Este vídeo pode ser acessado em: http://www.youtube.com/watch?v=PjcUOQbuvXU

Apesar do deputado Heinze ter afirmado, após a ampla repercussão negativa da sua fala, que a sua afirmação teria sido “força de expressão”, uma outra gravação (http://www.youtube.com/watch?v=gt1pENP8e8k&feature=youtu.be ) feita durante o chamado Leilão da Resistência, realizado no dia 7 de dezembro, em Campo Grande (MS), evidencia que a sua fala não foi um deslize, e sim um discurso racista e discriminatório premeditado.

Assinam a representação as seguintes organizações indígenas: Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), a Articulação dos Povos Indígenas do Pantanal (Arpipan), a Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab), o Conselho Aty Guassu Guarani Kaiowá e o Conselho do Povo Terena. Além delas, também assinam: o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o Centro de Trabalho Indigenista (CTI), o Instituto Socioambiental (ISA), o Greenpeace e a Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas (Conaq).

SERVIÇO:

O quê: Indígenas Guarani, Guarani-Kaiowá e Terena protocolam representação contra os deputados federais Luiz Heinze (PP/RS) e Alceu Moreira (PMDB/RS)

Quando: Hoje (27/02), às 14h30

Onde: Procuradoria Geral da República (PGR), SAF Sul, Quadra 4,Conjunto C, Asa Sul, Brasília (DF)

Imprensa: Renato Santana - 61.9979.6912

Damiana...Deixem a 'pequena grande Dama' da APYKA'I no seu legítimo Tekoha!

"Três Vezes (despejo), mas quatro vezes...Mio morto vai ficar junto com meu pai no Tekoha"
Cacique Damiana em Resistência"



Onildo Lopes dos Santos·89 vídeos

27 de fevereiro de 2014

Laerte Tetila esclarece que R$ 421 milhões destinados à saúde indígena são repassados para oito estados

O deputado esclareceu que a verba é repassada

 para outros estados e não apenas para

 Dourados como havia sido citado pelo

 deputado Zé Teixeira (DEM)


O deputado Laerte Tetila (PT) afirmou que a Missão Evangélica Caiuá funciona como um escritório central para repassar verbas destinadas à saúde dos índios por oito estados (Foto: Marcelo Calazans)

Diante das reclamações, o deputado estadual Laerte Tetila (PT) usou a tribuna na manhã de hoje para esclarecer que a Missão funciona como um escritório central responsável distribuir a verba enviada pelo governo federal por oito estados de Mato Grosso do Sul.“Fiquei preocupado com os dados apresentados pelo deputado Zé Teixeira e fiz contato com a Sesai (Secretaria de Saúde Indígena), sendo informado que esses repasses são distribuídos para outros estados. O que acontece de fato é que a Missão Evangélica Caiuá ganhou credibilidade nos últimos anos e o governo federal disponibiliza a verba para ser repassada para comunidades indígenas”, afirma o deputado.
O deputado Tetila garantiu que os índios de Dourados recebem apenas uma parte dos R$ 421 milhões repassados. “Dourados recebe uma parte da verba para aplicar na saúde dos índios, mas não esse valor total como havia sido dito ontem pelo nobre deputado Zé Teixeira. Eu imaginei que havia algum erro e esse erro foi constatado e corrigido nesta casa”.
Mesmo recebendo uma quantia para aplicar na saúde, os índios constantemente que a saúde indígena está defasada e solicitam providências. Diante de problemas como este, os indígenas ameaçam bloquear rodovias e nesta semana fecharam a rodovia MS-156 como forma de protesto.
Dany Nascimento




















MS: Deputado duvida de gastos com saúde indígena

Deputado Zé Teixeira (DEM)


