25 de setembro de 2014

QUASE DEZ ANOS PARA SABER: IMPUNIDADE OU JUSTIÇA?

Foto: UBC


Por Flávio Bittencourt


Sob protestos dos indígenas, ontem (24/09/2014), iniciou o julgamento dos 19 acusados pela morte do Cacique Nísio Gomes e a ocultação de seu corpo.




As acusações se qualificam da seguinte forma:

3 acusados ==> Homicídio qualificado, lesão corporal, ocultação de cadáver, porte ilegal de arma de fogo e corrupção de testemunha.

4 acusados ==> Homicídio qualificado, lesão corporal, ocultação de cadáver e porte ilegal de arma de fogo

12 acusados ==> homicídio qualificado, lesão corporal, quadrilha ou bando armado e porte ilegal de arma de fogo.


A madrugada sombria

Na triste madrugada do dia 18 de novembro de 2011, um bando de campangas criminosos, contratados por fazendeiro, ao se dirigirem para a aldeia, encontraram no caminho o Cacique Nísio Gomes, que resistiu a investida da quadrilha em expulsar os indígenas do local.

Diante da resistência do Cacique Nísio, os capangas o raptaram, espancaram e atiraram nele.

Depois disso, ocultaram seu corpo que não foi encontrado até hoje.

Desde então, a luta por justiça jamais descansou. Entre matérias e postagens na internet,  caso é constantemente lembrado e acompanhado pelo brado de justiça.

A mídia tradicional sequer dá uma nota a respeito deste e dos inúmeráveis casos de violência contra os líderes Guarani-Kaiowá, tentando assim, perpetuar a ignorância do grande público sobre a ação de extermínio que existe no estado do Mato Grosso do Sul contra o povo Kaiowá.

É recorrente, e é causado por omissão do Estado, da mídia e de grande parcela da sociedade que não se importa, ou desconhece ou ainda toma postura preconceituosa e segregadora contra os povos indígenas.


Dando os nomes aos bois

Segundo o jornal Brasil de Fato e Reporter Brasil, os criminosos que assassinaram o Cacique Nísio e ocultaram seu corpo foram:

Levi Palma, advogado
Adelino Manganha, fazendeiro
Dieter Michael Seyboth, genro de Adelino e advogado
Cláudio Adelino Gali, fazendeiro
Samuel Peloi, fazendeiro
Osvin Mittanck, presidente do sindicato rural e Secretário Municipal de Obras de Aral Moreira
Aurelino Arce, policial militar e responsável pela Gaspem, empresa de segurança que atuou no crime
Josivam Vieira de Oliveira, vigilante da Gaspem
Jerri Adriano Pereira Benites, aposentado
Wesley Alves Jardim, ajudante de pedreiro
Juarez Rocanski, vendedor ambulante
Edimar Alves dos Reis, vigilante da Gaspem
Nilson da Silva Braga, vigilante da Gaspem
Ricardo Alessandro Severino do Nascimento, vigilante e gerente da Gaspem
André Pereira dos Santos, vigilante da Gaspem
Robson Neres do Araújo
Marcelo Benitez
Eugenio Benito



Os heróis


Foto: Luiz Henrique Eloy Amado/Caroline Maldonado/Neppi
Além dos próprios parentes indígenas que são incansáveis guerreiros por justiça e por seus direitos, ativistas e movimentos sociais estão na perseguição da punição dos culpados.

Um dos heróis dessa luta em favor do Cacique Nísio Gomes, está o jovem e competente advogado
Luiz Henrique Eloy Amado, índio da etnia Terena e que trabalha no CIMI - Conselho Indigenista Missionário, instituição ligada a CNBB - Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, que está no julgamento, diz que o julgamento ainda poderá levar 5 anos para ser concluído, uma vez que são muitos os acusados, sendo que alguns deles, pasmem, respondem em liberdade.

Fontes

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http://reporterbrasil.org.br/2012/12/ataque-que-matou-cacique-nizio-gomes-teve-planejamento-minucioso-segundo-mpf/

http://www.jlnews.com.br/geral/nisio-gomes-um-conflito-para-jamais-ser-esquecido

http://www.campograndenews.com.br/cidades/apos-3-anos-de-morte-de-indio-comecam-audiencias-que-devem-levar-mais-5-anos

Assista o vídeo com o depoimento de Valmir, filho do Cacique Nísio Gomes

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http://www.youtube.com/watch?v=KlwobLdBv2Q



Número do processo que corre na Justiça Federal de Ponta Porã

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 0001927-86.2012.4.03.6005

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