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Madeireiros estão invadindo o território de um dos povos mais vulneráveis do planeta. Os indígenas, conhecidos como os últimos Kawahiva, são os sobreviventes de uma tribo cujos membros foram mortos ou morreram devido a doenças.
Um grupo de madeireiros foi recentemente flagrado por servidores da FUNAI. No entanto, como os madeireiros possuem apoio de políticos locais, e os servidores da FUNAI não têm o poder de prender os suspeitos, os homens foram soltos. Desde então, outros grupos de madeireiros invadiram o território.
Muitos estão preocupados que essa crise possa destruir completamente a tribo e seu lar florestal.
Em abril de 2016, o Ministro da Justiça assinou a portaria declaratória determinando a criação de um território indígena protegido na terra da tribo para manter madeireiros e outros intrusos fora. Esse foi um grande passo para as terras e vidas dos Kawahiva, e ocorreu após a pressão de apoiadores da Survival ao redor do mundo. Porém, o decreto ainda precisa ser implementado e agora, a pequena equipe que está trabalhando para proteger a terra está enfrentando graves cortes orçamentários.
O orçamento total do órgão indigenista previsto para 2017 é equivalente ao aprovado 14 anos atrás. O aumento nos cortes e o congelamento orçamentário da FUNAI resultaria na paralisação de alguns de seus serviços com o fechamento de quase metade de suas unidades administrativas e das chamadas “frentes etnoambientais,” encarregadas da proteção de indígenas isolados, os povos mais vulneráveis do planeta.
Jair Candor é um sertanista muito experiente da FUNAI que há anos trabalha para proteger a terra dos Kawahiva. Ele disse: “Os Kawahiva estão cercados. Qualquer contato que for feito, vai haver uma perda muito grande para os Kawahiva. A única maneira de garantir o seu futuro é fazer a demarcação da terra e colocar uma equipe permanente de fiscalização. Se não, será mais um grupo que vai ficar só na história, como tantos outros aqui na região.”
Mark Rylance, ator vencedor do Oscar, narrou um filme para chamar a atenção da situação da tribo.
O diretor da Survival, Stephen Corry, disse: “O Brasil se comprometeu a proteger a terra dos Kawahiva em abril mas, com a demora do governo, uma crise humanitária urgente e terrível está se desenvolvendo. A terra dos Kawahiva ainda está sendo invadida e sua floresta, destruída. Está na hora do governo brasileiro agir como prometeu, antes que o genocídio de um povo inteiro seja completo.”
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