O deputado estadual Zé Teixeira (DEM) quer saber quanto o governo federal aplicou até agora para cuidar da saúde dos índios, principalmente em Dourados, segunda maior cidade do Estado, onde se concentra maior parte da população indígena de  Mato Grosso do Sul.
O que motivou o deputado a pedir esclarecimento do Ministério da Saúde foi o fato de os índios interditarem na terça-feira a rodovia MS-156 para protestar por melhorias no setor.
“Ontem, a promessa de fechamento da rodovia MS-156 para protestar por melhorias na saúde indígena, feita por índios de Dourados, foi cumprida. Mas, como a saúde está tão ruim se cada indígena conta com cerca de R$ 30 mil do Ministério da Saúde?” questionou, ao discursar ontem na tribuna da Assembleia Legislativa. 
Por causa disso, o democrata garantiu que irá encaminhar ao Ministério da Saúde requerimento com pedido de justificativas. “Queremos saber quanto foi destinado à saúde indígena de todo o Estado em 2013, onde a verba foi aplicada, enfim, temos que apurar o que está sendo feito com o dinheiro destinado à saúde dos índios para saber se o que existe é má gestão”, emendou.
Para ele, as deficiências da saúde apontadas por indígenas não condizem com as cifras liberadas pelo governo federal para solucionar o problema.
Em posse de documentos adquiridos no Portal da Transparência, do governo federal, ele disse que a Missão Evangélica Caiuá, que faz a gestão da saúde na Grande Dourados, já recebeu do Ministério da Saúde mais de R$ 105 milhões dos R$ 421.862.639,36, que devem ser destinados ao setor em 2014.
Comissão da Verdade
Durante pronunciamento na tribuna, Zé Teixeira aproveitou para questionar a lisura da CNV (Comissão Nacional da Verdade) durante oitiva realizada em Dourados no último dia 21.
“Lá, a comissão só ouviu indígenas que contaram histórias que ouviram de outros índios. Entretanto, nenhum produtor rural, principalmente aqueles com propriedades invadidas, foi ouvido”, apontou o democrata, questionando a confiabilidade do relatório que está prestes a ser publicado pela CNV.
Ainda conforme Teixeira, os próprios indígenas declaram que os responsáveis por infringir os direitos humanos e promoverem tortura a índios são membros do SPI (Serviço de Proteção aos Índios), criado pelo governo militar e que se tornaria a Funai (Fundação Nacional do Índio).
“Sendo assim, não há como relacionar os produtores rurais da região às torturas praticadas contra indígenas”, defendeu o parlamentar.
A CNV foi criada pela lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, e instituída em 16 de maio de 2012, com a finalidade de apurar graves violações dos direitos humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988.

Guarani-Kaiowá e Tupi em Brasília: Indígenas querem rejeição da PEC que trata da demarcação de terras

Ao final da reunião na comissão de direitos humanos o grupo de cerca de 30 índios se dirigiu à Comissão Especial que analisa a PEC 215. 
Logo na chegada foram impedidos de entrar. Depois, cinco representantes do grupo foram autorizados a permancer na comissão, mas se retiraram logo após a sua entrada como forma de
 protesto.


Representantes das etnias tupi, guarani e kayowá pediram aos membros da Comissão de Direitos Humanos mais atenção para os problemas enfrentados por eles. O ex-cacique Lindomar Terena ressaltou que existem projetos que são prejudiciais aos povos indígenas.
"Que todos os projetos de lei que ferem o direito dos povos indígenas seja a PEC 215, o PLP 227 e tantas outras que tramitam nesta Casa. Que essa comissão de direitos humanos se posicione duramente contra, né?"
A principal reivindicação dos índios é a rejeição da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 215) que torna exclusividade do Congresso Nacional a demarcação de reservas indígenas. A proposta é polêmica porque - para aqueles que defendem os direitos indígenas - pode representar o fim de novas demarcações.
Ao final da reunião na comissão de direitos humanos o grupo de cerca de 30 índios se dirigiu à Comissão Especial que analisa a PEC 215. Logo na chegada foram impedidos de entrar. Depois, cinco representantes do grupo foram autorizados a permancer na comissão, mas se retiraram logo após a sua entrada como forma de protesto.
O presidente da Comissão Especial, deputado Afonso Florence, do PT da Bahia, afirmou que a medida foi tomada para que o excesso de pessoas não prejudicasse o andamento dos trabalhos.
"Não houve nenhum cerceamento no ingresso de cinco porque o plenário já estava cheio. Nós estávamos com uma condução difícil, muitas divergências."
Os membros da comissão aprovaram requerimento para a realização de reuniões em onze cidades entre elas, Campo Grande no Mato Grosso do Sul e Boa Vista em Roraima. Vero original AQUI!
Da Rádio Câmara, de Brasília, Karla Alessandra

