CIMI, Por Renato Santana, da Assessoria de Comunicação - Cimi
Imagens de um grupo Kaiowá e Guarani realizadas na área retomada do Tekoha Tey’Juçu, no município de Caarapó (MS), foram feitas não por um fotógrafo, como noticiou o portal Alô Caarapó (leia aqui), mas por um funcionário da usina sucroalcooleira Nova América. Baltazar Fabiano, autor das fotos, é “operador de motoniveladora” na empresa, de acordo com um perfil mantido pelo trabalhador numa rede social.
Fabiano, conforme versão divulgada pelo portal na internet e comentada por ele no mesmo espaço, teria ido à retomada dos indígenas como fotógrafo, acompanhado por quatro fazendeiros, quando supostamente o grupo foi atacado pelos Kaiowá e Guarani – então fotografados repetidas vezes. Horas depois da passagem do grupo pelo local, o acampamento indígena foi agredido a tiros por fazendeiros, arrendatários e capangas empoleirados numa frota de caminhonetes.
A Nova América utiliza terras sobrepostas ao território tradicional reivindicado pelos indígenas, que segue em estudo pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Por conta da ação depredatória da empresa no local e com o objetivo de preservar o que resta de vegetação, enquanto a demarcação aguarda publicação, os Kaiowá e Guarani retomaram a área na madrugada do último domingo, 7.
Coincidência ou não, as imagens feitas pelo funcionário da usina circularam depois do primeiro ataque à comunidade, ocorrido no final da manhã e início da tarde da última segunda-feira, 8, conforme é possível constatar no horário em que elas foram divulgadas pelo portal. As imagens aumentam o tom de criminalização contra os Kaiowá e Guarani, que vão de vítimas a carrascos. Na terça, 9, outro ataque: dessa vez marcado previamente por um fazendeiro, que até o horário anunciou durante ameaças a lideranças do Tey’Juçu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário