Foto Arquivo _ MAB |
Cerca de 300 pescadores bloquearam, nesta quarta-feira (30), a rodovia federal Transamazônica, em todos os pontos de acesso e saída do município de Altamira, no Pará. Os manifestantes são atingidos pela Usina Hidrelétrica Belo Monte, maior hidrelétrica em construção no país, e cobram, principalmente, o reconhecimento e reparação dos danos causados pela obra.
Organizados nas Colônias de Pescadores de Altamira e Vitória do Xingu, os pescadores reivindicam, há meses, o reconhecimento das suas condições de atingidos por Belo Monte, negados pela Norte Energia, consórcio responsável pela usina.
Além disso, os pescadores exigem a construção de portos de embarque e desembarque de pescados, indenização pelo tempo de impedimento de suas atividades (pesca) e garantia de assistência técnica para todos os removidos de suas áreas.
Desde o início da manhã, três pontos da Transamazônica estão bloqueados em Altamira – o trevo que dá acesso à Vitória do Xingu, Castanheira (marco inicial da Transamazônica) e na entrada do município (saída para Marabá).
Os presidentes das Colônias estão reunidos com representantes da Casa do Governo de Altamira e do consórcio Norte Energia desde o início da tarde e garantiram que só encerrarão os bloqueios caso haja avanço nas pautas.
Pela paralisação da rodovia, dezenas de trabalhadores foram impedidas de comparecer ao canteiro de obras de Belo Monte e os pescadores já se preparam para montar acampamento no local, com barracas e alimentação.
No dia 17 de julho, 800 pescadores já haviam bloqueado o acesso a um dos canteiros de obras de Belo Monte, com a mesma lista de reivindicações, que não avançaram desde então.
Para o coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no estado, Iury Paulino, esta é um situação que se repete para todos os atingidos. “A empresa está atrasada na reparação dos direitos de todos os atingidos, desde os reassentamentos até as indenizações. Nós não temos pressa que Belo Monte comece a gerar energia e não deixaremos que os atingidos fiquem sem seus direitos”, afirmou.
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