2 de outubro de 2016

MPF disponibiliza Relatório Figueiredo à população brasileira

O documento revela crimes hediondos praticados por funcionários do extinto Sistema de Proteção ao Índio (SPI) e latifundiários contra  povos indígenas do Brasil


Por Tereza Amaral


Hediondez. Eis a palavra para definir a barbárie  contra indígenas redigida pelo então procurador Jader de Figueiredo Correia - no Relatório Figueiredo (ler abaixo) - com provas de participação de funcionários do extinto SPI e latifundiários na ditadura militar.

Disponibilizado pelo MPF (Ministério Público Federal) à população brasileira, o relatório vai muito além da doação criminosa e arrendamento de territórios indígenas reivindicados, hoje, e negados pelo equivocado Marco Temporal do STF (Supremo Tribunal Federal).

Nações foram exterminadas. Houve caçadas de indígenas não somente com metralhadoras, mas com dinamites atiradas de aviões, além de inoculações propositais de varíola, escravidão, doações de açúcar misturado ao veneno estricnina, torturas em tronco, sevícias, dentre outras barbaridades. 

Após 45 anos 'desaparecido' num suposto incêndio no Ministério da Agricultura,  há três anos o Relatório Figueiredo foi localizado no Museu do Índio, no Rio de Janeiro.

Fruto de uma investigação feita  a pedido do então ministro do Interior Albuquerque Lima, vinculado àquele ministério na  ditadura militar,  o SPI foi criado em 1910, tendo funcionado até 1967 quando foi substituído pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

A mesma Funai que os ruralistas insistem em desrespeitar com recriação de uma CPI para invalidar laudos antropológicos e suspender demarcação como a de Taunay-Ipeg (MS). Eles bem que poderiam ir até o SPI, mas não ousariam porque muitas de suas terras - agronegócio - são indígenas.

O documento (ler pequeno trecho abaixo) deverá ser analisado pela Comissão da Verdade que  apura violações de direitos humanos no período de 1946 a 1988.

Imagem printada


Ler Relatório Figueiredo aqui.

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