31 de maio de 2014

BAHIA: Grupo de pessoas espanca índio que esperava ônibus em ponto com mãe

Um primo da vítima também estava no local, em Buerarema, mas correu.


Agressores deram pauladas no rapaz justificando participação em 

morte.


Do G1 BA

Três indígenas foram alvos de espancamento por um grupo de pessoas no centro da cidade de Buerarema, no sul da Bahia, na tarde desta sexta-feira (30). De acordo com a delegacia, a mãe, um filho e um primo, os dois já adultos, foram reconhecidos pela população quando estavam em um ponto de ônibus. A polícia informa que eles tinham prestado esclarecimento pela morte do agricultor rural Juracy Santana, em Una, e depois foram liberados. O assassinato do produtor foi cometido em fevereiro deste ano.
De acordo com a família, eles já estavam voltando para a aldeia Manaim, na zona rural, quando alguns parentes do agricultor chegaram e deu início à série de agressões. Um dos índios, de 22 anos, foi atingido por pauladas na região da cabeça, socorrido pela Polícia Militar ao Hospital de Base de Itabuna, fez sutura e foi liberado. Dos índios, um foi agredido, o primo conseguiu correr e a mãe ficou no local tentando proteger a vítima e pedindo ajuda.
Os suspeitos da agressão ainda não foram identificados. A mãe e um dos filhos vão ser levados até a aldeia Manaim, na zona rural da Buerarema, pela equipe da Força Nacional.
Em maio, o Cacique Babalu, um dos líderes indígenas na região, chegou a ser preso suspeito de ser o mandante da morte do agricultor. Ele foi solto da prisão em Brasília por falta de provas. Jurandy Santana era líder do assentamento de produtores rurais e registrou ameaças de morte na Polícia Federal antes de ser assassinado.
 ASSISTAM AO VÍDEO AQUI! http://g1.globo.com/bahia/noticia/2014/05/grupo-de-pessoas-espanca-indio-que-esperava-onibus-em-ponto-com-mae.html


Lideranças indígenas são recebidas por ministro da Justiça



“Estamos aqui desde às 8 da manhã. O que é receber 20 lideranças, pra 600 que estão aqui? Não tem espaço, não tem cadeira. Não importa, a gente senta no chão! O que a gente quer é a garantia dos nossos territórios. E aqui estão os parentes, com esse ato, acorrentados, mostrando que sem a nossa terra é assim que nós ficamos. Acorrentados. Presos. E viemos aqui simplesmente exigir o direito dos povos indígenas”, discursou Sonia Guajajara, da diretoria da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).


Por CIMI
Depois de algumas horas de impasse, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, resolveu ceder e receber uma comissão de 18 representantes indígenas de todo o país. Um quilombola também integra a comissão.
Pouco antes, cinco índios acorrentaram-se ao mastro da bandeira do Brasil, em frente ao Ministério da Justiça, e arriaram o pavilhão nacional a meio mastro para simbolizar o assassinato de várias lideranças indígenas nos últimos anos e o desprezo do governo pelos direitos indígenas.
“Estamos aqui desde as 8 da manhã. O que é receber 20 lideranças, pra 600 que estão aqui? Não tem espaço, não tem cadeira. Não importa, a gente senta no chão! O que a gente quer é a garantia dos nossos territórios. E aqui estão os parentes, com esse ato, acorrentados, mostrando que sem a nossa terra é assim que nós ficamos. Acorrentados. Presos. E viemos aqui simplesmente exigir o direito dos povos indígenas”, discursou Sonia Guajajara, da diretoria da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).
Desde as primeiras horas da manhã de hoje (29/5), os cerca de 500 índios que integram a Mobilização Nacional Indígena fecharam as entradas do ministério da Justiça, em Brasília, e também ocuparam algumas faixas do Eixo Monumental, em frente ao prédio, via do centro da cidade.
Nesta reunião, a comitiva fará a entrega de uma carta (leia aqui) com suas reivindicações ao Ministro. Nela, os indígenas exigem que José Eduardo Cardozo dê sequência às demarcações de Terras Indígenas em todo país e arquive de vez sua proposta de alterar o procedimento de demarcação – o qual, na prática, pode paralisar definitivamente as demarcações.
São 37 os processos de demarcação nas mãos de Cardozo;veja aqui a lista. Sem pendências, eles aguardam apenas a assinatura das portarias declaratórias que reconhecem a posse permanente das comunidades indígenas sobre seus territórios.
Um grupo de cerca de 300 quilombolas juntou-se aos indígenas e protesta contra a Proposta de Emenda Constitucional 215, que pretende atribuir ao Congresso a competência de reconhecer de Terras Indígenas, Unidades de Conservação e territórios remanescentes de quilombo. Até agora, o movimento é pacífico. Dentro do Ministério há um batalhão da Força Nacional de Segurança desde o início da manhã.Fonte _ Comitê de Comunicação da Mobilização Nacional

