KÁTIA ABREU E O "MAPA" DA DEMARCAÇÃO DAS TERRAS INDÍGENAS

Kátia Abreu no "Leilão da Resistência"
Foto _  Tatiane Queiroz, G1 MS

Por Tereza Amaral

A inimiga declarada dos povos indígenas que escreve artigo com ironias, além de defender o ministro Gilmar Mendes e afirmar que os fazendeiros "não são algozes", na Folha de São Paulo,  será o `ponto`do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) mais monitorado por defensores do povos originários, a começar por este Blog. 

E motivos não faltam. Abreu  ocupará um ministério que não apenas responde pelas políticas públicas que fomentam o agronegócio e estimulam a agropecuária. Aos desavisados, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) atua sobre ingerência e coordenação da Pasta Ministerial que será ocupada pela líder dos ruralistas.

Demarcação

Em maio do ano passado houve um retrocesso histórico na política indigenista. Durante audiência realizada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, na Câmara dos Deputados, a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann anunciou, para alegria dos ruralistas, mudanças que irão necessariamente passar por Kátia Abreu na política de demarcação.

Afirmando que “a Funai é um órgão envolvido com os interesses indígenas, e que, portanto, ela não é imparcial, colocando sob suspeição a competência da instituição para desenvolver as atribuições que estão sob a sua responsabilidade”, Gleisi disse que o governo submeterá à Embrapa os estudos em andamento feitos pela Funai para demarcação de terras indígenas, bem como aos Ministérios da Agricultura e das Cidades. 

Ao que tudo indica o cerco está feito. Com o MAPA e Embrapa nas mãos de Abreu e o Ministério das Cidades nas de Gilberto Kassab - este conhecido pela proximidade com a especulação imobiliária - a presidente Dilma abre ainda mais a porteira que favorece ao agronegócio, sinalizando  mais entraves na política indigenista.

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