Caso Tenharim: Jornalismo 'Leggero' (Leviano)

Mídia Inacreditável (27/02/2014)
Imagem _  site http://deolhonosensacionalismo.wordpress.com/


E eis que o portal do Estadão (não o jornal) se lembra dos Tenharim. Não por causa do apartheid em curso no sul do Amazonas - solenemente ignorado pela imprensa-aquela-tão-amiga-do-Madiba. (Racismo, para a nossa imprensa, só aquele - abjeto - sofrido pelo ator da Globo).

Os Tenharim voltam ao noticiário porque o delegado concluiu o inquérito e pediu prisão preventiva para os cinco acusados de matar três não-indígenas: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,pf-conclui-inquerito-e-pede-prisao-preventiva-de-indios-em-humaita,1134990,0.htm

Qual a base para a notícia? Informações da PF, do delegado? Aparentemente não. Tudo indica que informações do advogado dos parentes dos três mortos: Carlos Terrinha, também advogado de madeireiros, advogado dos poderosos da região.

O repórter não ouve a defesa dos Tenharim. Para nada. Em relação ao inquérito, em relação ao isolamento forçado de centenas de brasileiros na Terra Indígena, nada.

Terrinha, porém, ganha amplo espaço. Vejamos:

"Segundo o advogado Carlos Terrinha Almeida de Souza, além da modificação na prisão dos índios, o delegado também pede a prisão de outros 25 índios, acusados de coparticipação nas mortes. A informação não foi confirmada pela Justiça Federal e nem por Alves, que alegou sigilo profissional".

Um triplo assassinato com a participação de 30 indígenas? Sim, sim, claro. Chamem imediatamente o Guiness Book. E toda a imprensa internacional para cobrir a prisão em massa de 30 Tenharim. Francamente. E o jornal amplifica a voz desse senhor - supostamente reproduzindo o que está no inquérito.

A se confirmar as versões apresentadas por Terrinha, a PF segue uma linha idêntica à propagada em forma de boatos, desde dezembro, por aqueles que odeiam os indígenas: um pajé (de outra etnia, vejam bem, pois os Tenharim não têm pajé) disse aos Tenharim que um carro preto tinha atropelado o cacique Ivan.

Diante disso (e 13 dias depois da morte de Ivan), eles pararam um carro preto e mataram, por vingança, os três moradores de Humaitá e Apuí. Com a participação de mais 25 parentes. E a PF teria seguido apenas essa "pista", embora os corpos tenham sido encontrados ao lado da famigerada Rodovia do Estanho - rota de criminosos.

Tomando essa hipótese dos 30 assassinos, por absurdo, como a correta, ainda teríamos centenas de Tenharim inocentes. Mas são todos criminalizados pela população da região - e ignorados pela indignada imprensa brasileira.

Mas, rumo à hipótese contrária, e se Terrinha não estiver, digamos, exatamente correto? Onde estão as outras vozes, mesmo entre aqueles que acusam os indígenas? Será possível que não há um relato mais vertebrado - mais verossímil - para o motivo do triplo assassinato? (Sem pajés de outra etnia e uma visão de um carro preto?)

Será possível que continuarão achando que todo jornalista - e todo indigenista - simplesmente aceitará a versão mais estapafúrdia de plantão?

Ou esse insustentável amortecimento dos brasileiros em relação à violação de direitos indígenas permite que esse inquérito siga assim, tão sigiloso, e essa história, tão nebulosa? Afinal, são só cinco indígenas presos, não é mesmo?

Esse jornalismo policial tão pouco curioso ocorre, repito, em meio a um violento apartheid (perdão pela redundância). E segue ignorando o singelo fato de que nenhum Tenharim confessou o assassinato.

Esse jornalismo leggero também não se dá conta de que os cinco Tenharim estão sendo acusados por "testemunhas". Que testemunhas? Quem? Em que contexto?

A PF e o Ministério Público podem dizer? Ou basta apontar alguns indígenas como culpados (com o beneplácito de nossa imprensa graúda) e está tudo certo?


Amazônia Legal em Foco transcrever artigo na íntegra, tendo alterado o título

Indígenas reclamam de condições de saúde em aldeia em Caarapó, MS

Na sala de procedimentos falta material 


para esterilizar as máscaras de inalação,


 gaze e iodo para fazer curativos. Diversas


 janelas e portas estão quebradas. Cerca 


de 80 indígenas são atendidos por dia no 


local.


Do G1 MS com informações da TV 
Morena
Assista AQUI!

O posto de saúde da aldeia Tey Kuê, em Caarapó, a 253 km de Campo Grande, funciona com apenas 30% dos funcionários, segundo os moradores do local. Na terça-feira (25), o grupo fechou a MS-280 e  protestou por melhores condições de saúde na reserva.
Na unidade, as condições são precárias. Na sala de procedimentos falta material para esterilizar as máscaras de inalação, gaze e iodo para fazer curativos. Diversas janelas e portas estão quebradas. Cerca de 80 indígenas são atendidos por dia no local.
A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) informou que enviou recursos para a comunidade indígena em 2012. O Ministério da Saúde destinou R$ 54 milhões para as comunidades indígenas do estado.
Ainda segundo os indígenas, também faltam equipamentos para a realização das consultas médicas e odontológicas, e para a realização de exames preventivos. A agente de saúde Júlia Soares é uma das 16 profissionais que trabalham na aldeia. Ela reclama da falta de material para trabalhar.
A falta de medicamentos é outra preocupação dos moradores da aldeia Tey Kuê. A maioria dos remédios disponíveis na farmácia da unidade de saúde foram doados pela Secretaria de Saúde de Caarapó.Leia também 

26 de fevereiro de 2014

STF suspende reintegrações de posse na Terra Indígena Tupinambá de Olivença (BA)


Por Renato Santana, CIMI
de Brasília (DF)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, suspendeu a reintegração de posse de todas as áreas localizadas nos limites da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, sul da Bahia, cabíveis de decisão pela Suprema Corte do país. No total, são sete áreas e o conteúdo do pronunciamento do ministro visa arrefecer o conflito instalado, além de garantir a ordem pública e evitar a “movimentação involuntária” dos Tupinambá.  

Para Barbosa, a autoridade judiciária não considerou os efeitos diretos e indiretos sobre a população envolvida nas remoções. “A retomada da posse pode ser vista como fator de exacerbação da disputa, em especial quando o cumprimento da ordem judicial é acompanhado por força policial, eventualmente desnecessária”, diz Barbosa em trecho da decisão.  

O posicionamento de Barbosa atende ao pedido de suspensão de liminar feito pelo procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot. Em janeiro, depois de cumprir reintegração de posse em uma fazenda localizada na aldeia Serra do Padeiro, a Polícia Federal e a Força Nacional montaram uma base no interior do território tradicional e promoveram ações contra os Tupinambá, culminando no sequestro de uma criança indígena.

Conforme denúncias dos Tupinambá, tais reintegrações são usadas por fazendeiros e pistoleiros para promover violências contra a comunidade indígena. Diante de tais informações, a PGR entrou com o pedido no STF de suspensão liminar de todas as reintegrações de posse de áreas situadas nos limites da terra indígena. No total, são cerca de 80 ações judiciais determinando a remoção das aldeias.

Apenas sete destas ações, porém, de acordo com o presidente do STF, são admissíveis de suspensão pelo STF, sendo que as demais já foram barradas ou estão em trâmite no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), além de outros litígios que ainda circulam em instâncias inferiores.

Moradia digna

Ministro Barbosa apresentou ainda outras preocupações que o levaram a atender ao pedido da PGR de suspensão das reintegrações. “Na maioria das vezes, a expulsão dos ocupantes não vem acompanhada de perspectivas de moradia digna”, pontua o presidente do STF na decisão.

