Por Filipe Prado, de Coletivo Ecos
O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, ameaça até ignorar a liminar da Justiça e promover o Leilão da Resistência no sábado em Campo Grande. Ele disse que vai recorrer contra a liminar, concedida hoje pela juíza da 2ª Vara da Justiça Federal, Janete Lima Miguel. No entanto, não pretende suspender a venda de animais para arrecadar fundos para a contratação de seguranças e compra de armas para proteger as propriedades rurais das invasões indígenas.
“Se até os índios rasgam as decisões dos juízes na frente deles, por que nós temos que acatar esta decisão?”, comentou Maia.
Ele relata que a decisão da juíza é injusta. “Acho que é uma decisão arbitraria, injusta e ilegal, pois isso afeta a democracia, nós temos o direito de nos reunir livremente”, relata Francisco.
O presidente ainda rebate que a suspensão pode ter sido por conta da, suposta, formação de uma milícia, a partir dos lucros do leilão. “É um preconceito, pois não existe esta história de milícia. Parece que vivemos em uma ditadura”.
Segundo Francisco Maia, ele se reunirá ainda hoje com a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de MS) e outras entidades que participariam do leilão. “Vou me reunir e ouvir meus companheiros, mas, pessoalmente, eu pretendo fazer o leilão, com ou sem a vontade da juíza”, afirma.
Ele ainda conta que tentarão rebater a suspensão da Justiça. “Nós vamos tentar derrubar a decisão dela”, comenta o presidente da Acrissul.
Leilão – O leilão seria realizado neste sábado (07), a partir das 13h, com objetivo de arrecadar fundos para a criação de uma milícia, que ajudará a defender a classe das invasões indígenas.
Cerca de mil animais, entre bois, galinhas, cavalos, entre outras espécies, seriam leiloados, com a estimativa de lucrar até R$ 1 milhão.
Várias autoridades já estariam confirmadas para o evento de sábado, entre elas os deputados federais Ronaldo Caiado, Luis Carlos Heinze, Moreira Mendes, Abelardo Lupion, além dos políticos regionais, como Eduardo Henrique Mandetta e os senadores Reinaldo Azambuja e Waldemir Moka.
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