Por Tereza Amaral
Longe de acreditar em coincidências e, sobretudo, quando envolve a causa indígena, as duas reintegrações que ocorreram no Mato Grosso do Sul, ontem, foram realizadas quando em Brasília o ministro da Justiça descartou o general da reserva Sebastião Roberto Peternelli Júnior da presidência da Funai.
O titular da Pasta, Alexandre de Moraes, disse em entrevista ao G1 Brasília que o governo procura "outro perfil" para presidir o órgão. Ler aqui.
Pelos fatos ocorridos nesta quarta-feira - no caso do tekoha Apyka'i o despejo começou antes da chegada de servidores da Funai - ao que parece o "desenho" do órgão já está sendo escrito 'rascunhado'.
No tekoha Ita Poty, a reintegração começou no final da tarde também por agentes de elite da Polícia Federal - GPI (Grupo de Pronta Intervenção) contra indígenas desarmados. Ver http://migre.me/uigLo
Fato é que o ministro que sequer esteve naquele estado por ocasião do massacre de Caarapó, estando como titular da Pasta onde Funai e PF são órgãos diretamente vinculados vem, muito certamente, sendo informado sobre os despejos na região de maior disputa de terra e com um débito histórico, em especial com as etnias Guarani-Kaiowá e Terena.
Igualmente é fato que independente de quem presidir a Funai, o ministro da Justiça alvo de polêmica quando secretário de Segurança de São Paulo terá que entender que a política indigenista é fina e exige diplomacia no trato dos direitos indígenas. E fica mais do que uma indagação: Que tal pensar em um indígena para presidir a Casa do Índio?
Foto Banner _Rubens Nemitz Jr
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