Na decisão, Barbosa salienta a linha de raciocínio da PGR no que se refere às formas de resistência dos Tupinambá diante das operações policiais de reintegração, razão de intensificação da violência. “De acordo com a inicial, o cumprimento das reintegrações contribui para o aumento da tensão, tendo em vista que os índios resistem às remoções determinadas pela justiça”, diz Barbosa.

As formas como são cumpridas as remoções, sem levar em conta negociações prévias, sem a presença de observadores externos e com policiais fortemente armados, receberam destaque no pronunciamento diante da análise de Barbosa dos relatórios elaborados pela Comissão Especial Tupinambá do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH).

“Neste contexto, considero presentes os requisitos autorizadores da medida de suspensão de liminar, em especial o risco à ordem pública e à segurança, tal como alegado pelo procurador-geral da República”, determina Barbosa em sua decisão – alento para o povo Tupinambá, pressionados pela presença do Exército, em determinação de Estado de Exceção decretado pela presidente Dilma Rousseff, nos municípios de Buerarema e Una.

Belo Monte sob intervenção federal

Curumim Munduruku com grafismo de guerra protesta na frente de soldados da Força Nacional do Brasil, no canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte (Foto Arquivo _ Lunae Prarracho/Reuters)


Em março do ano passado, através de um simples decreto, a presidente Dilma Rousseff violou o princípio federativo brasileiro. Ela eliminou a exigência, até então em vigor, de submeter à aprovação dos governadores dos Estados o uso em seu território da Força Nacional de Segurança Pública, criada pelo presidente Lula em 2004. E aplicou imediatamente a nova regra: determinou o deslocamento de tropa da FNS para o canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Foi a primeira intervenção federal desse tipo. Não teve a repercussão cabível à sua gravidade. Aliás, não teve repercussão alguma.
Duas prorrogações foram promovidas para manter a tropa no canteiro de obras de grandes empreiteiras nacionais, que ali executam o maior empreendimento da segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, no valor de 30 bilhões de reais. A última prorrogação foi adotada neste mês. O contingente da FNS permanece no local e nele continuará até pelo menos agosto, quando vence o prazo de 180 dias da mais recente prorrogação.
Uma nova prorrogação poderá ser adotada, se for necessário o uso dessa força para continuar a assegurar a “incolumidade das pessoas, do patrimônio e a manutenção da ordem pública dos locais em que se desenvolvem as obras, demarcações, serviços e demais atividades” relacionadas à construção da hidrelétrica, a maior obra em andamento no país. O ato de determinar a permanência da força se consumou através de mera portaria do ministro da justiça, a autoridade federal à qual a FNS está subordinada.
A presença da tropa federal praticamente acompanha a instalação do canteiro de obras da usina do Xingu, há mais de três anos. Nesse período, houve 17 paralisações, motivadas por diversas formas de protesto ou de reivindicação. Atualmente há 22 mil trabalhadores nos quatro canteiros de obras da hidrelétrica, projetada para ser a segunda maior do mundo.
Apesar de estar em causa uma concessão federal para o aproveitamento energético de um rio, o Xingu, as duas empresas à frente do empreendimento são de direito privado, mesmo sendo estatais as que controlam a concessionária de energia (mas a construtora é totalmente privada).
Pelo menos no canteiro de obras de Belo Monte a federação deixou de existir. A União transformou o local em território federal, à revelia do Estado do Pará.

Lideranças indígenas do Mato Grosso do Sul estão em Brasília para reivindicar demarcação, denunciar sucateamento da saúde no estado e nepotismo no DSEI

“Não temos nem mesmo Dipirona e insulina e 

enquanto isso estão brigando por cargos. 

