Acadêmicas realizam estudo em rios de Naviraí |
Dourados News
Diante da crise de abastecimento de água que atingiu o país, uma das palavras de ordem é utilizar bem a água potável que se dispõe. Assim, pesquisadores da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) estão estudando as consequências da atividade humana em córregos do município de Naviraí.
O trabalho executado pelas acadêmicas Ana Paula Lemke, do programa de doutorado em Recursos Naturais, e Kellen Natalice Vilharva, do 5º semestre do bacharelado em Ciências Biológicas, na unidade de Dourados da UEMS, sob orientação do professor Yzel Rondon Súarez, analisa os nutrientes da água e as alterações que ela pode ter sofrido devido a interferência humana. O projeto teve início em outubro de 2014 e será finalizado em setembro deste ano.
Até o momento as pesquisadoras compararam os dados obtidos com a Resolução Conama nº357 de 2005 para verificar se os parâmetros obtidos estão em conformidade com o que a legislação sugere como ideal para análise da bacia do rio Amambai, da qual as microbacias são afluentes.
“Constatamos que as variáveis que mais estão fora dos valores que a Resolução sugere são: coliformes fecais, nitrogênio, oxigênio dissolvido e fósforo. A alteração desses valores ocorre, principalmente, nos pontos mais próximos à cidade de Naviraí, que são os pontos do córrego Touro, e os pontos da foz do Tarumã. Já os pontos mais distantes da área urbana têm qualidade de água melhor, são eles os pontos da nascente do córrego Tarumã e os pontos do Cumandaí”, explicou a doutoranda.
Caso a população venha a ingerir água imprópria para consumo, pode contrair doenças, como a diarréia. Outros riscos de doenças podem vir da alimentação de peixes que estão contaminados ou mesmo ao tomar banho nos riachos.
“Se os rios continuarem a ser degradados, o principal problema que pode acontecer é a perda da diversidade que existem ali - peixes, algas, crustáceos e outros seres que dependem do corpo hídrico para sobreviver”, disseram as acadêmicas.
Outra etapa do projeto consiste em analisar como são utilizados os solos nas áreas em estudo, para realizar a quantificação de espaços que abrigam: agropecuária, áreas urbanas, áreas úmidas naturais e os fragmentos florestais nativos.
“Este trabalho pode ser diretamente aplicado à qualidade de vida da população envolvida após a conclusão. A escolha pela área em Naviraí é por conta de projetos que já temos na região e que permitiam o financiamento”, ressaltou o orientador, professor Yzel Súarez.
Os resultados do estudo serão apresentados para a administração municipal, junto com estratégias eficientes para conservação e, se necessário, para a recuperação do rio.
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