31 de outubro de 2014

Taquara: Entre o poderio de fazendeiros, omissão do governo e injustiça do STF

Túmulo do cacique Marcos Veron _  Foto compartilhada na Rede Social Facebook

Jacinto Honório da Silva Neto
 _ Imagem Google
Por Tereza Amaral

Como senão bastasse arrancar a vida do cacique Marcos Veron de forma brutal, o "clã" do mandante Jacinto Honório da Silva Filho, dono da Fazenda Brasília do Sul (MS), vive ajuizando ações para tentar invalidar o laudo antropológico do tekoha Taquara.
A qualquer momento o Supremo Tribunal Federal (STF) pode julgar com parecer da ministra Cármem Lúcia mais uma  Acão Cívil Originária (ACO 1606) impetrada por Mônica Jachinto de Biasi e outros.
Estranhamente nem o latifundiário (Foto Abaixo) nem seu filho Jacinto Honório da Silva Neto são autores do processo. Aliás, desde 2005, são impetradas ações sempre em nome de uma mulher -Mônica -, o que é incomum numa sociedade ainda edificada no modelo patriarcal. 

Reconhecimento da Taquara 
Em dez de junho de 2010 a portaria 954 do Ministério da Justica declarou uma área de 9,7 mil hectares como sendo dos indígenas da aldeia Taquara declarada de posse permanente. Área esta onde está localizada a fazenda de Jacinto Honório. A portaria foi publicada sete anos depois que a Taquara foi palco do brutal assassinato, em 2003 (ler abaixo), além de crimes de tortura, sequestro e disparos desferidos atingindo Reginado Veron na perna.
Os estudos começaram em 1999 - antes do crime - e depois de 2010 só faltava a  demarcação e homologação pela presidência da República. Duzentos e setenta e um Guarani-Kaiowá moravam na TI (Terra Indígena). Na década de 50  a maioria dos Guarani-Kaiowá que habitava originalmente a região foi removida pelo extinto Serviço de Proteção ao Índio (SPI, substituído pela Funai). Muitos se dispersaram por várias localidades. Em julho de 2010 o STF suspendeu os efeitos da portaria

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Assassinato
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Em 13 de janeiro de 2003 cerca de 40 homens armados invadiram a Taquara a mando do dono da fazenda que incide totalmente na aldeia. 
No dia do massacre os "seguranças"dispararam  contra os indígenas, assassinaram o cacique Marcos Veron com 72 anos. Ele morreu com traumatismo craniano. O seu filho e sucessor cacique Ládio Veron foi torturado, quase queimado vivo e uma filha grávida de sete meses espancada. O júri popular  foi em São Paulo. O mandante continua impune.





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