17 de novembro de 2013

Guarani-Kaiowá: Colabore para concluir o longa-metragem 'Martírio'!



Por Guarani-Kaiowá Financiamento Coletivo

O Vídeo nas Aldeias integra a rede de apoio e solidariedade aos Guarani Kaiowá propondo ações de formação audiovisual nos acampamentos indígenas e a finalização do longa-metragem Martírio.


Os Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul vivem um cotidiano de guerra civil. São o lado frágil de um conflito que vem se arrastando por décadas, e que tem no início do processo de construção da política indigenista brasileira sua origem. Nos últimos dez anos, as degradantes condições de vida e o confronto entre índios e grandes proprietários de terra se acentuaram de tal forma que a taxa de assassinatos de Kaiowás, somente na reserva indígena de Dourados, ultrapassa a de países em guerra e é 495% maior que a média brasileira. Associado a essa paisagem de violência, está o massacrante lobby ruralista, em defesa da manutenção dos grandes latifúndios, incorporado pela mídia e promovido por seus representantes no Congresso Nacional e por autoridades do governo. Tentando minar os direitos garantidos aos índios pela Constituição Federal, disseminam um discurso racista, anti-indígena, e fazem deste um embate de forças cada vez mais desiguais.

Diante deste cenário de genocídio, o Vídeo nas Aldeias resolveu propor duas ações, de curto e médio prazo, em parceria com a Aty Guasu, grande assembléia dos povos Kaiowá e Guarani:

1. Concluir o longa-metragem Martírio. Já em fase de produção, o filme contrapõe o discurso dos ruralistas - "vítimas da invasão de suas propriedades pelos índios" - com registros de despejos de aldeias inteiras, em imagens históricas das décadas de 1980 e 90. Os relatos, daquela época e os atuais, do processo de deportação e confinamento ao qual foram submetidos os Kaiowá, elucidam a origem do problema presente, os equívocos dos primeiros anos da política indigenista do governo brasileiro, e a relação de pertencimento e responsabilidade que os Guarani mantêm com seus territórios sagrados.

2. Realizar oficinas de formação audiovisual e equipar com câmeras de vídeo os acampamentos e áreas sob ameaça. Dessa forma, os Kaiowá poderão retratar a rotina de desamparo a que foram relegados e alimentar as redes sociais com denúncias e flagrantes dos abusos sofridos. De porte desses equipamentos, terão oportunidade de propagar informação livre dos interesses da grande mídia, inibindo futuros atos de violência e ajudando a pressionar (em parceria com a ação do Ministério Público Federal) o governo para que assuma as suas responsabilidades.

A tomada de posição e a colaboração da sociedade civil é fundamental local de resistência neste processo. Para pôr essas ações em prática de maneira independente e eficiente, o Vídeo nas Aldeias integrou a plataforma de financiamento coletivo Catarse.

Acesse a campanha: http://catarse.me/pt/kaiowa

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