12 de março de 2016

Reverência, emoção e a entrega de um documento com denúncias marcaram encontro da Relatora da ONU com líderes Terena, Kadiwéu e Kinikinau


Líder indígena de área retomada Terena Sob proteção do Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos da Secretaria de Direitos da Presidência da República - sobreviveu a dois atentados -  reverencia a Relatora da ONU, a também indígena Victoria Tauli-Corpuz. Paulino Terena que quase foi queimado pelo agrocrime disse que a imagem que se tem do Brasil lá fora em relação aos povos originários é equivocada. Ver AQUI.


Por Dionedison Cândido (Texto e Fotos)

Campo Grande 


Atenta aos depoimentos, a relatora da ONU (Organização das Nações Unidas) para os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, reuniu com lideranças indígenas Terena, Kinikinau e Kadiwéu nesta sexta-feira. A visita teve como objetivo examinar a situação dos direitos humanos  dos povos indígenas no Mato Grosso do Sul. Segundo ela, toda a situação drástica que vem ocorrendo com a população indígena neste estado precisa ser investigada de forma mais profunda através de uma comissão internacional para buscar mais informação.


Lindomar Terena falou sobre a trajetória de luta do seu povo. Emocionado - chorou - ele que também está sob proteção do Estado clamou por justiça.






Aquelas pessoas que cometeram injustiça contra a população indígena, segundo a relatora, devem ser levadas à Justiça. Ela solidarizou-se com a dor dos indígenas e disse que relatos sobre violações dos direitos dos povos indígenas aqui no Mato Grosso do Sul em nenhum momento deram visibilidade na ONU e que irá monitorar as recomendações feitas com  relação aos direitos humanos.

 "Eu quero dizer que meu país matou meu irmão, mas não conseguiu matar as nossas ideias. A saudade é muito grande. Quero fazer apelo sobre o descaso da situação dos indígenas no Brasil. Hoje nossa luta é mal vista pelo judiciário.
(Otoniel Terena, irmão do guerreiro Oziel Terena, ao lembrar em seu relato que nesta sexta-feira a Polícia Federal arquivou o processo do assassinado na reintegração de posse no município de Sidrolândia)

Uma indígena Kinikinau falou sobre a luta do seu povo que não tem terra própria. Eles moram de favores na terra indígena Kadiwéu e dos Terena. O cacique Marcos Terena, da aldeia Cachoeirinha, disse que seu povo não tem mais rio para pescar. "As fazendas tomaram conta dos nossos rios e não podemos pescar pois corremos risco dos capangas nos matar", denunciou.

Ainda nas visitas realizadas a relatora da ONU constatou que as recomendações não foram minimamente atendidas pelo Governo Brasileiro em fortalecer a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) que para ela piorou. A relatora também disse que irá incluir no relatório final as ameaças aos representantes dos movimentos sociais que apoiam a luta indígena.
Lideranças indígenas entregaram um relatório detalhado com 15 folhas contendo inúmeras denúncias nas mãos de Victoria Tauli-Corpuz.


Acompanhe página do Conselho do Povo Terena AQUI.

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