Cacique Damiana não recua um só passo da sua ancestralidade
Imagem reproduzida _ Filme Vida e Luta pelo Tekoha |
Por Tereza Amaral
Por trás da voz apressada, a mulher de baixa estatura, viúva e cacique é mais do que a sucessora do marido morto por atropelamento no final da década de 90. Damiana Cavanha é uma guerreira Guarani-Kaiowá. Atropelamentos fatais, incêndios, cerco de pistoleiros e o agrotóxico não a faz recuar da sua ancestralidade.
Debaixo de ações de despejo, ela enfrenta o latifúndio e clama pela demarcação da sua aldeia no Mato Grosso do Sul. A presidenta Dilma Rousseff - ela que em seus discursos se direciona sempre às mulheres pontuando a voz - não a escuta. Cercada pela estagnação do processo demarcatório do governo e pelo avanço do tratoraço, Damiana fala e rápido. O mundo escuta indignado.
Com a liderança Valdelice Veron em incêndio Foto _ Arquivo Pessoal VV |
O seu povo estava na beira da rodovia em um acampamento às margens da BR-463 em Dourados (MS), local onde reafirma não mais voltar. A cacique retomou a sua área reconhecidamente indígena onde vive em extrema probreza.
O juiz federal substituto Fábio Kaiut Nunes derrubou ação do Ministério Público Federal que determinava à União a compra de 30 hectares da terra para a cacique Damiana Cavanha. Como senão bastasse, recentemente determinou mais uma ação favorável a Cássio Guilherme Bonilha Tecchio, proprietário da Fazenda Serrano arrendada ao amigo do ex-presidente Lula, José Carlos Bumlai, dono da Usina São Fernando.
Confira, abaixo, o filme Apyka'i - Vida e Luta pelo Tekoha de Carolina Fasolo:
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