13 de dezembro de 2014

Marcos demarcatórios comprovam Tekoha Tey’Juçu. E agora, Dilma?`

Da mesma terra encharcada pelo sangue indígena, denunciada pela mídia que sobrevive de publicação das cotações de produtos agrícolas do Mato Grosso do Sul como invadida - e não retomada -  no tekoha Tey’Juçu a prova de que a terra é dos Guarani-Kaiowá surge num grito silenciosamente metálico: marcos demarcatórios  foram encontrados pelos indígenas quando cavavam um buraco para erguer uma barraca de acampamento na área retomada, no último domingo.
Resta saber o que as autoridades competentes vão fazer em relação à incontestável prova de que o tekoha vem sendo engolido pela conexão de fazendeiro/ usineiro que ataca a comunidade com pistoleiros fortemente armados. Estes, sim, ocupam as terras dos indígenas. As provas foram fotografadas por Elemir S. Martins e postadas na rede social Facebook com o seguinte texto:

RETOMADA DO TEKOHA – LUGAR ONDE SE É - Tey’Juçu, município de Caarapó, Mato Grosso do Sul.


Ndaikatui jakyhyje jaiko. Ani ñambopo’i (temer) kyhy jepe. Jahejarõ kyhyje ogana, ha’e ikatuta ñande mboguevi. Ñaikotevë mbojoaujure ñande mbareteve haguã! Yvy ha teko ha’e ñande mba’e! 

Índio é nós: não somos invasores, agimos porque já não dá mais pra aguentar tanta enrolação. Desta vez, a retomada aconteceu no antigo Tekoha Tey’Juçu, onde cerca de 250 indígenas retomaram uma parte da sua terra tradicional, no último domingo, 7, motivados pelo desmatamento realizado pela usina sucroalcooleira Nova América. 

Mesmo que os meus parentes são retirados à força de suas terras tradicionais, porém, as nossas raízes continuam sempre no nosso território. Mesmo que hoje estejam tomados por fazendas de gado e monocultivo, nossos antepassados lá estão enterrados ou lá morreram assassinados resistindo ao esbulho das terras sagradas. 


Direito não se negocia!



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