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DF

Ministro indica que manterá suspensas demarcações de Terras Indígenas e insiste em mudar procedimentos
Em reunião com Mobilização Nacional Indígena, Eduardo Cardozo diz que seguirá implantando “mesas de diálogo” locais, envolvendo governos e produtores rurais, para discutir demarcações e que insistirá...
Ministro da Justiça recebe Mobilização Nacional Indígena para tratar de demarcação de terras
Depois de manifestação em frente ao Ministério da Justiça, ministro aceita receber comissão com 20 representantes indígenas
PEC 215 não irá a votação sem consenso, diz presidente da Câmara
“Posso afirmar que enquanto eu estiver presidente só terá chance de ir a votação se tiver o consenso dessa casa. Precisa ser unanimidade”, assegurou Henrique Eduardo Alves durante reunião nessa...
Carta Aberta da Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena sobre a implementação dos Territórios Etnoeducacionais
A Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena propõe encaminhamentos para a efetivação de novo modelo de organização da educação escolar indígena
Comitê Popular da Copa e Mobilização Nacional Indígena denunciam violência policial
O Comitê Popular da Copa e a Mobilização Nacional Indígena denunciaram a violência policial cometida na repressão à manifestação pacífica realizada ontem em Brasília, em protesto contra as violações...

30 de maio de 2014

OZIEL TERENA: UM ANO DE IMPUNIDADE É MARCADO POR MANIFESTAÇÃO EM CAMPO GRANDE

Oziel Gabriel no dia do conflito _ compartilhada de Marcelo 
Cristovão/FB
Morto _ compatilhada de Marcelo Cristovão/Facebook


Foto _ Dionedison Candido
Com faixas com os dizeres "A Impunidade está Entalada na Garganta, indígenas Terena ocuparam o centro de Campo Grande (MS). Eles pediram justiça pela morte de Oziel Terena assassinado há um ano. Leia matéria abaixo de Marcelo Cristóvão:

O índio, a morte e o mistério



Há um ano, o indígena terena Oziel Gabriel ainda estava vivo. Em 30 de maio, ele foi morto durante reintegração de posse da fazenda Buriti, em Sidrolândia (MS), cumprida por forças da PF e tropa de choque da PM. O inquérito da PF não chegou a conclusão alguma. Também, pudera, a bala que o matou simplesmente sumiu. Outro indígena atingido na mão teve a bala extraída e ela também sumiu. Sem bala, impossível comprovar a arma de onde saiu o tiro. Sem isso, não se pode responsabilizar ninguém. 

Logo após o conflito, o ministro da Justiça veio a MS com um avião lotado de autoridades, prometeu resolver a demarcação da Terra Indígena Buriti, que já foi reconhecida como tal pelo governo mas jamais demarcada. Promessa não cumprida, obviamente. A estratégia do governo federal parece ser empurrar com a barriga, marcando reunião pra agendar outra reunião.

