11 de janeiro de 2015

Esmola ofertada por umuaramenses mantém índios em situação de perigo



 
 
 
Paraná - Desde dezembro, dezenas de índios tomaram os semáforos localizados nas avenidas centrais da cidade pedindo esmola, como também a rodoviária como abrigo. Conforme a Secretaria de Assistência Social, o grupo étnico vem de Laranjeira do Sul e encontraram em Umuarama um ambiente acolhedor, com vários umuaramenses oferecendo caridades. Tal situação é prejudicial aos visitantes, que ficam a mercê dos perigos da cidade, principalmente as crianças.

Conforme a chefe de Proteção Especial, Débora Baggio, devido os riscos que os índios e seus filhos estavam correndo passando o dia entre os carros e a noite na rodoviária municipal, o cacique da tribo foi informado da situação. Ainda segundo Débora, eles recebem autorização para deixarem a aldeia e ficarem 15 dias nas cidades, com o objetivo de vender seus artesanatos. “É da cultura deles, mas aqui estavam em risco devido aos perigos de não terem onde ficar, como também permanecer entre os veículos”, disse.
O ponto interessante no levantamento feito pela órgão de assistência social é o motivo da maior permanência dos índios em Umuarama, uma vez que alguns estão na cidade a mais de 30 dias. A entrevistada argumentou que o grande número de esmola entregue pelos umuaramenses ofereceu uma estadia maior para os visitantes. “Os índios acabaram ficando na cidade, pois recebiam dinheiro, brinquedos, roupas e comida”, contou.
Por isso, a servidora pública orienta as pessoas a não realizarem o ato da esmola, pois nas tribos os índios recebem todo amparo da Fundação Nacional do Índio (Funai). “Se a pessoa quiser ajudar, então compre o artesanato. Quando damos esmolas permitimos que eles fiquem em locais inadequados a mercê de vários perigos”, explicou.
A orientação se estende para outros pedintes situados nas ruas da cidade, como nas portas das agências bancarias. A chefe explica que o município oferece programas e projetos para atender essa parcela da comunidade e a esmola é um incentivo à permanência na degradação.
Volta para casa
No mês de dezembro a cidade chegou a contar com 100 índios alojados nos canteiros das avenidas, rodoviária e no terminal rodoviário urbano. Na última contagem realizada quinta-feira o número caiu para 34 e conforme a Proteção Especial, na sexta-feira muitos outros já tinham indo embora da cidade. “Eles sabiam que estavam em situação ilegal, pois a permissão para ficar fora da aldeia é de 15 dias”, lembrou Débora.
Cultura livre
O choque cultural entre os umuaramenses e os índios, fez muitos leitores procuraram a reportagem do jornal pedindo uma intervenção na situação do grupo. A preocupação principal era com a situação das crianças, que entre os carros deixaram uma frase conhecida de todos os motoristas: “dá moeda”. Porém, por terem uma legislação especifica a única orientação repassada é não dar esmola.
   

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