Moradores queimaram barreiras de pedágio e
cortaram energia da aldeia.
143 índios Tenharim estão recebendo
segurança do Exército após ataques.
Aldeias indígenas foram incendiadas nesta sexta (Foto: Reprodução/TV Amazonas) |
Um grupo de madeireiros e fazendeiros ateou fogo em casas localizadas em uma aldeia indígena situada na área do município de Manicoré, no Sul do Amazonas, no início da tarde desta sexta-feira (27), segundo a Polícia Militar (PM). A informação é de que moradores da cidade de Apuí e do distrito de Santo Antônio de Matupi invadiram a área e depredaram barreiras de pedágio na BR-230 (Rodovia Transamazônica). O conflito na área se agravou na terça-feira (24), quando moradores de Apuí e de Humaitá queimaram bens da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O grupo acusa índios da etnia Tenharim de manterem reféns homens que desapareceram na rodovia.
De acordo com o tenente-coronel Everton Cruz, da PM, as aldeias localizadas na altura do km 130 da Rodovia Transamazônica foram invadidas por volta de 12h. Segundo a PM, naquela região, há pelo menos quatro etnias indígenas, entre elas a Tenharim. Mais de 800 indígenas habitam a área invadida.
Cruz informou ainda que o grupo que invadiu o local é formado por madeireiros, fazendeiros e moradores de Apuí e do Distrito de Santo Antonio do Matupi, situado no quilômetro 180 da Rodovia Transamazônica, em Manicoré.
Ainda segundo informações do tenente-coronel, a operação na região ainda não dispõe de helicópteros. "Não há informações precisas sobre o que está acontecendo no local. Deslocamos, por via terrestre, uma tropa do Comando de Policiamento Especializado (CPE) para conter os ataques, enquanto aguardamos ajuda do governo federal", disse o tenente-coronel.
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Segundo a Polícia Militar, a operação conta com policiais do CPE, Comando de Policiamento do Interior (CPI), e do 4º Batalhão da Polícia Militar.
Invasão
Os ataques às aldeias dividem os moradores na região do Sul do Amazonas. Desde o início da manhã desta sexta, um grupo ameaçava invadir as aldeias. Os comboios seguiam de Apuí para o distrito de Santo Antônio do Matupi, região do conflito. Moradores dos dois municípios tentavam se entender, mas o acordo não aconteceu, porque um grupo mantinha acampamento nos limites das terras indígenas, distante 30 km da comunidade.
Os ataques às aldeias dividem os moradores na região do Sul do Amazonas. Desde o início da manhã desta sexta, um grupo ameaçava invadir as aldeias. Os comboios seguiam de Apuí para o distrito de Santo Antônio do Matupi, região do conflito. Moradores dos dois municípios tentavam se entender, mas o acordo não aconteceu, porque um grupo mantinha acampamento nos limites das terras indígenas, distante 30 km da comunidade.
O objetivo do acampamento, segundo o grupo, era proteger as comunidades agrícolas de um ataque indígena. Algumas pessoas chegaram a ir ao local para levar o grupo de volta para a comunidade, onde o grupo maior estava reunido, mas não obtiveram sucesso. O grupo seguiu para a reserva indígena e destruiu a chave da rede elétrica da área, deixando a comunidade sem fornecimento de energia.
O presidente da Associação dos Madeireiros de Matupi disse que os moradores são contra a cobrança de pedágio no trecho que corta a reserva. "Nós não queremos mais os pedágios na área indígena, porque quando chega um carro e para, nós ficamos a mercê da vontade dos índios. Se eles tiveram qualquer situação para apresentar contra a gente, a hora oportuna é quando a gente está no carro. Aí, eles podem sequestrar, nos assassinar, nos torturar", declarou.
Em entrevista ao G1, o vice-presidente da Articulação dos Povos Indígenas de Rondônia (AIR), Marcos Apurinã, confirmou que a cobrança de pedágio por parte dos índios não é legalizada. "Para nós indígenas, isso é legal, apesar de que não existir na Lei. A rodovia levou à degradação do meio ambiente, introdução do álcool nas aldeias, entre outros problemas. Esses danos não foram reparados e nós entendemos que deveríamos fazer a cobrança como forma de compensação. Cabe ao governo regularizar, caso contrário vai continuar morrendo índios e não-indígenas. E nós queremos a harmonia", disse.
Em uma reunião de emergência com os prefeitos de Apuí, Humaitá e Manicoré, a Polícia Federalse comprometeu a entrar na aldeia até o próximo sábado (28) para realizar buscas pelos homens que estão desaparecidos desde o dia 19 deste mês.
Região de conflito
O Sul do Amazonas é uma região marcada por conflitos agrários. A reserva indígena dos Tenharim é cortada pela Transamazônica e cercada por campos de pastagem. Em março de 2012, a trabalhadora rural amazonense Dinhana Nink, de 28 anos, foi assassinada na madrugada em Nova Califórnia, Rondônia. O filho da vítima, de cinco anos, testemunhou o crime. Ela era natural de Lábrea, município a 610 km de Manaus, e estava na lista elaborada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) de pessoas ameaçadas de morte na Amazônia por conflitos agrários. Ver Original!http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2013/12/madeireiros-e-fazendeiros-incendeiam-aldeia-indigena-no-sul-do-am-diz-pm.html
O Sul do Amazonas é uma região marcada por conflitos agrários. A reserva indígena dos Tenharim é cortada pela Transamazônica e cercada por campos de pastagem. Em março de 2012, a trabalhadora rural amazonense Dinhana Nink, de 28 anos, foi assassinada na madrugada em Nova Califórnia, Rondônia. O filho da vítima, de cinco anos, testemunhou o crime. Ela era natural de Lábrea, município a 610 km de Manaus, e estava na lista elaborada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) de pessoas ameaçadas de morte na Amazônia por conflitos agrários. Ver Original!http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2013/12/madeireiros-e-fazendeiros-incendeiam-aldeia-indigena-no-sul-do-am-diz-pm.html
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