E assim la nave va. Sem qualquer atitude do governo federal, que deu títulos de terra no começo do século 20 para fazendeiros ocuparem terra de índio. Assim, temos dois donos legais para uma terra só. 

A desapropriação das fazendas, com pagamento da terra e benfeitorias, foi aventada, mas jamais adotada. 

Aqui, reportagem sobre o conflitohttp://www.youtube.com/watch?v=aB0NwgxnE2E



Aqui, nota sobre a falta de vontade estatal para resolver o conflito 

O `MICO` MARCELO MADUREIRA

Por Tereza Amaral

"Faltam 15 dias para começar a Copa do Mundo no Brasil.Os jogos ainda não começaram, mas os micos já começaram. Ontem em Brasília, na capital da República..."


Ilustração Gustavo Duarte _ Arquivo Veja
A frase acima  é do humorista Marcelo Madureira que bem poderia ter em seu sobrenome algo como `Cébida`, família de primatas da América do Sul. Em vídeo gravado e postado ontem - Copa do Índio - ele é o próprio `Mico`ao falar sobre os acontecimentos envolvendo indígenas e a polícia em Brasília.

Os tempos do Casseta e Planeta acabaram mesmo e, mais ainda, para Madureira. Fácil de constatar no conteúdo primário do vídeo (ver abaixo) quando diz que os jogos nem começaram mesmo, inicialmente, tendo pontuado faltar menos de um mês para o mundial . Que `pérola`!

E segue com termos de criminalização como `bando`, colocando a polícia como vítima e demonstrando discriminação ao demonstrar preocupação com o que o mundo vai pensar do Brasil...por que tem índios? 



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29 de maio de 2014

TERRA BRASIL


Por Tereza Amaral com Flávio Bittencourt e Gian Marco Longato

Terra...

Na boca que foi calada num assassinato ainda não esclarecido, o líder Guarani-Kaiowá Ambrósio Vilhalva come na bela imagem a terra sagrada no filme do italiano Marco Bechis ( http://migre.me/jr3Y4 ).

Da terra que mata, a presidente Dilma Rousseff come - ou beija? - a soja por ocasião do lançamento simbólico da colheita da safra de 2013/2014, no Mato Grosso. http://migre.me/jr3Qi

Na terra que Dilma desrespeita na política de demarcação (Leia AQUI )
 estabelecida e, vale ressaltar com prazo vencido pela nossa Carta Magna, crianças morrem desnutridas, adolescentes se enforcam, líderes são assassinados, adultos e idosos vivem sob cerco de pistoleiros.


Terra...Uma " morena dentro da estrela azulada..." Caetano Veloso

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DIPLOMACIA RAONI: PEC 215 NÃO IRÁ A VOTAÇÃO SEM CONSENSO, DIZ PRESIDENTE DA CÂMARA

 “Está tudo ali e só é preciso seguir (Constituicão Federal). 
Vocês são homens, líderes, chefes… nós também somos. Escuta a gente. Fico preocupado com tudo o que está acontecendo.  Quero que vocês respeitem mais.
O Grande Chefe  visivelmente preocupado  olha seu povo em Brasília _ Foto Arquivo UOL
Não estamos invadindo fazenda,mas fazendeiro acaba com floresta. Governo precisa demarcar as terras indígenas porque acaba conflito".
 RAONI METUKTIRE TXUCARRAMÃE

