Sítio arqueológico em Olímpia, no interior, foi descoberto em 1993 e deveria ser preservado, afirma Procuradoria
Empresa, proprietária do terreno, afirmou que foi notificada e está avaliando quais medidas serão tomadas
Foto Ilustração de urna funerária indígena,
acervo do Museu de Arqueologia e Etnologia da
Universidade de São Paulo. Fotografia
de Eliel Bragatti e Renata Martins Rocha,
postadas na galeria do LiGEA USP.
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em Folha de São Paulo
Um rebanho bovino e até mesmo uma pista de motocross estão colocando em risco a preservação de um cemitério indígena de mais de mil anos em Olímpia (a 434 km de São Paulo).
Um rebanho bovino e até mesmo uma pista de motocross estão colocando em risco a preservação de um cemitério indígena de mais de mil anos em Olímpia (a 434 km de São Paulo).
O sítio arqueológico Cemitério Maranata, que foi descoberto em 1993, atualmente está abandonado e, por isso, sua preservação está ameaçada, de acordo com o Ministério Público Federal de São José do Rio Preto.
Em 1993, ao escavar o terreno para a construção de um conjunto de casas, foram encontradas ossadas humanas e fragmentos de cerâmica.
De acordo com pesquisa publicada à época pelo MAE (Museu de Arqueologia e Etnologia), da USP, as peças têm características indígenas de antes da chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500.
Algumas das cerâmicas encontradas no local em que seriam construídas as casas estão atualmente no Museu de História e Folclore Maria Olímpia. "Foram encontradas igaçabas, que são espécies de urnas funerárias indígenas que foram associadas a uma tribo tupi-guarani", afirmou o diretor cultural de Olímpia, Caio Longhi.
Com a descoberta, a construção das casas foi suspensa e houve, de acordo com a Prefeitura de Olímpia, o início de um processo de preservação do local.
No entanto, o Ministério Público Federal afirma que a área foi abandonada e deixada sem nenhum tipo de conservação. No ano passado, um inquérito foi aberto para apurar a situação do local.
A Procuradoria encontrou no lugar uma pista de motocross e a criação de gado.
"Tais atividades podem ter comprometido a sustentação dos registros arqueológicos, por se tratarem de atividades de impacto", afirmou a procuradora Anna Flávia Nóbrega Cavalcanti Ugatti.
PASTO E PISTA
De acordo com laudo do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), pedido pela Procuradoria, o terreno foi bastante mexido para a construção da pista de motocross.
Quando não está ocupada pelas motocicletas, a área é usada como pasto para a criação de gado.
A Procuradoria enviou recomendação neste mês à Prefeitura de Olímpia, ao Iphan e ao proprietário da área para que ela seja preservada.
Segundo Longhi, a prefeitura já colocou seguranças no local para impedir o uso da pista por motocicletas.
MEDIDAS
A empresa que é proprietária do terreno, Oswaldo Faganello Engenharia Construções, afirmou que foi notificada e está avaliando quais medidas serão tomadas.
O Iphan informou que ainda não havia sido notificado oficialmente sobre a recomendação da Procuradoria.
Já o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) informou que foi aberto um processo administrativo para avaliar o caso.
"Trata-se de bem da União, que pode conter elementos valiosos para pesquisas e registros de valor arqueológico", disse a procuradora.
NOTA: Este Blog introduziu foto Ilustração (semelhança) e fez chamada de título da matéria
NOTA: Este Blog introduziu foto Ilustração (semelhança) e fez chamada de título da matéria
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