7 de maio de 2015

Ataques ao povo Tupinambá deixam casas e plantação queimadas na aldeia Patiburi

CIMI

A Polícia Federal e representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) devem visitar a aldeia Patiburi, do povo Tupinambá, Terra Indígena (TI) Tupinambá de Belmonte, amanhã (08), para investigar o ataque ocorrido no último dia 6, quando a aldeia, que fica as margens do rio Jequitinhonha, em Belmonte (BA), teve duas casas queimadas e parte da plantação. Durante a ação, a comunidade estava na colheita de cacau.
A cacique Kátia Tupinambá afirmou estar bastante assustada com as ações. Essas investidas contra a aldeia Patiburi foram intensificadas no final de 2013, quando foi publicado os Estudos de Identificação e Delimitação Territorial (RCID) realizados pela Funai e publicado no Diário Oficial da União e Estado, o qual comprovou a presença dos indígenas Tupinambá na região.
Tupinambá de Belmonte tem uma área de 9.521 hectares, composta por 41 famílias e população superior a 200 indígenas. Em 2006, as famílias foram expulsas da área pela Policia Federal, no cumprimento de um mandado de reintegração de posse. Eles tiveram que abandonar as criações e as roças, e suas casas foram todas destruídas. Pouco tempo depois voltaram à área com Mandado Liminar de Manutenção de Posse em favor da comunidade Tupinambá.
De acordo com Kátia, para essa área, mesmo com o RCID publicado em 2013, existe um mandado de reintegração de posse contrário à comunidade indígena. Ela também explicou que o processo está no Supremo Tribunal Federal (STF) aguardando julgamento da liminar.

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