Comitê de Comunicação da Mobilização Nacional Indígena
O presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), sintetizou em uma palavra seu compromisso com os povos indígenas sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215: consenso. “Posso afirmar que enquanto eu estiver presidente só terá chance de ir a votação se tiver o consenso dessa casa. Precisa ser unanimidade”, afirmou Alves durante reunião nesta quarta, 28, com comissão formada por 20 lideranças da Mobilização Nacional Indígena.
Em trâmite numa comissão especial instalada pelo próprio Alves, a proposta forçada pela bancada ruralista visa transferir do Executivo para o Legislativo a demarcação de terras indígenas.  “Os ruralistas da comissão têm feito audiências pelo país, mas não para dialogar. Querem apenas legitimar uma decisão que eles já têm”, explicou ao presidente da Câmara Sônia Guajajara, dirigente da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).        
Sônia frisou que durante o segundo semestre do ano passado uma comissão paritária de indígenas e parlamentares levou a Alves um relatório final apontando a inconstitucionalidade da PEC 215, depois de debates e audiências públicas com os  juristas Dalmo Dallari e Carlos Frederico Marés. “Este relatório não foi considerado, mas as teses dos ruralistas sim. Seguiram adiante”, completou Sônia. 
No Senado, a comissão se reuniu com o presidente da casa, Renan Calheiros (PMDB/AL), para tratar da PEC 038, irmã siamesa da 215, mas que deixa a Câmara Federal de fora da decisão sobre as demarcações. Um pouco mais enfático ante seu colega de partido e cadeira, Calheiros refutou o avanço destas PECs e garantiu que em sua presidência o destino delas será a gaveta: “Não passarão”.
O presidente da Câmara ressaltou que “mais forte numericamente que possa ser a bancada (ruralista), eu digo a vocês que com a responsabilidade que eu tenho não posso ser instrumento de uma proposta que fere as nações indígenas”. Alves ainda tratou de outras medidas legislativas que visam flexibilizar ou desconstruir os direitos territoriais dos povos indígenas, e se surpreendeu ao dar conta de que algumas delas ele ao menos demonstrou não ter conhecimento.
No caso do Projeto de Lei Complementar (PLP) 227, cujo objetivo é escrever na constituição o interesse privado como exceção ao usufruto exclusivo dos indígenas sobre suas terras, Alves disse que “ele está quieto, no lugar dele”. Já as demais propostas, PL 1610 (mineração em terras indígenas) e o 3571 (Conselho Nacional de Política Indigenista), o parlamentar solicitou mais informações ao deputado federal Padre Ton (PT/RO), presidente da Frente Parlamentar de Defesa dos Povos Indígenas.    
Seja para arrefecer a verve dos povos indígenas em busca de seu direito constitucional às vésperas da Copa do Mundo e das eleições, ou seja para fechar um acordo honesto com eles, os presidentes das casas legislativas deram a palavra, selaram uma promessa “e com um pé atrás vamos acompanhar. Mas este é parte de toda violação a qual nos estão submetendo. Ainda tem o governo que não demarca as terras. Seguimos atentos e na luta”, pontuou Lindomar Terena após o encontro.
“Tudo o que não presta”
As lideranças indígenas lembraram a Alves os depoimentos racistas e de incitação ao ódio e violência feitos pelos deputados federais Luiz Carlos Heinze (PP/RS) e Alceu Moreira (PMDB/RS) durante audiência pública da Câmara no município de Vicente Dutra (RS), no ano passado. “Quando deputados falam esse tipo de coisa mancham a Câmara. São esses os políticos que pretendem defender a democracia? O conflito de Faxinalzinho (RS) é fruto desses discursos. Não queremos violência. Não queremos conflitos com os pequenos agricultores. Entendemos que eles possuem direitos. Apenas queremos nossas terras tradicionais, que é um direito originário que está na Constituição”, declarou maurício Guarani.     
 Com experiência de lutas e diplomacia, Raoni Metuktire Txucarramãe ressaltou que o Congresso Nacional precisa garantir o que está escrito na Constituição, nas letras do artigo 231, pois “está tudo ali e só é preciso seguir”, além de o governo federal demarcar as terras indígenas “porque acaba conflito”. E frisou: “Como vocês são homens, líderes, chefes… nós também somos. Escuta a gente. Fico preocupado com tudo o que está acontecendo. Quero que vocês respeitem mais. Não estamos invadindo fazenda, mas fazendeiro acaba com floresta”. 


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28 de maio de 2014

COMITÊ POPULAR DA COPA E MOBILIZAÇÃO NACIONAL INDÍGENA DENUNCIAM VIOLÊNCIA POLICIAL

Líder Kayapó Raoni Metuktire durante a Mobilização Nacional Indígena / Crédito: Maira Irigaray/AmazonWatch

Segundo Comitê Popular da Copa do Distrito Federal, quatro mil pessoas participaram da passeata que parou o centro de Brasília, no final da tarde de ontem. Pelo menos oito ficaram feridas, entre eles seis indígenas, e três pessoas foram presas, mas já estão soltas
O Comitê Popular da Copa e a Mobilização Nacional Indígena denunciaram hoje a violência policial cometida na repressão à manifestação pacífica realizada, ontem (27/5), no centro de Brasília, em protesto contra as violações de direitos perpetradas em todo País em nome da Copa do Mundo.
Segundo balanço divulgado pelo Comitê Popular da Copa no Distrito Federal, quatro mil pessoas participaram da passeata que parou o centro de Brasília, no final da tarde. Pelo menos oito ficaram feridas, entre eles seis indígenas, e três pessoas foram presas, mas já estão soltas (saiba mais). As informações foram divulgadas numa coletiva de imprensa na tarde de hoje (28/5), em Brasília.
Na entrevista, os representantes do comitê reforçaram que a manifestação era pacífica e de que foi fechado um acordo prévio com a Polícia Militar para que a passeata seguisse tranquilamente, da rodoviária de Brasília até o Estádio Mané Garrincha. Para o Comitê Popular da Copa, o entendimento foi descumprido pelas forças de segurança quando eles chegaram nos arredores do estádio. Segundo os indígenas que estavam no protesto, eles estavam dançando e cantando quando foram surpreendidos pela cavalaria e pela tropa de choque da PM.
O objetivo da manifestação era divulgar, na frente do Mané Garrincha, um dos maiores símbolos do mundial de futebol, os resultados do “Julgamento Popular das Violações e Crimes da Copa”, realizado na rodoviária, no meio da tarde. Os cerca de 600 índios que integram a Mobilização Nacional Indígena, que vai até amanhã, engrossaram o protesto e seguiram até o estádio.
“Os indígenas foram vítimas da repressão do Estado em uma caminhada pacífica”, salientou Marcos Xukuru, da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME). Ele informou que depois que a tropa de choque barrou a passagem dos manifestantes, eles foram atacados por uma saraivada de bombas de gás e de balas de borracha. Xukuru ressaltou que, se houve reação de alguns indígenas, foi em legítima defesa.
Xukuru e outras lideranças indígenas presentes à coletiva voltaram a condenar o fato de o governo gastar bilhões com os estádios e obras da Copa enquanto as demarcações de Terras Indígenas continuam paralisadas e as políticas de educação, saúde e proteção dos territórios continuam precárias.
“Por causa da Fifa e de um torneio de futebol a população não pode se exprimir e passam por cima de muitas demandas, como a demarcação de terras indígenas, saúde, educação e moradia” criticou Édson da Silva, da Movimento Trabalhadores Sem Teto (MTST).
“A polícia não conversa, simplesmente chega e bate. Ninguém é contra a Copa, mas para ter Copa os direitos dos trabalhadores têm de ser garantidos. Copa sem direitos não nos interessa. O legado que a Copa está deixando no Distrito Federal para nós é o aumento dos aluguéis e da dívida pública e um estádio de quase R$ 2 bilhões”.
Os indígenas participaram da coletiva e mostraram os ferimentos provocados por estilhaços de bombas de gás e efeito moral e balas de borracha. Índios e demais representantes do movimento social destacaram que a passeata tinha grande número de idosos, mulheres, crianças e estudantes e que, mesmo assim, foi violentamente reprimida. Eles cobraram o respeito ao direito dessas pessoas de se manifestar pacificamente.

