8 de julho de 2016

'Despejo é genocídio'

 
Não queremos deixar cemitério do meu pai, do meu marido, do meu filho, meu netinho...derrubou tudo meu barraco, passou tudo minha roça trator... p'ra mim ficou triste! Aqui gente vai ficar tempo de novo aqui rodovia...eu vou voltar p'ro tekoha. Cacique Damiana
Imagem printada _ Tribunal Popular da Terra

Por Tereza Amaral
 

Filho de Damiana no córrego - compatilhada FB

O endereço da chefe indígena Guarani-Kaiowá Damiana Cavanha é novamente às margens da BR-463, local onde perdeu  marido, filho e netos em atropelamentos, além de uma tia envenenada por agrotóxico usado pelo agronegócio no monocultivo que contamina a única água dos córregos que a comunidade pode consumir. E numa das regiões do Brasil onde no subsolo ironicamente está a maior reserva de água doce do mundo: o Aquífero Guarani.
 
Mas os problemas decorrentes do 'genocídio do despejo' no Mato Grosso do Sul não esbarram na falta de água potável. Pistoleiros escondidos como segurança privada monitoram a moradia desumana que vem sendo amparada não pelo governo estadual, mas por uma generosa rede de ativistas e representantes de movimentos sociais de Dourados. Colabore com vaquinha aqui.
 
 
Foto compatilhada _ FB
O maracá, instrumento usado em ritos religiosos e de guerra (Foto acima) e as cruzes dos entes queridos mortos durante o despejo foram  retirados do tekoha - lugar de onde se é - de onde foram despejados, vale ressaltar,  sem julgamento do mérito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao pedido de suspensão da liminar requerido pela Funai. A Suprema Corte aguardava "manifestação do Ministério Público Federal (MPF) no processo para decidir sobre o pedido", conforme matéria do Cimi.
 
No tekoha ficaram três cemitérios indígenas com nove túmulos de incomensurável valor cultural e antropológico, conforme matéria do ano passado do Ministério Público Federal daquele estado (ler aqui) e o 'sepultar' da Justiça...
 
Foto _ compartilhada FB por Thiago Coelho
 
Já na rodovia, local onde ela e seu povo ficam exatamente para com o olhar proteger o que a ancestralidade já demarcou, crianças e até de colo, correm todos os riscos e o mais triste: vivem sob tortura psicológica com o barulho insurdecedor dos veículos pesados.
 

Despejos como o da cacique Damiana são considerados forçados e proibidos pelo direito internacional. A  Anistia Internacional Brasil já se pronunciou sobre Apyka'i. Assista audiovisuais, inclusive com entrevista da cacique Damiana depois do despejo, a seguir:

1- Tribunal Popular da Terra/ Onildo Lopes (http://migre.me/uj5MS)
2- Produzido por Thiago Botelho (http://migre.me/uj5V8 )

Fotos _ Peço quem souber de quem são as duas imagens compartilhadas do FB sem autoria me avisar para efeito de crédito. TA
 
 

 
 
 


 

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