Saudações das organizações presentes na abertura do seminário |
em A Nova Democracia
De 24 a 28 de setembro ocorreu, em Olivença, Ilhéus, Sul da Bahia, o VI Seminário internacional Índio Caboclo Marcelino e a XIV Caminhada Tupinambá em Memória aos Mártires do Massacre do Rio Cururupe e a Caboclo Marcelino.
O evento reuniu, além dos próprios tupinambá e representantes de outros povos originários, apoiadores da luta indígena de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, além de estudantes e professores baianos, advogados, representantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) do Norte de Minas e Sul da Bahia, entre outros.
— Esse seminário nasceu na Universidade Estadual de Santa Cruz, com o nome de uma liderança indígena. Começamos a perceber que a maioria dos participantes não era da universidade, mas de tupinambás que iam até lá. Então o transferimos para uma aldeia. Não há um conteúdo acadêmico estrito. São rodas de conversa em que o principal é o intercâmbio entre lutas diferentes, sendo o mais importante o apoio à luta tupinambá — explica Casé Angatu, ou Carlos José Ferreira dos Santos, um dos organizadores do evento.
Os tupinambá cansaram de não ver cumpridas as promessas de demarcação de seu território e desde 2004 empreenderam o caminho das retomadas de terras e instalação de aldeias. Isso intensificou a criminalização e repressão da luta pela terra indígena, além de um forte preconceito anti-indígena na região.
— Aí o seminário é muito importante para manifestar a solidariedade de pessoas, às vezes de longe daqui, de outros países. Alerta que nós não estamos isolados perante o mundo — emenda Casé.
O seminário transcorreu em clima de muito companheirismo e intensa integração com a cultura, a luta e as tradições tupinambá. Em todos os dias houve visitas a aldeias originadas em retomadas de território, desde as mais estruturadas e consolidadas até as mais recentes.
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