20 de dezembro de 2013

Solidariedade aos povos Guarani e Kaiowá. Participe!

Por Tereza Amaral

Com o slogan "Não Morreremos Educadamente", foi lançada nesta sexta-feira nas redes sociais a  Brigada da Solidariedades aos Povos Guarani e Kaiowá.
Numa iniciativa de ativistas de Direitos Humanos, representantes de movimentos populares e organizações sociais, dentre outros,   o evento será realizado no período de 06 a 16 de Janeiro, com saída de Brasília. 
 E tem como objetivo "potencializar todo o apoio que vem se manifestando por diversos setores da sociedade, de forma a que essa disposição se transforme em contribuição efetiva para a luta indígena".
Ler texto da Coordenação abaixo e inscreva-se!


Brigada de Solidariedade aos Povos Guarani e Kaiowá

Data de saída: 06/01/2014
Local de saída: BRASÍLIA / DF

Data de retorno: 16/01/2014

INSCRIÇÕES ATÉ 27 de dezembro.

>INTRODUÇÃO
Os povos Guarani e Kaiowá estão vivenciando um momento decisivo de sua história de resistência heroica contra o Estado brasileiro, submisso ao agronegócio que expande sua fronteira agrícola através da devastação das florestas, do despejo de comunidades indígenas e da ação violenta do Estado ou de seus braços paramilitares. As armas do agronegócio vêm exterminando os/as indígenas sem qualquer interferência ou posicionamento do Estado. Os/As Guaranis e Kaiowás iniciaram, nos últimos anos, o processo de retomada pacifica das suas terras tradicionais. A única resposta dada aos/as indígenas vem em números. Em menos de uma década, mais de 270 lideranças Guaranis e Kaiowás foram assassinadas no Mato Grosso do Sul por pistoleiros, a mando dos latifundiários/as. Este é um processo histórico de genocídio e etnocídio que vem ocorrendo há mais de 500 anos. Além do número de assassinatos, há também o auto índice de suicídio. Entre os anos 2000 e 2012, houve 611 casos de suicídio no estado de Mato Grosso do Sul, entre os Guarani-Kaiowá. Dos casos de suicídio entre indígenas ocorridos no Brasil, entre os anos 2003 e 2010, 83% foram em Mato Grosso do Sul.

Essa luta não é nova, e vem se processando há muitos anos a partir do momento em que os Guarani-Kaiowás decidiram dar um basta ao etno-genocídio a que estão sendo submetidos bárbara e impunemente, por meio de assassinatos, incêndios em aldeias, desaparecimento de corpos, estupro de mulheres, envenenamento das águas e da terra, abandono do Estado quanto às condições de saúde, educação, alimentação, execuções de lideranças etc.

A realização da brigada vem no sentido de procurar potencializar todo o apoio que vem se manifestando por diversos setores da sociedade, de forma a que essa disposição se transforme em contribuição efetiva para a luta indígena.

É preciso que fique claro que o OBJETIVO DA BRIGADA é o de prestar apoio político à luta dos povos Guarani-Kaiowas, portanto, exige comprometimento e responsabilidade por parte dos/as participantes, considerando que a região é marcada pelo intenso conflito, insegurança e violência, praticada pelos fazendeiros/latifundiários por meio de seus jagunços, e pelo próprio Estado brasileiro, seja pela inércia na garantia do direito às suas terras originárias, seja por meio do judiciário com suas decisões anti-indigenistas, portanto, esta é uma caracterização e condição que deve ser compreendida e assumida pelos/as participantes.

Todos os materiais necessários para garantir a permanência dos/as participantes na brigada, tais como barraca, alimentação, água, etc. devem ser garantidos por cada um/a, e serão de sua responsabilidade exclusiva. Da mesma forma, os custos relativos à viagem e à permanência no local deverão ser arcados individualmente. Não serão aceitas inscrições de menores de idade, por questões de segurança.

Para a participação será exigida a inscrição de todos/as, por meio da qual deverão ser apresentados todos os dados do/a participante. Após a inscrição será enviado um material de apoio para leitura e estudo prévio, com o objetivo de que o/a participante se aproprie da questão Guarani-Kaiowá em Mato Grosso do Sul.

Antes da saída para o acampamento, será realizada uma formação (http://goo.gl/TYu8nF), na qual serão abordadas questões relativas ao modo de vida dos Guarani-Kaiowás; sua relação com a terra e as lutas desenvolvidas, bem como todas as dificuldades vivenciadas para tanto; os conflitos fundiários na região; normas estabelecidas pelos/as indígenas para a segurança dos/as participantes e dos/as próprios/as indígenas; normas de convivência para a garantia do respeito mútuo.

Atualmente existem várias terras retomadas (ocupadas) pelos/as indígenas e vários fazendeiros/as entraram com pedidos de "reintegrações de posse", com isso os/as indígenas podem ser retirados/as com violência policial e/ou dos pistoleiros a qualquer momento de suas terras tradicionais. Os pistoleiros estão intensificando as ameaças contra a vida dos/as indígenas e atiram contra as retomadas, tentando intimidar os/as indígenas.

É necessário trazer à ordem do dia estas questões. Devemos tornar esta discussão pública e enraizá-la na militância de todo o país, e uma das formas encontradas para esta divulgação é através da Brigada.

Será cobrado o valor de R$ 390,00 (trezentos e noventa reais) para quem for sair do DF. O valor inclui contribuição para a aldeia, alimentação, transporte de ida e volta (em ônibus fretado).

A inscrição só será confirmada após o pagamento, a qual será realizada até o dia 27 de dezembro. Quem não puder ir, mas queira colaborar, também pode contribuir.

Link para inscrição:
https://docs.google.com/forms/d/1DHmLvkpnsieEakcbY_09-d_bjOygxOiNLkfsfgjHVDQ/viewform

Para mais informações, envie e-mail para:
brigada.gk@gmail.com

ou acesse o evento no Facebook:
https://www.facebook.com/events/1431607267056959/?ref_dashboard_filter=calendar

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