17 de outubro de 2013

MPF/TO participa de feira de sementes do povo krahô



Foto _ sit surgiu.com.br
Ministério Público Federal comparece ao local que reúne aldeias e visitantes não índios para a troca de sementes, adiada devido ao acidente com os índios que se deslocavam para o evento
O Ministério Público Federal em Tocantins, representado pelo procurador da República Álvaro Manzano, participou da 9ª Feira de Sementes do Povo Krahô, que é realizada até 18 de outubro, na Kapey (local onde se reúnem os representantes das diversas aldeias da terra indígena krahô, nos municípios de Itacajá e Goiatins). Esta edição foi abalada por um trágico acidente no qual três índios morreram e mais de 50 ficaram feridos, ainda no primeiro dia do evento. Os índios iam de Goiatins em um caminhão cedido pela prefeitura do município para participar da feira quando o motorista perdeu o controle e capotou na estrada.
A morte dos índios causou grande comoção entre organizadores e participantes da feira de sementes, que chegaram a cogitar o encerramento das atividades. Após deliberação dos índios, que decidiram adiar os rituais fúnebres e dar continuidade ao evento, a feira foi oficialmente aberta nesta quarta-feira, 16 de outubro. “Se os próprios índios estão superando sua perda e querem dar continuidade, temos também que fazer a nossa parte”, disse o indigenista da Funai Fernando Schiavinni, durante a reunião de terça-feira que deliberou pela continuidade da programação, respeitando o adiamento das atividades.
Álvaro Manzano considera importante o trabalho realizado pelos índios, já que a segurança alimentar é uma das maiores preocupações tanto dos índios como dos órgãos indigenistas e de defesa das populações indígenas e tradicionais. Ele lamentou a morte dos índios e disse que os procedimentos investigatórios devem ser acompanhados pelo MPF.
Segurança genética
A feira de sementes dos krahô acontece a cada dois anos desde 2003, com exceção desta edição que acontece três anos após a anterior. O principal objetivo é a troca de sementes e a consequente circulação de material genético, bem como um momento para articulação política dos índios entre si e com parceiros que apoiam as atividades desenvolvidas pela promoção das aldeias. Acontece pelo interesse da população krahô em diversificar suas sementes e aumentar a segurança genética, garantindo sementes que possam germinar após a colheita e manter a independência em relação a sementes tratadas industrialmente.
Fonte: MPF – Ministério Público Federal
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