26 de janeiro de 2014

Da Série 'Morte pelo tekoha'

"...A  Dilma não tem lágrima p'ra olhar para aquelas crianças quando a bala de borracha entra no corpo?... O Povo Guarani-Kaiowá não vai recuar!"
Cacique Ládio Veron
Valdelice Veron - Google/ Autoria desconhecida  
Cacique Ládio Veron

Por Tereza Amaral 


O chefe Indígena da aldeia Taquara, cacique Ládio Veron, tem uma história de vida marcada por mortes, perseguições, injustiça e, acima de tudo, pela  resistência.

Filho do cacique Marcos Veron, assasssinado em 2003, ele e sua irmã Valdelice Veron - liderança indígena da Aty Guasu (Grande Assembléia dos Guarani Kaiowá) - são 'alvos' da conexão de fazendeiros do Mato Grosso do Sul.

 Ambos são ameaçados de morte, mas não recuam do ideal de ver homologada  a terra sagrada da sua ancestralidade . Ler sobre ameaça!http://migre.me/hATm2

‘Isso aqui é minha vida, minha alma. Se você me levar para longe dessa terra, você leva a minha vida’. Marcos Veron
Foto _ Survival

Por Survival


O assassinato do líder Guarani Marcos Veron, em 2003, foi um exemplo trágico, mas tipico da violência à qual seu povo está sujeito.

Sr. Veron, com idade em torno de 70 anos, foi o líder da comunidade Guarani Kaiowá de Takuara. Durante cinqüenta anos seu povo tinha tentando recuperar um pequeno pedaço de sua terra ancestral, depois que ela foi tomada por um rico brasileiro e se transformou em uma grande fazenda de gado. Desde então, a maior parte da floresta que cobria a área tinha sido desmatada.

Em abril de 1997, desesperado depois de anos pressionando o governo sem resultado, Marcos levou sua comunidade de volta para a fazenda. Eles começaram a reconstruir suas casas, e podiam cultivar seus alimentos novamente.

Mas o fazendeiro que ocupava a área foi ao tribunal e um juiz ordenou a saída dos índios.

Em outubro de 2001, mais de cem policiais fortemente armados e soldados obrigaram os índios a abandonar sua terra mais uma vez. Eles finalmente acabaram vivendo debaixo de lonas de plástico ao lado de uma rodovia.

Ainda na Takuara, Marcos disse: ‘Isso aqui é minha vida, minha alma. Se você me levar para longe desta terra, você leva minha vida.’

Suas palavras vieram com uma profecia trágica e real no início de 2003, quando, durante outra tentativa de retornar pacificamente à sua terra, ele foi violentamente espancado por funcionários do fazendeiro. Ele morreu poucas horas depois.

Os assassinos de Veron não foram acusados de assassinato, mas eles foram acusados de crimes menores relacionados ao ataque, após uma audiência judicial no início de 2011. 
Assista ao vídeo!


TV Carta Maior·153 vídeos
Por Fábio Nassif
Filho do cacique Marcos Veron assassinado em 2003, Ládio veio à São Paulo para denunciar a situação dos Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul.
 Espremidos pelo avanço do agronegócio, principalmente de cana, soja e gado, os indígenas não conseguem a demarcação de suas terras, e, por lutarem para sua própria sobrevivência, estão sendo exterminados à bala por pistoleiros.
O cacique Ládio Veron não seguiu as recomendações de outras lideranças que achavam perigosa sua viagem a São Paulo - por ser o local onde vivem de fato os donos das fazendas que avançam sobre o território indígena -- e, em uma entrevista coletiva a alguns meios de comunicação de esquerda no dia 29, ele contou um pouco dos dramas dessas populações e das práticas repressivas utilizadas contra os indígenas.
Além disso, aproveitou para pedir soluções urgentes às autoridades do país, pois não querem que seus pares tenham o mesmo destino de Nísio Gomes, que foi executado no dia 18 de novembro deste ano. Assista: * imagens cedidas pela Rede de Proteção a Militantes Ameaçados de Morte. 


NOTA DA REDAÇÃO

Título alterado depois de postado

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