COPA: Dilma nega Matriz Indígena que Resplandece em meio à Violência em Brasília

Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil (Editado por este Blog)


Por Tereza Amaral com Flávio Bittencourt

Faltando 16 dias para a copa do Mundo, o relógio do governo atrasa ao tentar esconder em clipes oficiais a face brasileira que revela um dos mais graves problemas sociais - se não for o maior - do país: política sem ecoeficiência com etnocídio e genocídio indígena.

E descompassa com a presença de aproximadamente 600 lideranças de várias etnias na capital federal durante a Mobilização Nacional Indígena.

Bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral, spray de pimenta e tiros de borracha foram lançados numa brutalização que resultou em seis indígenas feridos pela Polícia Militar de Brasília.


Foto: Maira Irigaray/Amazon Watch

Para quem negou em clipes a face indígena, Dilma conseguiu com a sua `Cavalaria` mostrar ao mundo da pior forma possível que o Brasil é também indígena - e originariamente.

As fotos correram mundo...E agora, presidenta?

VEJAM AQUI LINK OFICIAL DA COPA DO MUNDO



Índios, professores, rodoviários e médicos. Mais um dia de protestos

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Por El País

Marina Rossi


Algumas cidades brasileiras foram palco, mais uma vez, de manifestações nesta terça-feira. Tendo a Copa do Mundo como alvo principal, manifestantes de diferentes categorias – de indígenas a rodoviários – foram às ruas reivindicar suas causas e criticar a realização do Mundial no Brasil.
Em Brasília, 2.500 pessoas, segundo a Polícia Militar, entre índios de diversas etnias, trabalhadores sem teto e movimentos sociais contrários à realização da Copa do Mundo, foram para as ruas com uma lista de reivindicações. Entre elas: a retomada de demarcações de terras indígenas, moradia para as pessoas que foram removidas das áreas de construção dos estádios, revogação da lei que concede isenção fiscal à FIFA e suas parceiras comerciais, desmilitarização da polícia e fim da repressão aos movimentos sociais, entre outras causas.
Os indígenas foram até Brasília para participar da Mobilização Nacional Indígena, que se estende até esta quinta-feira 29. Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), os índios se juntaram aos manifestantes por “considerarem que esta é uma causa de todos os brasileiros”, segundo informava o site da entidade.
A concentração ocorreu na Rodoviária Plano Piloto e de lá os manifestantes marcharam na direção do Estádio Nacional de Brasília, um dos estádios que receberão os jogos e onde estava a Taça da Copa em exposição. Por medidas de segurança, a Taça foi retirada do local.
No caminho, houve confronto com a polícia, que usou bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os participantes do ato. Segundo a Polícia Militar, 700 PMs estavam presentes. Os índios tentaram se defender usando arco e flecha e, segundo a PM, um policial foi atingido por uma flecha e ficou levemente ferido. Por outro lado, de acordo com a Apib, seis lideranças indígenas foram atingidas por balas de borracha, entre eles uma mulher do povo Pankararu. Um fotógrafo da agência Reuters sofreu ferimento na perna por resquícios de uma bomba de efeito moral e um padre que acompanhava o povo Xerente foi atingido na mão por uma bala de borracha, segundo informações da Apib. Ainda segundo a entidade, uma pessoa foi presa.
Embora a Copa do Mundo tenha virado a razão para diversas categorias se colocarem nas ruas, alguns setores da sociedade têm, todos os anos, um calendário de mobilização, tenha Copa ou não. A Mobilização Nacional Indígena, por exemplo, é um movimento anual de reivindicação dos direitos indígenas. Todos os anos índios de diferentes etnias vão a Brasília reivindicar suas causas. As greves de categorias como a dos professores e servidores públicos são comumente repetidas nos períodos próximos à negociação do dissídio e, mais ainda, em ano eleitoral.

