Por Egon Heck
Foto _ Fabiano Costa/G1
“Nos respeitem. Respeitem nossos direitos. Não continuem rasgando a Constituição”.
Uma semana de intensa mobilização dos povos indígenas que ocuparam Brasília há quase uma semana. O enterro "simbólico" com rituais verdadeiros de proeminentes inimigos como Kátia Abreu, Ronaldo Caiado, Gleisi Hoffmann e Luis Adams, e a ocupação da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), foram demonstrações inequívocas de uma luta sem tréguas na defesa de seus direitos.
O chão tremeu com o pisar forte e ritmado dos cantos de guerra e dos gritos repetidos de fora Kátia Abreu. Após o susto inicial, os poucos funcionários se transformaram em plateia silenciosa e curiosa. Os indígenas permaneceram dentro da sede por mais de uma hora em rituais, demonstração de união, indignação e gritos. Sem vandalismo ou violência deram seu recado radical.
Ficou uma pergunta sem resposta: Por que o presidente do Congresso esvaziou a Casa em plena semana de comemoração das bodas de prata da Carta Magna? Reza o ditado popular: Quem não deve, não teme. Então por que "fugiram" senhores parlamentares deixando o Congresso vazio, desmarcando todas as sessões? A sociedade pôde constatar mais uma vez que os povos indígenas apenas lutam para que se cumpra a Constituição, não são canibais, baderneiros ou cidadãos de segunda categoria. Pelo contrário, talvez sejam os brasileiros de raiz que mais defendem a Constituição.
Na véspera da comemoração dos 25 anos da Constituição, os povos indígenas expressaram sua indignação, exigências e esperanças: “Repudiamos de público os ataques orquestrados pelo governo da presidente Dilma Rousseff e parlamentares majoritariamente ruralistas do Congresso Nacional, contra nossos direitos originários e fundamentais, principalmente os direitos sagrados à terra e bens naturais garantidos pela Constituição Federal de 1988” . Reafirmam: “Diante dessa realidade, de forma unânime, de uma só voz, declaramos e exigimos do Estado brasileiro, inclusive do Poder Judiciário, que respeite os nossos direitos, que valorize a diversidade e pluralidade da sociedade brasileira. Reafirmamos que vamos resistir, inclusive arriscando nossas vidas, contra quaisquer ameaças, medidas e planos que violem nossos direitos e busquem nos extinguir, por meio da invasão, destruição e ocupação de nossos territórios e bens naturais, para fins desenvolvimentistas e de interesse de uns poucos”. Por fim, exigem o arquivamento imediato e definitivo de todas as iniciativas que afrontam seus direitos e a retomada imediata da demarcação de todas as terras indígenas (Declaração em defesa da Constituição Federal, dos direitos constitucionais indígenas, quilombolas e de outras populações e da mãe natureza). Leia Mais!http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=7184&action=read
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