Egon Heck, CIMI - O grito guerreiro, do fundo da terra, da floresta ou da raiz continuará anunciando um novo amanhecer. Não podem matar nosso sonho. “Somos lutadores resistentes de uma causa invencível, não somos apenas sobreviventes de uma guerra secular, mas portadores de sabedoria para novas sociedades”. Semelhante grito continua a ressoar mundo afora.
Lembrar a memória de um guerreiro que tombou na luta pela terra, pelos direitos de seu povo é sempre um momento de fortalecer a resistência e convocar todas as forças e energias para a conquista definitiva dos direitos, especialmente de seus territórios tradicionais.
Apesar das circunstâncias bastante ameaçadoras, os Kaiowá Guarani não se deixaram intimidar e foram celebrar e honrar a memória de Marçal de Souza, ou Tupã’i (pequeno deus), ontem (25 de novembro) na terra indígena Nhanderu Marangatu, onde há 30 anos Marçal foi assassinado.
Situação vergonhosa
Em carta que fizeram chegar à presidente Dilma, jovens e adolescentes Kaiowá e Guarani que estiveram em Brasília recentemente lembram, mais uma vez, a gravíssima situação em que se encontram nos acampamentos, retomadas e confinamentos e afirmam: “o nosso grande problema é a falta de terras demarcadas, de modo que possamos recuperar plenamente nossa autonomia e nosso teko porá, as boas práticas ensinadas pelos nossos ancestrais...”.
Já nesta semana foi encaminhada à presidente Dilma uma carta assinada por várias organizações indígenas, dentre as quais a Aty Guasu Kaiowá Guarani, e entidades indigenistas exigindo “uma intervenção federal imediata no Mato Grosso do Sul, de modo a evitar mais uma tragédia anunciada no Brasil”. Concluem afirmando que “O poder público pode e deve evitar esta "tragédia anunciada”, repetição sistemática do genocídio contra os povos indígenas. E isto precisa ser feito agora. O reconhecimento e a demarcação das terras indígenas é a verdadeira solução para a situação que está posta no Mato Grosso do Sul.”
Os fazendeiros, por sua vez, estão a todo vapor, preparando o leilão vergonhoso, que ousam chamar de “da resistência”. Em tom ameaçador, como de quem está acima da lei, propalam a data limite para a solução do problema das terras indígenas, final de novembro, ou seja, daqui a uma semana. Não é preciso ser nenhum futurólogo para prever que o governo não resolverá essa situação até a data estipulada. E o que acontecerá, então? De quem será a responsabilidade das tragédias anunciadas?
Enquanto isso o governador do estado mais violento contra os povos indígenas, André Puccineli, continua sua cruzada e catilinária contra o Cimi, acusando-o de ser “o braço facista da CNBB”, em afirmações eivadas de preconceito e ódio. Há que se perguntar quem é o braço fascista do agronegócio.
“Yvy Katu – nenhum palmo atrás”
Essa decisão de mais de cinco mil Guarani Nhandeva da Terra Indígena Ivy Katu demonstra a disposição, mesmo em circunstâncias extremamente desiguais, de viver e lutar pelo seu território. As ordens de despejo vão aumentando, o que deixa antever a proporção dos conflitos.
O Ministério Público Federal de Dourados está empenhado em mediar uma conversação com a participação da justiça e das partes envolvidas, buscando um acordo possível para evitar mais ameaças e violência. Enquanto isso aguarda uma posição firme do governo federal, assumindo a responsabilidade do Estado brasileiro que doou os títulos da terra na colônia federal de Iguatemi. Sem essa indenização dificilmente haverá uma saída justa dos direitos indígenas à suas terras tradicionais.
Lembrar a memória de um guerreiro que tombou na luta pela terra, pelos direitos de seu povo é sempre um momento de fortalecer a resistência e convocar todas as forças e energias para a conquista definitiva dos direitos, especialmente de seus territórios tradicionais.
Apesar das circunstâncias bastante ameaçadoras, os Kaiowá Guarani não se deixaram intimidar e foram celebrar e honrar a memória de Marçal de Souza, ou Tupã’i (pequeno deus), ontem (25 de novembro) na terra indígena Nhanderu Marangatu, onde há 30 anos Marçal foi assassinado.
Situação vergonhosa
Em carta que fizeram chegar à presidente Dilma, jovens e adolescentes Kaiowá e Guarani que estiveram em Brasília recentemente lembram, mais uma vez, a gravíssima situação em que se encontram nos acampamentos, retomadas e confinamentos e afirmam: “o nosso grande problema é a falta de terras demarcadas, de modo que possamos recuperar plenamente nossa autonomia e nosso teko porá, as boas práticas ensinadas pelos nossos ancestrais...”.
Já nesta semana foi encaminhada à presidente Dilma uma carta assinada por várias organizações indígenas, dentre as quais a Aty Guasu Kaiowá Guarani, e entidades indigenistas exigindo “uma intervenção federal imediata no Mato Grosso do Sul, de modo a evitar mais uma tragédia anunciada no Brasil”. Concluem afirmando que “O poder público pode e deve evitar esta "tragédia anunciada”, repetição sistemática do genocídio contra os povos indígenas. E isto precisa ser feito agora. O reconhecimento e a demarcação das terras indígenas é a verdadeira solução para a situação que está posta no Mato Grosso do Sul.”
Os fazendeiros, por sua vez, estão a todo vapor, preparando o leilão vergonhoso, que ousam chamar de “da resistência”. Em tom ameaçador, como de quem está acima da lei, propalam a data limite para a solução do problema das terras indígenas, final de novembro, ou seja, daqui a uma semana. Não é preciso ser nenhum futurólogo para prever que o governo não resolverá essa situação até a data estipulada. E o que acontecerá, então? De quem será a responsabilidade das tragédias anunciadas?
Enquanto isso o governador do estado mais violento contra os povos indígenas, André Puccineli, continua sua cruzada e catilinária contra o Cimi, acusando-o de ser “o braço facista da CNBB”, em afirmações eivadas de preconceito e ódio. Há que se perguntar quem é o braço fascista do agronegócio.
“Yvy Katu – nenhum palmo atrás”
Essa decisão de mais de cinco mil Guarani Nhandeva da Terra Indígena Ivy Katu demonstra a disposição, mesmo em circunstâncias extremamente desiguais, de viver e lutar pelo seu território. As ordens de despejo vão aumentando, o que deixa antever a proporção dos conflitos.
O Ministério Público Federal de Dourados está empenhado em mediar uma conversação com a participação da justiça e das partes envolvidas, buscando um acordo possível para evitar mais ameaças e violência. Enquanto isso aguarda uma posição firme do governo federal, assumindo a responsabilidade do Estado brasileiro que doou os títulos da terra na colônia federal de Iguatemi. Sem essa indenização dificilmente haverá uma saída justa dos direitos indígenas à suas terras tradicionais.
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