Professores

Em São Paulo, os professores e gestores da rede municipal de educação seguem em greve há 35 dias e, nesta terça-feira, também foram às ruas. Os manifestantes partiram do MASP no início da tarde, fecharam parte da Avenida Paulista e seguiram em direção ao Viaduto do Chá, em frente à sede da Prefeitura. No total, segundo a Polícia Militar, 2.300 pessoas participaram das manifestações.
Os profissionais reivindicam a incorporação imediata do aumento salarial de 15,38% anunciado pela Prefeitura que, por sua vez, afirma que só poderá conceder a incorporação a partir do ano que vem.
Além dos profissionais da rede municipal, professores, funcionários e estudantes das três universidades paulistas – USP, Unicamp e Unesp - decretaram greve nesta terça-feira. A razão da paralisação foi porque o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) propôs não reajustar os salários dos servidores devido ao comprometimento do orçamento das entidades com a folha de pagamento: 105% do orçamento da USP, 97% da Unicamp e 95% do orçamento da Unesp são engolidos pelos salários.

Rodoviários

No Rio de Janeiro, os trabalhadores do setor rodoviário (motoristas e cobradores de ônibus) decidiram entrar em greve de 24 horas a partir da meia-noite desta terça. Uma nova assembleia deve ser realizada na sexta-feira 30 para decidir o próximo passo.
A assembleia foi realizada depois de uma passeata que fechou a pista central da Avenida Presidente Vargas. Depois, o grupo marchou rumo à Central do Brasil.

Médicos

Em Belo Horizonte, os médicos da rede municipal decidiram fazer uma paralisação de 48 horas em todos os centros de saúde a partir desta terça-feira. Em três semanas, essa é a terceira paralisação da categoria na capital mineira. De acordo com o Sindicato dos Médicos do Estado de Minas Gerais, os profissionais reivindicam melhores condições de trabalho.

Nota: Esse blog usou outra foto para a matéria do El País

Nos caminhos do poder, repressão e medo


Por Hegon Heck, Cimi
Texto e Fotos

Brasília amanheceu em tom acinzentado. Para os 600 representantes indígenas de todo o país, reunidos no décimo acampamento Terra Livre, era um dia de intensa mobilização e manifestações na capital federal.
Parece que procuraram testar o esquema de segurança e repressão com os povos indígenas. O local do acampamento foi permanentemente vigiado e tentaram intimidar as lideranças parando os ônibus na BR-040, rumo aos três poderes.
Nada mais simbólico do que ocupar, com rituais, danças, flechas, maracás e bordunas, a Praça dos Três Poderes. Ecoou forte o grito: “Estamos vivos! E estamos aqui!” Na praça já estavam manifestantes dos atingidos por barragens – MAB.
A parte da manhã desse memorável dia 27 de maio terminou com os indígenas protocolando uma queixa-crime contra os parlamentares Luiz Carlos Heinze e Alceu Moreira por declarações racistas e incitamento à violência contra os índios. A bancada ruralista está aproveitando a Comissão Especial da PEC 215/2000 como palanque anti-indígena e ataques aos direitos constitucionais desses povos.
Sob um sol escaldante, com o refrigério de algumas nuvens densas, os indígenas deram sequencia às manifestações dirigindo-se em passeata até à frente do Palácio do Planalto. Forte esquema de segurança já estava armado. Os índios deram seu recado em frente à rampa do palácio e seguiram em direção do Congresso. De repente irromperam para a plataforma que envolve os plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Ali fizeram rituais e danças, à semelhança de 1988 quando da conquista dos direitos indígenas na Carta Magna. Com a diferença que desta vez a manifestação era para evitar a retirada de direitos conquistados.  Esse espaço público especial foi fechado ao povo. Porém assim como visitaram o plenário por dentro, em abril do ano passado, desta vez o visitaram, pelo lado de fora. Os povos primeiros visitam os lugares proibidos!
A manifestação seguiu, acompanhada de veementes falas das lideranças, até o Ministério da inJustiça. De maneira incisiva e dura, cobraram do ministro Cardozo a retomada das demarcações de terras indígenas e garantia dos direitos desses povos. Foi também o momento de um bom grupo se refrescar nas cachoeiras do ministério.
Nos caminhos da Copa, a repressão
O dia já avançava para seu final, com um agradável clima para os manifestantes que se dirigiram ao Estádio Internacional Mané Garrincha. Como brasileiros tinham o direito de ver a taça ali exposta. Porém, no caminho, já próximo ao estádio a marcha foi brutalmente interrompida com cavalaria, gás lacrimogêneo e de efeito moral, balas de borracha e spray de pimenta. Seis índios foram feridos com balas de borracha.  A caminhada havia sido convocada pelo Comitê Popular da Copa – DF, numa caminhada pacífica até o estádio mais caro do país, que mostra o encastelamento do poder da FIFA.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil distribuiu nota de repúdio contra mais essa violência sofrida pelos povos indígenas. Repetiu-se a repressão cometida em Coroa Vermelha, no ano 2000.

