Por Tereza Amaral
A cortina da peça ainda não caiu... E todos são atores sociais importantes para o epílogo.
Fotos _ Rosa Gauditano
O governo brasileiro vem sendo 'diretor' de um drama: a miserabilidade de indígenas da etnia Guarani - a maioria Kaiowá - que vive ao longo de rodovias do Mato Grosso em situação similar a campos de refugiados.
E nessa 'peça', os protagonistas que vivem em mais de 30 acampamentos nas rodovias do Mato Grosso morrem por suicídio, assassinatos pelo agronegócio, atropelamentos e são vitimados por alcoolismo e outras drogas num único ato: omissão e desrespeito aos direitos humanos.
Graças as redes sociais, telespectadores entraram em cena interpretando o 'personagem brasilidade'. E houve uma conquista, uma vez que os indígenas do acampamento Laranjeira (Foto) que ficava na BR 163, mais precisamente nas imediações de Dourados, conseguiram as terras reivindicadas no município de Rio Brilhante.
Mas falta muito...E a 'brasilidade' pode contribuir no desenrolar desse drama. Em 2011, o cacique da tribo Nísio Gomes foi assassinado. A sua tekoha foi demarcada e contestada (em tramitação na Justiça). Nos acampamentos não há saneamento básico nem energia. Outras lideranças encabeçam listas de pessoas marcadas para morrer.
Em entrevista a BBC, A renomada fotógrafa brasileira Rosa Gauditano resume numa frase a situação de miserabilidade dos protagonistas de um povo em agonia: "Eu fotografo povos indígenas há 20 anos e nunca havia visto situação de penúria tão grande. O que está acontecendo no Brasil é um genocídio silencioso", denunciou em entrevista a BBC Brasil em Londres.
A cortina da peça ainda não caiu... E todos são atores sociais importantes para o epílogo.
Fotos _ Rosa Gauditano
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