Foto _ Luciano Silva |
Por Luciano Silva
As polícias desse país perderam a noção de democracia e cultura. Enquanto Kaingangs, Guaranis,
Xoklengs e Charruas, verdadeiros ancestrais vivos e guardiões de nossa cultura originária, se reuniam
em uma manifestação política e cultural, no dia 30 de Agosto de 2013, na Praça da Matriz em Porto
Alegre, para reinvindicar uma posição do Governo do Estado sobre a demarcação de suas terras
tradicionais, o Batalhão de Choque, conhecido como BOE (Batalhão de Operações Especiais), se
amontoava na porta do Palácio do Governo.
A manifestação era puramente cultural. Kaingangs, pintados, ornados e com seus aparatos para a
guerra, dançavam e entoavam seus cantos tradicionais, verdadeiros vestígios do que sobrou de nossa
cultura originária. O que o Governo do Estado do RS não entendeu, e também a despreparada
polícia, foi que, naquele dia, o prazo de 90 dias dado pelo próprio governo para apresentar uma
solução expirou, e que, a forma dos povos originários se manifestar, foi representando uma cena de
guerra.
Não era uma guerra de fato, afinal, o que Índios com bordunas, lanças e arcos poderiam fazer
contra uma polícia repleta de armamentos e proteções? De fato, a violência cometida pelos governos
está no simples fato de indígenas se unirem para reinvindicar direitos constitucionais na cidade,
imaginem serem reprimidos por bombas. Na praça da Matriz, onde se aglomeravam mulheres e
crianças, a percepção geral era de frustração e decepção, não deve ser fácil ver seus filhos
amontoados em pequenos espaços, sem acesso a educação e saúde dignos, e até mesmo, em
algumas aldeias, passando fome, sem sequer terra suficiente para plantar a roça.
Marcelino, o Violonista de Tekohá Irapuá (Foto maior), que se solidarizou com os pistoleiros que
perseguiam Ládio Veron do MS (http://www.youtube.com/watch?v=YHM0hMolfvg), neste dia foi
atingido em cheio na cabeça por uma bomba de gás lacrimogênio lançada pelos policiais
despreparados do Batalhão de Operações Especiais do Governo do Estado, enquanto carregava uma criança de 4 anos no colo, indo parar no hospital juntamente com mais 4 crianças.
Naquele momento, Kaingangs, Charruas Guaranis e Xokléngs, se amontoavam na porta do Palácio
do Governo, esperando que alguém lhes atendesse, mas polícia, maliciosamente, com objetivo de
afastar os homens das tribos de sua resguardada porta, por 'gorilas ' armados até os dentes, lançou
as bombas onde estavam idosos, mulheres e crianças. O objetivo estratégico foi nítido, o de ispersar
os homens em “batalha” para socorrerem seus filhos, mulheres e anciãos.
Neste propósito que pergunto, e os objetivos morais, onde ficaram?
Seria essa a forma mais digna e adequada de se tratar os Povos da Terra? Seria essa a forma mais
correta de se interpretar aquela cena de pura magia e cultura? Certamente não.
A Polícia do Estado agiu com força descabida para a situação, pois certamente, indígenas com
lanças, não venceriam Escudos e armas de borracha e gás. Em uma manobra, mais uma vez, no
sentido de adiar e dispersar a população, ficou marcado para amanhã, uma reunião definitiva.
Estaremos lá, tentando transmitir ao vivo o que ocorrerá desta vez.
Xoklengs e Charruas, verdadeiros ancestrais vivos e guardiões de nossa cultura originária, se reuniam
em uma manifestação política e cultural, no dia 30 de Agosto de 2013, na Praça da Matriz em Porto
Alegre, para reinvindicar uma posição do Governo do Estado sobre a demarcação de suas terras
tradicionais, o Batalhão de Choque, conhecido como BOE (Batalhão de Operações Especiais), se
amontoava na porta do Palácio do Governo.
A manifestação era puramente cultural. Kaingangs, pintados, ornados e com seus aparatos para a
guerra, dançavam e entoavam seus cantos tradicionais, verdadeiros vestígios do que sobrou de nossa
cultura originária. O que o Governo do Estado do RS não entendeu, e também a despreparada
polícia, foi que, naquele dia, o prazo de 90 dias dado pelo próprio governo para apresentar uma
solução expirou, e que, a forma dos povos originários se manifestar, foi representando uma cena de
guerra.
Não era uma guerra de fato, afinal, o que Índios com bordunas, lanças e arcos poderiam fazer
contra uma polícia repleta de armamentos e proteções? De fato, a violência cometida pelos governos
está no simples fato de indígenas se unirem para reinvindicar direitos constitucionais na cidade,
imaginem serem reprimidos por bombas. Na praça da Matriz, onde se aglomeravam mulheres e
crianças, a percepção geral era de frustração e decepção, não deve ser fácil ver seus filhos
amontoados em pequenos espaços, sem acesso a educação e saúde dignos, e até mesmo, em
algumas aldeias, passando fome, sem sequer terra suficiente para plantar a roça.
Marcelino, o Violonista de Tekohá Irapuá (Foto maior), que se solidarizou com os pistoleiros que
perseguiam Ládio Veron do MS (http://www.youtube.com/watch?v=YHM0hMolfvg), neste dia foi
atingido em cheio na cabeça por uma bomba de gás lacrimogênio lançada pelos policiais
despreparados do Batalhão de Operações Especiais do Governo do Estado, enquanto carregava uma criança de 4 anos no colo, indo parar no hospital juntamente com mais 4 crianças.
Naquele momento, Kaingangs, Charruas Guaranis e Xokléngs, se amontoavam na porta do Palácio
do Governo, esperando que alguém lhes atendesse, mas polícia, maliciosamente, com objetivo de
afastar os homens das tribos de sua resguardada porta, por 'gorilas ' armados até os dentes, lançou
as bombas onde estavam idosos, mulheres e crianças. O objetivo estratégico foi nítido, o de ispersar
os homens em “batalha” para socorrerem seus filhos, mulheres e anciãos.
Neste propósito que pergunto, e os objetivos morais, onde ficaram?
Seria essa a forma mais digna e adequada de se tratar os Povos da Terra? Seria essa a forma mais
correta de se interpretar aquela cena de pura magia e cultura? Certamente não.
A Polícia do Estado agiu com força descabida para a situação, pois certamente, indígenas com
lanças, não venceriam Escudos e armas de borracha e gás. Em uma manobra, mais uma vez, no
sentido de adiar e dispersar a população, ficou marcado para amanhã, uma reunião definitiva.
Estaremos lá, tentando transmitir ao vivo o que ocorrerá desta vez.
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