Indígenas participarão de coletiva de imprensa sobre ação violenta da polícia e encontram com presidente da Câmara dos Deputados

Foto _ Midia Ninja

Hoje, às 14h, acontece uma coletiva de imprensa conjunta do Comitê Popular da Copa do Distrito Federal e da Mobilização Nacional Indígena que exporá a repressão policial que aconteceu no ato realizado ontem (27/5) no centro de Brasília. Diversos manifestantes foram presos e feridos pela polícia, que agiu para impedir o livre direito de manifestação de ideias. Estarão presentes feridos no confronto, entre eles seis indígenas. A entrevista acontece na sede do Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (ANDES-SN), no Setor Comercial Sul (SCS), Quadra 2, Bloco C, Ed. Cedro II, 3º Andar.
Convocam a coletiva o Comitê Popular da Copa do DF, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Greenpeace, CSP-Conlutas, Juntos!, Rua Juventude Anticapitalista, Movimento Inversão, Movimento Honestinas, Comitê pela Desmilitarização da Polícia e da Política do DF, Coletivo Baderna, Movimento Passe Livre, Coletivo Rodamoinho, Mídia Ninja, Conselho Regional de Psicologia do DF, Instituto Socioambiental (ISA) e Centro de Trabalho Indigenista (CTI).
Às 15h30, está marcada uma reunião entre o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), e uma comissão da Mobilização Nacional Indígena, no gabinete da presidência da Câmara. A ideia é denunciar e reivindicar o arquivamento das várias propostas em tramitação no Congresso e as medidas do governo federal que pretendem restringir os direitos indígenas e paralisar definitivamente as demarcações de Terras Indígenas no País. Participarão do encontro o cantor Tony Garrido e a atriz Maria Paula. Os demais indígenas que integram a mobilização deverão concentrar-se em frente ao Congresso e lá realizarão rituais e uma vigília contra essas propostas e medidas.
Foi cancelada a audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Câmara que estava prevista, na manhã desta quarta (28/5), no auditório Nereu Ramos, na Câmara, como parte da mobilização.

Comitê de Comunicação da Mobilização Nacional Indígena

Renato Santana (Cimi) – (61) 9979-6912 / editor.porantim@cimi.org.br
Patrícia Bonilha (Cimi) – (61) 9979-7059 / imprensa@cimi.org.br
Oswaldo Braga de Souza (ISA) – (61) 9103-2127 / 3035-5114 / oswaldo@socioambiental.org
Inês Zanchetta (ISA) – (11) 3515-8969 / ines@socioambiental.org
Tatiane Klein – (ISA) – (11) 3515-8957 / tatianeklein@socioambiental.org
Helena Azanha (CTI) – (11) 9 7476-8589/ helena@trabalhoindigenista.org.br
Nathália Clark (Greenpeace) – 61 9642-7153 / nathalia.clark@greenpeace.org
Letícia Barros (IIEB) – (61) 3248-7449 / leticia@iieb.org.br

FONTE _ Comitê de Comunicação da Mobilização Nacional Indígena