Zuleica Tiago é a primeira enfermeira indígena a se formar no Mato Grosso do Sul e defendeu sua dissertação pela Universidade Federal.
Ela já integra o Conselho do Povo Terena, representando também o Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul e a Comissão Estadual de Saúde. Agora, a terena Zuleica Tiago é também a primeira enfermeira indígena a se formar em Mato Grosso do Sul, após defesa de sua dissertação pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), defendida na manhã desta quinta-feira (23), na Capital.
Intitulado “Sífilis adquirida, sífilis em gestante e sífilis congênitas na população indígena do Mato Grosso do Sul: Análise comparativa entre as notificações no SINAN e DSEI-MS”, o trabalho elenca um estudo feito com dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos e Notificações) e do Dsei-MS (Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul), sobre a incidência de sífilis entre a população de índios, a maioria em situação vulnerável.
A descoberta da pesquisadora é a de que a situação dos nossos indígenas corrobora para o cenário da doença. “A partir dos resultados obtidos, o maior caso de Sífilis registrado foi na região sul do estado, onde residem os Guarani-Kaiowá e estão diretamente ligadas as condicionantes de saúde desfavoráveis como: perda de território originário, concentração demográfica e desestruturação socioeconômica”, afirmou Zuleica.
Essas situações, de acordo com Zuleica, impactam na vulnerabilidade a doenças infectocontagiosas destes povos. Segundo ela, o resultado final de sua dissertação deve ser levado para as comunidades, para que seja uma forma de colaboração para modificação da dinâmica das doenças.
“Agora que aprovada, a minha dissertação será levada para as comunidades indígenas por meio de ações de saúde para evitar a disseminação das IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis)”, analisou a pesquisadora.
Segundo Lindomar Ferreira, coordenador do Dsei-MS, o estudo tem grande importância para as populações de aldeias do estado, tendo em vista ser pesquisado e defendido por uma profissional da saúde indígena que atua dentro das comunidades. “A partir de agora temos um instrumento de grande riqueza que precisa se adequar para que seja aplicada de melhor maneira dentro das diversas comunidades do nosso estado”, disse.
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