Doutor em Antropologia Tonico Benites (D), o porta voz da Aty Guasu, e o líder Elizeu Lopes (E), da Apib, ambos Guarani-Kaiowá |
Por Tereza Amaral
"Sobre Todos Nós" é o texto escrito por Marina Silva na Folha de São Paulo (2012) que faz uma analogia sobre a Carta da comunidade Pyelito kue-Mbarakay a "documentos que testemunham momentos graves na formação do país, como os relatos de Canudos e do Contestado, da Revolta da Chibata, da escravidão, da ditadura, dos incontáveis massacres e chacinas que tingem o chão de nossa pátria. Ouçamos a voz guarani-kaiowá".
Marina faz uma indagação que precisa ecoar nos ouvidos de cada cidadão brasileiro: "Onde estão os poderes da República, o sistema político, as grandes empresas que se dizem salvadoras da economia nacional? Onde está a opinião pública? Onde está o brasileiro cordial?"
Eu ouso responder! Três anos antes de Marina Silva escrever sobre as etnias do Mato Grosso do Sul, o ministro Gilmar Mendes era presidente do Supremo Tribunal Federa (STF) , em 2009, e acumulava a função - praxe - da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Para quem não sabe, o ex-presidente Lula assinou um decreto homologando a Terra Indígena Arroio Korá, mas Gilmar Mendes derrubou. Ele suspendeu a eficácia do decretoem favor das fazendas Polegar, São Judas Tadeu, Porto Domingos e Potreiro-Corá.
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E foi em Campo Campo Grande que instalou um fórum permanente, com a sua presença, criado pelo Conselho Nacional de Justiça para o Judiciário responder aos problemas da posse da terra. O detalhe é que a segunda maior populacão indígena do país e sem-terra foram afastados.
Fundamentados no Marco Temporal, Gilmar Mendes e os ministros Celso de Mello e Cármem Lúcia anularam a Portaria Declaratória n° 3.219 do Ministério da Justiça que, em 2009, reconheceu a Terra Indígena (TI) Guyraroká o que levou os Guarani-Kaiowá a acamparem recentemente no prédio do STF, reivindicando o direito à territorialidade. Outras Terras Indígenas (TIs) estão aguradando mais um julgamento, inclusive a Taquara, do chefe indígena Ládio Veron.
Saindo so STF e indo ao Palácio do Planalto, a presidente reeleita governou quatro anos completamente omissa à situacão gravíssima dos indígenas e ao genocídio no Mato Grosso do Sul.. Mas o èspírito do vento' parece ter soprado em seus ouvidos Sobre os Indígenas e a PEC 215. Dilma vai lutar contra a aprovação da PEC 215 que se fosse aprovada pelo mais conservador Congresso Nacional das últimas cinco décadas nenhuma terra indígena seria demarcada.
Enquanto isso a mídia patrocinada pelo agronegócio sonega informações, a população brasileira começa a conhecer a realidade pelas redes sociais e, o que é mais louvável, o movimento dos povos originários está cada vez mais forte. Avante Resistência Guarani-Kaiowá! Ver vídeo Índio Cidadão AQUI!
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