Precisamos de um coordenador indígena para o 

DSEI.
 Temos denúncias de que estão beneficiando parentes com empregos dentro do DSEI”

ARQUIVO G1 lixo hospitalar armazenado em banheiro de posto de saúde em Dourados
 já foi flagrado em vistoria do MPF em 2011 (http://migre.me/i3frP)

Por Tereza Amaral com Flávio Bittencourt

Fonte _ Capital News
A denúncia acima é do vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos e Defesa dos Povos Indígenas de Campo Grande (CMDDI/CG) e representante do Conselho Local de Saúde Indígena, Élcio Terena. “Queremos o apoio da sociedade. A situação indígena está muito difícil e queremos uma solução para os problemas que estamos enfrentando”, pediu.
Segundo ele, a desassistência da saúde indígena - sucateada e não atende a demanda da comunidade - está na pauta das lideranças indígenas que se encontram na capital federal  para protoco na 6ª Câmara da Procuradoria da República. Também estava previsto, ontem, encontro com os ministros da Casa Civil, Aluízio Mercadante, da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, além dos senadores Delcídio do Amaral (PT/MS), Ruben Figueiró (PSDB-MS), dentre outros parlamentares.
Bloqueio
Previsto para acontecer ontem (não foi noticiado) bloqueio na MS-156, entre Dourados e Itaporã, e um outro na BR-262, que liga os os municípios de Aquidauana e Miranda com  presença de 30 lideranças indígenas. O motivo: protesto contra a morosidade da Justiça Federal no processo de demarcação das terras indígenas no estado e a desassistência da saúde.
Élcio Terena também disse em entrevista ao Capital News que as lideranças pleiteiam um representante no Distrito Especial de Saúde Indígena (DSEI). Denúncias sobre nepotismo no órgão serão protocoladas no Ministério Público do Mato Grosso do Sul..
“Não temos nem mesmo Dipirona e insulina e enquanto isso estão brigando por cargos. Precisamos de um coordenador indígena para o DSEI. Temos denúncias de que estão beneficiando parentes com empregos dentro do DSEI”, denunciou. Na semana passada lideranças fecharam a MS-156 em protesto contra as condições de trabalhos nos postos de saúde da Reserva Indígena da região. 

25 de fevereiro de 2014

Mortalidade infantil é 9 vezes maior entre crianças indígenas

Cerca de 40% de todas as mortes entre índios brasileiros registradas desde 2007 foram de crianças com até 4 anos.
 O índice é quase 9 vezes maior que o percentual de mortes de crianças não indígenas da mesma idade, que fica em 4,5%.
Desnutrição é a principal causa de morte entre crianças indígenas até 9 anos


Porém, segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), esses números têm caído consideravelmente. De 2000 para 2004 a taxa despencou de 74,6 mortes para cada mil nascidos vivos para 47,4. Atualmente o índice é de 41,9 para cada mil crianças indígenas nascidas vivas. 


Dados do Datasus, banco de dados do SUS, mostram que uma das principais causas de morte de crianças indígenas até 9 anos de idade é a desnutrição. De 2008 até agora já foram registrados 419 casos. Isso significa 55% de todas as mortes por desnutrição infantil registradas no país. No entanto, os indígenas representam apenas 0,4% da população brasileira. 



O professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Douglas Rodrigues, especialista em saúde indígena há 40 anos, classifica esses dados como “inaceitáveis”. Segundo ele, esses óbitos podem ser evitados com ações básicas de saúde nas aldeias. “É preciso conversar com as mães, entender por que eles [crianças] não ganham peso e orientá-las sobre a melhor forma de agir."



Mas ele afirma ainda que a falta de intérpretes entre agentes de saúde e os índios é um grande problema em muitas áreas do país. 



Índios adultos



Um levantamento feito pela BBC Brasil, por meio da Lei de Acesso à informação, levantou as principais causas das mortes entre os indígenas. O estudo mostrou que nos últimos sete anos 2.365 índios morreram por causas externas, ou seja, acidentes ou violência, destes, 833 foram vítimas de homicídio. 



No entanto, o suicídio também tem uma taxa assustadora entre os indígenas, desde 2007 houve registro de 351 mortes, destas, 104 na região do Alto Solimões, no oeste do Amazonas. O índice de suicídio entre não indígenas é de 4,9 para cada 100 mil habitantes, entre os indígenas esse número cresce para 9. 



Já as doenças parasitárias e infecciosas entre os indígenas representa 8,2% das mortes, entre os não indígenas o número cai para 4,5%. Doenças ainda mais simples, como gripes, representam 15,3% da morte de indígenas adultos. 



Da redação do Vermelho, com agências