Após retomar parte de seu território tradicional, que incide na Fazenda Maria do Carmo, na madrugada de sexta-feira (28), 200 indígenas Terena foram atacados por seguranças armados. Em carta aberta do Conselho Terena, os indígenas afirmam que, “enquanto o ministro da Justiça não assinar a portaria declaratória da terra, continuarão na retomada”.
Confira na íntegra o documento:
Enquanto o ministro da Justiça não assinar nossa portaria declaratória continuaremos retomando fazenda por fazenda que incide em nosso território e faremos a autodemarcação de nosso território tradicional.
Nós, Terena de Taunay/Ipegue reafirmamos que continuaremos retomando nosso território tradicional.
O processo demarcatório da Terra Indígena Taunay/Ipegue iniciou-se em 1985 e mesmo com o prazo esculpido na Constituição Federal de 1988, de cinco anos para concluir todas as demarcações, nossa terra não está demarcada.
Em 2010, a Justiça Federal suspendeu o processo demarcatório atendendo pedido dos fazendeiros. No entanto, em abril deste ano, essa decisão foi revogada e a sete meses estamos esperando o ministro da Justiça expedir nossa portaria declaratória.
Mesmo sem nenhum entrave jurídico o Estado brasileiro se nega a concluir a demarcação de nossa terra.
Diante disso, decidimos: Enquanto o ministro da Justiça não assinar nossa portaria declaratória continuaremos retomando fazenda por fazenda que incide em nosso território e faremos a autodemarcação de nosso território tradicional.
Taunay/Ipegue, 29 de novembro de 2014.
Conselho do Povo Terena
Povo Terena
Povo que se levanta!
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