10 de abril de 2015

"Façam o Papel Falar"! Valdelice Veron clama por Justiça em pleno Abril Indígena

Foto _ Natanael Caceres

Por Tereza Amaral

Em pleno Abril Indígena, e "cansada"de retrocessos sistemáticos no processo de demarcação da Terra Indígena Taquara, a liderança Guarani-Kaiowá Valdelice Veron - nome originário Xamiri Nhupoty​  - faz um clamor aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para que acabem de uma vez com as "manobras" dos donos da fazenda Brasília do Sul, que evitam o processo demarcatório com sucessivas investidas de liminares impetradas junto à Corte Maior.
"Eles são os guardiões da Constituição Federal e podem acabar com esse sofrimento que já causou tanta tragédia como a morte do meu pai", disse, referindo-se ao bárbaro assassinato do cacique Marco Veron em 2003. 

Conhecendo o caso:

Como senão bastasse arrancar a vida do cacique Marcos Veron de forma brutal, o "clã" do mandante Jacinto Honório da Silva Filho, dono da Fazenda Brasília do Sul (MS), vive ajuizando ações para tentar invalidar o laudo antropológico do tekoha Taquara. Ver uma  Acão Cívil Originária (ACO 1606) impetrada por Mônica Jachinto de Biasi e outros.
Estranhamente nem o latifundiário nem seu filho Jacinto Honório da Silva Neto são autores do processo. Aliás, desde 2005, são impetradas ações sempre em nome de uma mulher -Mônica -, o que é incomum numa sociedade ainda edificada no modelo patriarcal. 


Túmulo do cacique Marcos Veron _ Natanael
Caceres

Reconhecimento da Taquara 
Em dez de junho de 2010 a portaria 954 do Ministério da Justica declarou uma área de 9,7 mil hectares como sendo dos indígenas da aldeia Taquara declarada de posse permanente. Área esta localizada na fazenda de Jacinto Honório. A portaria foi publicada sete anos depois que a Taquara foi palco do brutal assassinato, em 2003 (ler abaixo). Em julho de 2010 o STF suspendeu os efeitos da portaria.

Jacinto Honório. Ler Aqui.
Assassinato
Um dos pistoleiros. Ler Aqui.
Em 13 de janeiro de 2003 cerca de 40 homens armados invadiram a Taquara a mando do dono da fazenda que incide totalmente na aldeia. 
No dia do massacre os "seguranças"dispararam  contra os indígenas, assassinaram o cacique Marcos Veron com 73 anos. Ele morreu com traumatismo craniano. O seu filho e sucessor cacique Ládio Veron foi torturado, quase queimado vivo e uma filha grávida de sete meses espancada. O júri popular foi em São Paulo. O mandante continua impune. Doze anos depois o pistoleiro Nivaldo  Alves se entregou, em dezembro passado. Ver  em Survival emocionante entrevista da nora do cacique, Adelsa, que conta sobre sua morte AQUI. Leia mais no link: http://migre.me/ppI4t.

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